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HELENA NARRANDO Eu nunca gostei de acordar cedo, mas quando o assunto era o meu filho, eu sempre dava um jeito. Saí da minha mansão ainda com o céu azulando, peguei minha bolsa e entrei no carro. Romeu já estava na porta, como sempre — pontual, silencioso, atento. Um funcionário que virou praticamente extensão da família ao longo das décadas. — Bom dia, Romeu. — Falei, entrando no banco de trás. — Bom dia, Dona Helena. — Ele respondeu com aquela voz firme, mas suave, de velho de confiança. Ele arrancou o carro e seguimos o caminho do condomínio até o outro, onde Davi morava. Eu observava pela janela a rua acordando, mães levando crianças para a escola, porteiros abrindo guarita, o cheiro de pão saindo das padarias. Uma parte de mim sentia falta daquela rotina simples. A outra parte já

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