Helena - continuação Quando o Davi virou o rosto para o lado, encerrando a conversa como se o assunto fosse simples, eu senti um desespero seco subir pela minha garganta. Mas eu engoli. Eu não podia desabar na frente dele. Não naquele momento. Não quando ele estava decidido a jogar a própria vida fora. Respirei fundo, peguei meu celular dentro da bolsa e me afastei um pouco da cama. Não era hora de chorar, era hora de agir. O primeiro nome que me veio à cabeça foi o de Augusto — amigo dele, quase um filho pra mim, desses que cresceram juntos, trabalharam juntos, que sempre estiveram ao lado do Davi em tudo. Se o Davi não me ouvia mais… talvez ele ouvisse o amigo. Disquei o número. — Alô? — ele atendeu rápido. — Davi? — Não, Augusto. Sou eu, a Helena. A voz dele suavizou na hora.

