ISABELA NARRANDO Eu fiquei uns bons segundos parada no meio do quarto da Kelly, olhando pro nada, enquanto a palavra “45 mil reais” ficava dando pirueta na minha cabeça igual passista de escola de samba. Era um número tão absurdo que eu senti até um calor subindo do pé até a nuca, como se Deus tivesse me dado um tapa carinhoso dizendo “vai, minha filha, é agora.” — Meu Deus do céu… — murmurei, passando a mão no rosto. — A Kelly é maluca. Totalmente maluca. Mas… quarenta e cinco mil reais, Kelly. QUARENTA. E. CINCO. MIL. Eu não tenho como negar um negócio desse. Não tem como! Isso aí é dinheiro demais. Se esse homem for insuportável, eu boto logo uma mordaça na boca dele e ele só fala quando eu estiver indo embora. A Kelly gargalhou alto. — Isso, minha filha! Eu quero você assim, com e

