Vera narrando
O que dizer desses dias, Noronha?
A única certeza que eu tenho é que, se não fosse pela minha família… se não fosse pelo meu surtado — que, mesmo casado, com filho, com cargo e vida no Rio, ficou na minha cola como um louco —, eu não voltava nunca mais. Sem pensar duas vezes.
Isso aqui é mais do que um paraíso. É um refúgio que parece ter sido desenhado só pra mim. As praias, os tons absurdos do mar, os passeios que a gente fez… O mergulho foi surreal, os peixes coloridos, as águas cristalinas, o silêncio do fundo do oceano e o toque dele na minha mão o tempo inteiro, como se não quisesse me soltar nem ali, no fundo do mundo. Conhecemos barzinhos pequenos, restaurantes à beira-mar, alguns escondidos entre pedras e vegetações, outros mais sofisticados, cheios de charme — e
