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978 Words
Anny narrando... Morar sozinha não é nenhum conto de fadas como todos pintam, ninguém te avisa que temos que pagar por tudo que usamos e existe uma data certa pra isso. Hoje foi um desses dias que eu tive que fazer do meu horário de almoço tempo para resolver e pagar todas as contas pendentes, já saí de casa sem tomar café por conta que acordei tarde por ter ido dormir praticamente de manhã fazendo os últimos trabalhos da faculdade junto com o meu TCC que por sinal está me enlouquecendo tirando os últimos pingos de sanidade mental que me restou fazendo uma faculdade de administração e ainda trabalhar em um banco, sorte mesmo tem aquele que não precisa trabalhar antes da formatura, não que eu precise mas não acho justo ser bancada por meus pais morando fora da casa deles, essa é outra coisa que não ficamos sabendo antes de entrar em uma faculdade, passamos quatro anos das nossas vidas estudando feito loucas para chegar no fim passarem um trabalho que te dá vontade de atirar na sua própria cabeça e na dos professores que não aliviam a barra pra ninguém. Academia pra quê quando você passa o dia ajudando cliente indo de um lado para o outro aqui dentro desse banco sem ter tempo de usufruir da sua mesa tão sonhada, mas estou sentindo uma saudade tão grande de me exercitar, não vejo a hora de chegar amanhã e voltar a minha rotina e isso vai ser maravilhoso. - Anny, o Murilo está te chamando na sala dele (Tereza passou por minha mesa praticamente gritando essa informação enquanto corria pra algum lugar nem imagino o que essa pessoa possa querer comigo já que quando se trata desse homem tudo pode acontecer) E lá se foi meus últimos dez minutos de almoço adeus comida adeus paz interior, corro em direção daquela sala que um dia fiquei feliz em ser chamada lá, mas hoje esse caminho me causa repulsa e raiva de mim mesma por ter deixado tudo aquilo acontecer ali dentro tudo pra satisfazer um ser que eu jurava me amar mas aquilo só existia na minha cabeça porque na dele eu só era uma qualquer que ele comia. "Palavras dele" Assim que entrei vi um Murilo m*l encarado olhando alguma coisa no computador a sua frente, bufei por ter que está ali a sua frente. - Me chamou ( tirei sua atenção daquele computador o fazendo olhar pra mim, ele me olhou dos pés a cabeça dando um sorriso torto e negando com a cabeça, igual a antes quando tinha alguma coisa que não o agradava isso me dá nojo) - Acho que a conversa sobre vim trabalhar de saia não adiantou nada, não foi Anny ( não acredito que fui chamada aqui pra isso) - Eu pensei que tinha sido proibidas as saias que não faziam parte do fardamento, porque essa faz parte (falei firme mostrando que sei dos meus deveres e direitos ali dentro) - Pode até fazer parte mas te falei que não queria você de saia vindo trabalhar (deu ênfase no "você" para eu saber que o problema não era com a saia e sim comigo) - Acho que minhas escolhas em questão as minhas roupas não dizem respeito a você, agora se elas começarem a influenciar no desempenho do meu trabalho faço questão de muda-las ( falei esperando que ele viesse falar ou me acusar de mais alguma coisa) e também o seu José já me viu hoje e não reclamou da minha roupa. - Língua sempre afiada essa sua não é favelada, você saiu da favela mas a favela não saiu de você.( me olhou de um jeito todo sarcástico ele me chama assim com a intenção de me menosprezar mas não funciona pois já não ligo para esse seu preconceito ridículo) - Você já deveria saber disso, Murilo, tem algo útil para me falar ou eu posso voltar ao meu trabalho já que perdi todo o meu horário de almoço com um assunto i****a ( isso já está me enchendo a paciência que ainda me resta) - E você deveria saber que eu tenho total poder pra arrancar toda essa sua marra de favelada que tem aí dentro de você, e acabar com a sua vida aqui dentro e lá fora também( falou colocando os cotovelos sobre a mesa me dando aquele olhar mortal) - Faz isso então Murilo, não sei o que está esperando pra fazer isso e me deixar em paz, se perder meu emprego é o preço pra não te ver nunca mais estou disposta a pagar muito feliz( falei e fui saindo dali) - Não me teste Anny, eu posso ser um belo problema no seu caminho, aqui dentro e lá fora também só basta eu fazer algumas ligações e pronto sua carreira e nome estarão sujos em todos os meios de trabalho ( cada palavra dele era como se estivessem me esfaqueado todo o corpo sei que ele é louco suficiente para isso) - Eu não estou testando ninguém Murilo, eu só quero saber o motivo de eu ter sido chamada aqui de verdade porque isso não tem nada haver(negou) - Já te falei, não te quero vindo trabalhar de saia, que essa seja a última vez que eu precise chamar sua atenção... E outra coisa você fica parecendo uma p**a vestida assim ( não tive reação para falar mais nada e sei que era isso que ele queria, simplesmente sai daquela sala indo o mais longe possível dele) Se a intenção dele é me desequilibrar acho que devo dar os parabéns pois conseguiu de verdade tirar o resto da minha sanidade mental, sanidade essa que perdi durante os últimos três anos que passei com aquele ser desprezível que está lá dentro em uma sala ocupando um grande cargo que era pra ser meu.
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