É segredo para muitos, mas o mais famoso ateliê londrino foi fundado em 1599, às margens do rio Tamisa, o Globe, idealizado e construído por Shakespeare. E caso não saiba, a maioria dos vestidos mais belos do mundo são do Reino Unido, mais precisamente, em Londres. A renascença inglesa difere da italiana por diversos motivos. As formas dominantes de arte na renascença inglesa eram a literatura e a música. As artes visuais inglesas foram muito menos significativas, em termos de características renascentistas, do que na Itália, logo, todo esse conglomerado de amarras deram fama ao lugar.
O período renascentista inglês inicia-se tardiamente em relação ao italiano, este último tendo começado com Dante, Petrarca e Giotto a partir de 1300, seguindo para o maneirismo e, posteriormente, para o barroco por volta de 1550. Estou enrolando demais para dizer que enquanto Elizabeth percorreu as muitas cidades do mundo em busca de seu vestido ideal, o deus dos vestidos, Allan, além de ter estudado Moda no Instituto Imperial, é o melhor alfaiate do UNIVERSO!
É neste cenário que uma mulher maravilhosamente linda acabou de sair do provador de um famoso ateliê, vestida de noiva, arrancando suspiros e elogios de todas as noivas que estavam no mesmo ambiente.
— Que linda!
— Parece uma princesa!
— Nunca vi uma noiva tão linda!
— Qual deve ser o tamanho dela?
— Será que tem um vestido igual?
Os cochichos são muitos, mas ela não se importa com nada nem ninguém, a opinião de sua melhor amiga é o que importa.
— Neríssa! — a noiva deu uma voltinha.
— Como ficou o vestido? — questionou a noiva.
Claro que falo de Elizabeth, muito bem trajada de noiva no mais belo vestido branco de toda a Londres! Costurada pelo próprio 'deus" dos vestidos Londrinos.
— Linda! — respondeu Neríssa, maravilhada.
Elizabeth se virou para o espelho do provador e soltou um sorriso de lado.
— Você está tão linda que eu não tenho outras palavras para me expressar! — respondeu Neríssa emocionada e chorosa.
— Não fica assim amiga. — Elizabeth abraçou sua amiga.
— Amiga, você merece. — comentou Neríssa.
Elizabeth volta a se olhar admirada por estar vivendo um sonho.
— Tive de adaptar para mim, além de precisar emgrecer, né?
— Sério?
— Uhum, o namoro e as viagens para o Rio de Janeiro e Paris, me fizeram engordar um pouco.
— Nem parece, sua convencida. — brincou.
— Olha como eu era miga, pelo amor de Deus!
— Diz que está gorda, mas ainda aparenta ser bem mais magra que eu!
— Falo sério, se você soubesse como o Edgard me entope de lanches aos finais de semana, ficaria admirada com a minha determinação!
Elizabeth abre mais um de seus apaixonantes sorrisos sinceros para sua melhor amiga, Neríssa.
Nossa nova personagem é dona de belíssimos cabelos castanhos curtos na altura do pescoço, brilhantes olhos chamativos acompanhados de sua boca rosada e sua pele nevada de tão pálida. Neríssa é além de ser amiga de infância de Elizabeth, trabalha na direção do Instituto Imperial e visa se transferir ao setor pedagógico, onde Edmundo já atuou e Edgard, trabalha atualmente.
Como se não bastasse, ela ainda é a acompanhante da noiva para provar o vestido e a madrinha do casamento. Ela também é a dama de honra da cerimônia, pois se Neríssia não existisse, os dois realmente não se casariam.
— Pois é, O Edgard tem cara de ser carinhoso mesmo. — respondeu a amiga.
Neríssa foge um pouco dos olhos brilhantes de Elizabeth. Nossa noiva não percebe, mas Neríssa sempre fica um pouco desconfortável ao falar de Edgard.
— Tá bonito mesmo?
— Claro mulher! — insistiu a amiga..
— Olha só isso, a parte da cintura continua um tanto apertada! — apontou Elizabeth.
— É só fechar a boca por estes dias, não acha?
— Certeza?
— É sério amiga, não está tanto assim, você não usara o vestido por horas, será rapidinho.
— Não minta pra mim Neríssa, por favor!
— Eu jamais menti para você sua i****a. — Neríssa respondeu com um gosto amargo em sua boca.
Elizabeth a encarou chorosa fazendo bico.
— Amiga, não importa o que esteja vestindo, sabe? Você estará linda de qualquer jeito. — Neríssa a abraçou.
— Assim eu me sinto a Barbie!
Elizabeth voltou a se trancar no provador a fim de trocar a roupa. Após alguns minutos e vários outros ajustes no vestido, as amigas finalmente saíram para bater perna e conversar sobre a tão sonhada Lua de Mel em Paris.
Mas se você se lembra bem, temos outra data EXTREMAMENTE importante encima do casamento.
— É isso que ele quer, sabe? É da sua vontade, então eu aceitei. — ao terminar de explicar, Neríssia se assustou com as palavras ditas por Elizabeth.
— DESPEDIDA DE SOLTEIRO?
— Pois é, Edgard insistiu que nós tivéssemos.
— Nossa... — Neríssa ainda nãoa creditava.
Elizabeth que vestia uma calça jeans e um casaco branco felpudo, se afundou nele e enfiou as mãos no bolso, um tanto sem graça.
— ele disse que é para que nós não venhamos a nos arrepermos de nada depois, entendeu?
— Como assim? — questionou Neríssa.
— Pra falar a verdade, é um meio de nós dois fazermos o que quisérmos, pois depois que nos casarmos, acabou, sabe? — explicou.
— Um dia de traição? — respondeu Neríssa.
— Isso soa meio vulgar, não acha?
— Então o que?
— Está mais para um passe livre de culpa! — respondeu Elizabeth sorridente.
— Você está bem com isso?
— Mas é claro, está será a melhor despedida de solteira de toda a Europa e você estará comigo! — exclamou Elizabeth.
— O QUEEEEE?
Elizabeth rejeitou o pedido de casamento vindo de seu amante e abraçou de vez a vida de casada. Ela ainda não sabe sobre as intenções de sua melhor amiga, porém, contudo, toda a via, ele quer uma despedida de solteiro.
O que isso significa? E porque Elizabeth nem ao menos ligou para isso?
“Vê-la casando é um sonho que sempre tivemos, mas tê-la ao lado de Edgard ou simplesmente sonhar com o casamento dos dois afeta os meus dias. Não sei como irei reagir à este casamento. Espero de coração que dê tudo certo, eu amo a minha melhor amiga, mas adoro estar com o noivo”. — os pensamentos impuros de Neríssa foram interrompidos pela fala de Elizabeth.
— Você vai a minha despedida de solteira, né? — questionou Elizabeth.