[NARRADO POR LEONARDO VERANO – DEZ MINUTOS DEPOIS, SALA 27B, SILÊNCIO CORPORATIVO PÓS-CAOS™] A porta fechou. O silêncio veio junto. Não aquele silêncio calmo, de sala vazia às 18h. Mas um silêncio espesso, denso, que vibra no ar igual aquele momento antes do trovão explodir o céu. Só que o raio já caiu. Caiu, girou no ar, jogou café, água, papel higiênico, autoestima, e saiu de blazer de oncinha balançando como bandeira de vitória num campo minado. Eu fiquei. Na cadeira. Imóvel. A gravata ainda pingava. O tablet? Morto. Afogado numa poça de cafeína. Já era. A calça? Nem com mil desculpas do marketing dava pra fingir que isso foi um look planejado. Mas nada disso importava. Porque minha mente... tava presa nela. Marina. A mulher que jogou café em mim, depois água, depois a dign

