📓 NARRADO POR MARINA ALVES — A MOCINHA QUE TROPEÇA NO SALTO E NA ÉTICA (MAS TEM CHARME)
Terça-feira.
Céu nublado, café queimado, e eu… com a cara de quem sobreviveu a um apocalipse hormonal em forma de beijo.
Subi a ladeira da empresa quase de joelhos. Mentira, subi de salto. Mas mentalmente? Engatinhando.
Tava com o coração na garganta e a dignidade enfiada no bolso de trás da calça flare.
Entrei pela recepção fingindo naturalidade, tipo atriz da Globo entrando em buffet de formatura.
A Letícia, aquela mesma, coque impecável, blusa bege e tablet grudado no braço como se fosse órgão vital, já me viu de longe e puxou o ar tipo quem vai ler uma Bíblia inteira em dois minutos.
— “Bom dia, Marina.” — falou com a educação de uma aeromoça que acabou de descobrir que vai pegar turbulência.
