— “Tá doendo muito?” — ela perguntou, com o tom sincero de quem realmente tava preocupada… mas sem o menor filtro de noção. Respirei fundo. Ou tentei. Porque a dor na virilha tava começando a irradiar pro meu cérebro como se meu testículo tivesse virado um wi-fi da humilhação. E aí, ela falou. Ela. Falou. — “Quer que eu veja?” — “O quê?” — soltei, já sabendo que vinha bomba. Ela já tava com a mão se aproximando. SE APROXIMANDO. — “Se tiver roxo, eu dou um jeito. Já tratei luxação com gelol e benzedeira. Vai que—” — “MARINA!” — segurei o pulso dela no meio do caminho, entre a intenção e o atentado ao pudor. — “Ué, você parece em estado terminal. Só queria ajudar…” — “AJUDAR NÃO É PASSAR A MÃO NO MEU p*u NUM BANHEIRO MASCULINO DE BAR, MARINA!” Ela arregalou os olhos, os lábios tre

