Mauro respirou fundo do outro lado da linha. O tipo de suspiro que não entrega emoção, só cansaço de décadas lidando com egos maiores que balanços patrimoniais.
— “Isabela… desde que o pai dele morreu, essa é a primeira vez que o Leonardo apresenta algo que não parece apenas uma cópia higienizada do que já foi feito antes.”
Minha boca travou num meio sorriso forçado. Porque eu sabia que ele ia puxar esse nome.
Sempre puxam.
O pai de Leonardo.
A sombra eterna na qual ele cresceu — e de onde eu ajudei ele a sair, diga-se de passagem.
Mauro continuou:
— “Durante anos, o Leonardo repetiu fórmulas, jogou seguro, agradou o conselho com campanhas brancas, previsíveis e entediadas. Agora... agora ele botou o rosto em algo. Apostou. Errou ou não, ainda não sei. Mas ousou. E ousadia, quando v
