A filha do Delegado

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|Rodrigo|

Saio de casa vendo os caras armados de vigia e passo por eles sem falar nada. Estava puto da vida por ter deixado a tal loirinha fugir de mim ontem daquele jeito, tentei ir atrás dela, mas ela havia se perdido na multidão, ainda mandei uns caras ir a procura dela, mas a novinha evaporou do nada. David me zoou a noite toda por isso, ele é meu braço direito aqui no morro, ele deu até um apelido pra loirinha, "Cinderela " e não é que estava pegando ?

Subi na minha moto e fui pra boca, mas parei no caminho ao ver uns caras conversando .

- Espero que já tenham vendido os bagulhos todo, pra ta de bobeira assim .- Falo nervoso .

- Não chefe, é que eu acho que achei a menina que tu tava procurando ontem, a tal da cinderela .- TH fala me fazendo sair da moto .

- Onde ?.- Pergunto e ele olha pra ela me fazendo olhar também .

Ela era muito mais gostosa do que eu pensei, ontem eu tava chapado, sabia que ela era uma gata, mas não assim !

- O DG disse que a Lau subiu ontem com ela, e disse que ela era a prima dela .- Ele Diz ainda olhando ela .

- E porque só agora fui informado disso ?.- Falo bolado .- Já falei que quero saber de quem sobe e quem desce dessa m***a.

Eles não diz nada e nem me olham intimidados .

- Vão logo pra venda. - Falo indo em direção a Lau que estava sentada com a loirinha .

Senti que a "cinderela" tinha me visto e ficou nervosa com isso, eu gostava quando intimidava alguém. Mas assim que quase estava chegando nelas, ela se levantou e saiu rapidamente dali .

- Oque ta pegando com sua prima ?.- Falo com a Lau assim que chego nela .

- Minha prima ?.- Fala confusa, mas logo se põem no lugar. - Ah, minha prima, lógico .- Diz sorrindo nervosa.

- Porque ela correu de novo ?.- Pergunto.

- Ela lembrou que deixou uma coisa no fogo lá em casa .- Fala normal .

Fico quieto só a encarando, ela tinha algo de estranho, eu não sabia oque era, mas ia descobrir .

- Jaé, mas então, oque sua prima faz aqui ?.- Pergunto me sentando ao seu lado .

- Ela ta me visitando .- Diz rápido .

- E de onde ela é ?

- Ela mora na área nobre, não é perto daqui .- Fala sorrindo .- Porque, gostou dela ?

- Sabe que não gosto de ninguém Lau .- Falo acendendo um cigarro .

- Ah para RP, então não gosta de mim ?.- Diz fingindo estar chateada .

- Abro uma exceção pra você .- Digo a fazendo rir .

Lau era como uma irmã pra mim, ela também perdeu os pais e com isso, nos identificamos bastante. Sabemos qual é a dor !

- Jaé, vou nessa .- Falo já de pé .- Vai rolar o churas do David, vê se aparece lá no barraco dele, e leva a loirinha contigo.

- Pode deixar .

Saio indo em direção a minha moto, subo nela e vou pra boca. Chego vendo a Clarissa me esperando em frente. Clarissa é uma bandida, e era melhor que muitos aqui, até porque também dava pra pegar ela quando eu quisesse .

- Fala chefinho .- Diz sorrindo limpando uma pistola .

Entro sem falar nada e vou até o David que estava no cofre .

- Achei a cinderela .- Falo o fazendo me olhar .

- Ta de k.o .- Diz sem acreditar .

- Ela é prima da Lau .

- Já levou ela pro canto pra terminar o serviço de ontem ?.- Diz rindo .

- Ela saiu correndo de novo .- Falo e ele cai da gargalhada .

- Mano, o problema é contigo.

- Quem é cinderela ?.- Clarisse pergunta séria .

- A novinha do RP .- David diz e ela me olha com raiva .

- Achei que eu fosse a sua novinha .

- Clarisse, não viaja, a gente não tem nada ta. A gente só transa quando não tenho coisa melhor pra fazer e já deixei isso claro desde o começo .- Falo me jogando na cadeira acendendo um cigarro de maconha dessa vez.

- Então é assim, eu que to a vida toda com você, e agora chega uma p**a de outro mundo e você quer da moral pra ela ?.- Fala irritada.

- Achou que só por isso ia virar a patroa ?.- David diz rindo .

- David, não provoca mano .- Falo querendo rir .

- Ta ligado que se eu ver essa tal de cinderela, vou dar só dois tiros na cara dela né .- Ela fala bolada, e sai batendo o pé sem me deixar falar.

- Lipe !!.- Grito ele, e ele entra correndo.

- Fala chefe .

- Dá um freio na Clarisse, e avisa que se ela tocar na loirinha, quem vai dar dois tiros na cara dela sou eu .- Digo sério .

- Jaé .- Ele fala saindo novamente .

Clarisse era assim, achava que só por estar transando comigo, tinha o direito de virar a patroa, mas na verdade ninguém tem, eu não sou de pegar uma mulher só, minha vida é curtição e s**o sem compromisso .

Fiquei lá na boca fumando e contando os dinheiros que tínhamos ganhado com a venda. David ficou comigo também ajudando com a grana.

- Pô mano, os caras ai me falaram que o delegado Anderson ia tentar subir o morro, mas é muito estranho ele não ter subido ou mandado seus caras .- Diz desconfiado .

- Se ele não veio é porque ta tramando alguma coisa, mas seja lá oque for, estaremos prontos pra ele.

- Espero que sim .

Eu tinha ódio nas veias por esse m***a de delegado, eu só iria me satisfazer quando matasse ele com minhas próprias mãos, e isso não demoraria pra acontecer. Quero a cabeça dele pendurada na minha sala!

{.....,,...,,}

Tomei um banho e me vesti, coloquei a pistola na cintura e peguei o radinho também o prendendo a mim. Saio de casa e vou pra casa do David que era bem perto da minha, mesmo assim fui de moto. Cheguei lá e já tinha uns caras lá, todos me cumprimentaram e continuaram a beber .

- Toma ai .- David diz me dando uma garrafa de cerveja na mão .

- Cadê a tia Flávia ?.- Pergunto já dando uns goles na cerveja .

- Ta lá dentro .- Diz e vou até ela .

Chego na cozinha e ela estava misturando a maionese .

- Fala tia .- Digo e ela me olha sorrindo.

- Oi meu amor .- Ela para de fazer oque estava fazendo e me abraça forte. - Como você esta ?

- Eu to ótimo .- Falo normal .

- Que bom meu filho, eu tenho orado bastante por vocês .- Fala limpando as mãos .

- Então já vejo o porque estamos bem .- Digo e ela sorri calmamente .

Ela era a mãe do David, e era como uma mãe pra mim também .

Saio da cozinha abraçado com ela e chego no quintal, e já de primeira, vejo a Lau entrar no portão, e logo atrás dela a loirinha. Minha nossa, eu ia morrer só de ver ela, que corpo era aquele mano ?

Tia Flávia se solta de mim pra servir o pessoal e eu encaro a "cinderela" e logo seu olhar se encontra com o meu, mas ela não era a loirinha fujona, agora ela me encarava diferente, como quem mostrasse não ter medo de mim, como quem quisesse me encarar, e cair no p*u comigo no chão agora .