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1346 Words
|Maju| Já tinham quase uma semana que estava aqui e não tinha conseguido absolutamente nada, estava na hora de botar o plano em dia. Eu só via o RP rápido, ou ele passava de moto perto, ou eu estava na rua com a Lua e o via, mas nunca mais nos falamos, tenho que fazer ele confiar em mim a ponto de me contar qualquer coisa, mas como eu faria isso? Lau diz que eu poderia ficar com ele novamente, mas isso não daria certo, pois ele faria como as outras, depois que pegasse, jogaria fora, a não ser que eu faça ele sentir algo a mais que desejo . {........} Era uma tarde bem quente, vesti um short jeans, uma blusinha fina e fui atrás de algum lugar que vendesse algum sorvete, ou qualquer coisa gelada. A Lau estava na faculdade então não tinha ninguém pra ir comigo. Cheguei em uma barraquinha e como a Lau sempre fazia, me debrucei no balcão sorrindo pro moço . - Oi, aqui vende sorvete, açaí ou picolé ?.- Pergunto . - Vende os três .- Diz rindo . - Eu quero ...- Fico pensativa .- Quero um açaí, bem grande, por favor . - Esta bem . Encarei o lugar e pra falar a verdade, esse morro não era tão r**m quanto imaginava ser. Olhei pro lado vendo a tal da Clarissa com mais dois caras ao seu lado, fingi não ver ela e olhei pro moço que já estava com meu açaí na mão, lhe entreguei o dinheiro e peguei já botando uma colher enorme na boca e fui me sentar na pracinha. No campinho uns meninos jogavam bola, e já que não tinha oque fazer, fiquei assistindo o jogo . Oque essa Clarissa é afinal ? Ela era bem suspeita. Encarei ela por um tempo e a mesma me avistou e veio até mim com os dois caras . - Olha quem temos aqui .- Ela diz assim que chega perto .- Achei que tinha indo embora, depois do que mostrei ser capaz . - Não sou de fugir .- Digo sorrindo pra ela .- Alias, você mostrou ser realmente capaz ...Capaz de morrer enforcada . Os caras riram dela e ela bufou de raiva e sem esperar tirou uma pistola da sua cintura apontando pra mim, e os caras a olharam assustados. Então ela quer vim de pistola e eu não mão? legal mesmo. - Que isso Clarissa, ta doida mano?.- Um deles diz . - Eu já to cheia de você, sua v***a loira. - Diz com raiva . - Cara, sabe oque o RP falou mano, ele disse pra não encostar na cinderela .- O outro diz . De novo esse nome? Então quer dizer que o RP ta querendo me dar p******o né ? Isso já era um passo a frente na operação . - Solta essa m***a Clarissa .- Ouço a voz do RP e o motor de sua moto desligar . Ela olha pra ele assustada e abaixa a arma . - Ela me desrespeitou RP .- Diz irritada. Ele não diz nada só olha sério pra ela, fazendo a mesma guardar a arma. Sem mais dizer nada, ela me olha com raiva e sai dali quase quebrando o chão . - Vão ver as mercadorias que chegaram .- Ele diz fazendo os caras saírem também . Olho pro meu açaí vendo que já estava água pura e suspiro . - Ótimo .- Resmungo . - Porque sempre que te vejo, você esta metida em confusão loirinha?.- Diz me encarando . - Não posso evitar, adoro uma treta .- Falo o fazendo rir . - Namoral, você é de outro mundo. A Clarissa é a última mulher que as meninas do morro querem se meter e você, pelo visto gostou de cruzar o caminho dela . - Não tenho medo dela, nem de ninguém aqui .- Digo firme . Ele se cala novamente e só me observa. Já odiava esse jeito de tentar me intimidar. Quando ele ia falar alguma coisa, ouvi tiros e olhei pra onde o barulho vinha junto com ele. As crianças que estavam no campo correram e ouvia as mães chamando seus filhos pra casa . Me levantei do banco rápido e automaticamente pus a mão em minha cintura a procura da minha arma, que d***a, espero que ele não tenha visto isso . - Vai pra casa agora .- Diz autoritário já com sua pistola prata na mão. Finjo não ouvir e continuo ali . - Qual foi patrão, os tiras estão tentando subir o morro .- Um menino diz quase que desesperado .- O delegado Anderson ta de frente mano . Assim que ouvi o sobrenome do meu pai bufei de raiva. Como ele manda uma tropa pra cá comigo aqui ? Saio dali indo pra casa da Lau e entro de pressa já pegando o celular e ligando pra ele . Chamada on . - Oi filha ? - Porque mandou uma equipe pra cá pro morro ?.- Falo nervosa . - Como assim "pra cá" ? Onde você ta Maju ? Droga, tinha me esquecido que ele não sabia que eu estava aqui esses dias . - Eu to no morro pai . - Fazendo oque ai Maju ?.- Fala gritando . - Eu achei melhor ficar mais perto daqui, pra facilitar a operação . - Onde estava com a cabeça quando decidiu fazer isso ? Quero que saia dai agora . - Não vou sair até concluir a missão .- Falo no mesmo tom dele . - Maju, ou você sai dai, ou eu mesmo vou ai te buscar . - Então vem pai, porque não vou sair . Me deixa concluir isso . - O combinado não foi você ficar no morro . - Eu sei que não, mas esta tudo indo bem, eu juro . Ele se cala na linha e ouço sua respiração se normalizar . - Pai, cancela a operação .- Peço . - Sabe que não gosto quando tenta ser maior que eu nessas coisas . - Eu sei, mas como vou agir, com esses policiais todos tentando subir ? - Ta Maju, vou cancelar, e outra coisa, te dou no máximo quatro semanas pra você descobrir algo, ou você vai abandonar a missão . - Antes disso, eu vou estar com informações de onde fica cada boca de fumo deles e mais coisas . - Assim eu espero . - Tchau . - Tchau Maju . Chamada off . Suspiro fundo e tentava saber oque fazer . Pensa Maju, pensa ! Como ficar com ele sem que ele depois não quisesse mais, porque com certeza é isso que ele faz com todas as outras . - Cheguei .- Lau diz entrando em casa, minutos depois . - Lau preciso de você .- Digo indo até ela . - Meu Deus, m*l cheguei .- Fala se jogando no sofá cansada . - Preciso ficar com o RP sem que eu seja descartada depois .- Falo a fazendo sorrir pra mim . - Ta gostando dele ?.- Pergunta abobalhada . - Não, que pergunta i****a Lau, sabe que isso faz parte da missão . - Me engana que eu gosto. - Lau é serio, só me diz como .- Falo nervosa já . - Só não t*****r com ele de primeira .- Diz como se fosse óbvio . - Hey, mas quem disse que eu vou t*****r com ele ?.- Falo assustada.- Nem de primeira, nem de segunda. - Assim não da Maju .- Fala se levantando . - Olha, isso é só fingimento, só preciso tirar informações dele, só isso. - Então vire a patroa .- Fala sorrindo . Encaro o nada pensativa, se eu fosse a patroa, eu saberia tudo que precisasse saber, e então concluiria a missão e tudo voltaria ao normal. Não precisaria mais ficar vendo aquele i****a do RP todos os dias. Será um desperdício ter que botar ele na prisão, ou em um saco preto, tanto faz pra mim agora !
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