Capítulo 2 hoje nos casamos

2481 Words
― Não posso me casar com você, estou grávida. ― Digo para fazê-lo desistir. Ele pensou por alguns segundos e assentiu. ― Eu vou cuidar da criança também. ― Mas eu não estou pedindo isso, meu bebê tem pai. ― Eu disse cruzando os braços. ― Eu não me importo com isso, Bree. De qualquer forma, você será minha esposa. Eu suspirei frustrada. ― Não estou grávida, mas já que vi que isso não te impede, nada vai. ― Permaneci com os braços cruzados. ― E bom que você entenda. ― Ele disse sem expressão. Comemos em silêncio, ou melhor, ele comeu, enquanto eu brincava com a comida. Aquela conversa me deu arrepios. ― Você vai comer, sim ou não? ― Ele perguntou sério e eu neguei. ― Então, é hora de dizer sim, Bree. Eu balancei a cabeça. ― Sim. ― Eu disse muito baixo. ― Não te ouvi, Bree, pode falar mais alto, por favor? ― Sim. ― Eu concordo, respondendo suspirando. O que ele tinha? Antes, ele tinha me ajudado, e hoje, parece o próprio d***o, vindo buscar por essa ajuda. Era uma coincidência fodida que o seu apelido era Hades? Não acredito. Ele pegou a caixinha e colocou o anel no meu dedo. ― Estou feliz que você aceitou, Bree. ― Você teve outra? ― Perguntei frustrada. ― Isso será benéfico para nós dois, você vai ver. Venha, vou te levar pra casa. ― Ele disse levantando da mesa. E eu neguei. ― Prefiro ir sozinha. Não se preocupe. ― Eu disse sem olhar para ele ― Eu te ligo esses dias para falarmos sobre o tema do casamento. Tchau, Bree. Acenei em despedida para ele e fiquei pensativa, olhando para o nada. O meu celular toca, me tirando dos meus pensamentos. Foi a Carol, uma das minhas colegas, que me convidou para ir à uma festa com elas, para comemorar a nossa formatura, mas eu não tinha cabeça nenhuma. Então, eu recusei. Mas ela foi me encontrar no meu apartamento junto com as outras garotas. Elas esperaram por mim enquanto eu me arrumava e saímos. ― Bree, o que está acontecendo com você? Vamos, você nunca foi a alma da festa, mas hoje está pior. ― Disse Carol com os braços cruzados. Neguei. ― Só estou cansada, por isso eu queria ficar em casa. ― Respondi e soltei um suspiro. Ela colocou duas doses de tequila em minha frente, enquanto sorria. ― Aqui, isso vai tirar o seu cansaço. Eu balancei a cabeça e bebi o primeiro gole seguido pelo segundo. Ela me abraçou lançando um sorriso. ― Eu gosto assim. Minutos depois ela me serviu outra dose de tequila e depois mais outra, até que comecei a ficar tonta. ― Vamos ao banheiro, estou com muito enjoo. ― Falei pegando a mão dela, mas ela me impediu. ― O que isso significa, Bree? ― Ela perguntou com a boca um pouco aberta. ― Significa que bebi tequila demais e agora quero vomitar, vamos lá. ― Respondi, arrastando-a, mas ela não se mexeu. ― Eu estou falando sobre este anel. ― Ela disse levantando a minha mão. Segundos depois, eu tinha todas as garotas ao meu redor, me questionando. Eu dei de ombros, eu tinha esquecido de tirar o maldito anel. ― Vamos Bree, fale. ― Step disse me olhando feio. ― É um anel de noivado, vou me casar. Elas me olharam com cara de surpresa e Carol me olhou incrédula. ― Como assim você vai se casar? ― Isso mesmo. ― Eu disse dando de ombros Carol me arrastou para fora do bar enquanto as outras foram para o lado dela, seguindo-nos. ― Agora mesmo, você vai nos explicar tudo isso. ― Ela disse com os braços cruzados. E como diabos eu iria explicar tudo isso para elas? Se nem eu mesma entendi. ― Vou me casar com Ramsés Knight. ― Eu disse sem mais delongas. O rosto de todas era um maldito poema. E presumi que aqueles rostos eram o meu próprio rosto quando ele me pediu em casamento. Quando elas saíram de seu espanto, o interrogatório continuou. ― Como você vai se casar com a p***a do Hades? De onde você o conhece? Por que nunca os vimos juntos? ― Carol perguntou. Então, tive que mentir, Ramsés não me disse exatamente por que queria se casar para que eu não pudesse dar a volta ao mundo dizendo que ele estava me forçando. ― Ele é meu ex-namorado e voltou para me pedir perdão e em casamento. ― Falei sorrindo. ― Não minta, Bree. Hades não tem namoradas. ― Step disse. ― Isso é um absurdo, Step. ― Falei suspirando. ― Se ele não tem namoradas, então ele não tem esposas e este anel foi ele quem me deu. ― Acho que você está muito bêbada, Bree. ― Disse Carol, obviamente zangada. ― Tenho certeza que você está tão bêbada que está confundindo as coisas. ― Sim, estou muito bêbada meninas, vou para casa, tchau. ― Disse me afastando delas. Peguei um táxi e fui para casa. Tirei minha roupa e fui dormir. Assim que abri os olhos, vi uma figura n***a bem na frente da minha cama. Quase morri de susto naqueles segundos em que os meus olhos demoraram a se adaptar a luz. ― p***a, você quase me matou de susto. ― Falei tocando em meu peito. ― Como diabos você entrou? O que faz aqui? ― É meu apartamento, Bree. Eu sei os segredos. E não diga palavrões. ― Mas eu moro nele. ― Falei frustrada. ― Você não pode entrar aqui sempre que quiser. ― Você é minha noiva, Bree, e eu posso fazer isso. ― Ele respondeu sem nenhuma expressão. ― Pode ir embora? Para eu poder me vestir. ― Falei apontando para a porta. Ele assentiu, virando-se. Escovei os dentes e vesti a primeira coisa que encontrei. Quando saí, ele estava com o celular nas mãos. ― É assim que você vai para escolher o seu vestido de casamento? ― Ele perguntou me olhando de cima a baixo. ― Vamos comer juntos mais tarde. ― Disse e isso me deu vontade de bater nele. ― Como eu ia saber que íamos escolher o vestido de noiva hoje? ― Perguntei me virando para me trocar. ― Não há tempo, Bree. ― Disse ele, levantando-se do sofá e pegando minha mão. Eu imediatamente soltei a minha da sua. Continuei em direção ao meu quarto, mas eu não sei como diabos isso aconteceu, quando percebi já estava em seu ombro. Eu bati em suas costas o mais forte que pude, mas foi doloroso para mim, suas costas eram como pedra. Este homem definitivamente não parecia humano. Ele nem estava reclamando. ― Se você não parar de me bater eu vou bater em você, Bree. ― Ele disse com uma voz séria quando estávamos no elevador. ― Então, me coloque no chão! ― Eu disse com raiva. ― Você poderia tentar um “por favor, meu amado futuro marido, você pode me colocar no chão? ― Nem mesmo em seus sonhos! ― Eu disse batendo nas costas dele. Segundos depois, senti um tapa em minha b***a. ― Mas o que diabos há de errado com você? ― Falei furiosa. ― Eu avisei, Bree. E pare de dizer palavrões, por favor. Mais irritada do que abatida, eu fiquei em silêncio, xingando em minha mente. ― Olá, Bree. ― Ouvi minha vizinha, Sra. Colt me cumprimentar ― Olá, Sra. Colt. ― Eu disse olhando para ela e ela estava sorrindo. Acho que ela achou engraçado eu estar nessa situação. Merda. Ramsés me soltou de seu ombro quando estávamos em seu carro. Eu queria bater nele assim que ele me soltou, mas o seu olhar me assustou um pouco. Então entrei no carro e cruzei os braços. Ele deu a volta no automóvel e se sentou ao meu lado. ― Eu não achei isso engraçado, não faça isso de novo. ― Eu disse olhando para ele e ele deu de ombros. ― Não era para você rir. ― Disse ao telefone, sem olhar para mim. Era impossível ganhar atenção dele ou o que? ― Eu pensei. ― Bom dia, senhorita Bree. ― Disse Caden, seu guarda-costas, me cumprimentando. ― Bom dia, Caden. ― Eu respondi com um simpático sorriso. ― Para ele você sorri, mas em me bate? ― Ramsés perguntou sem tirar os olhos do celular. ― Porque ele não entrou no meu apartamento e me carregou no ombro sem o meu consentimento! ― O encarei seriamente. ― Por enquanto, mas ele tem ordens para fazer isso também se você ignorar, Bree. ― Ele disse me olhando sério Discutir com ele era impossível, então eu silenciosamente olhei pela janela. ― Você finalmente não tem algo a dizer? ― Ele perguntou depois de alguns minutos. ― f**a-se Ramsés. Eu vi um meio sorriso em seu rosto. ― Não vou ser grosseiro dessa vez, só porque você me fez rir. ― E desde quando você ri? ― Falei com o intuito de irritá-lo. ― Sou humano, Bree, claro que eu rio. ― Ainda estou duvidando disso. ― Eu disse suspirando. Ele deu de ombros e voltou para o telefone. A prova do vestido foi um desastre total. Eu odiava Beverly, a organizadora de casamentos, eu a odiava com todo o meu coração. Aquela mulher era odiosa e arrogante. Então, quando pude, fugi do local, mas alguns braços me impediram. ― Sinto muito, senhorita, mas tenho ordens estritas de não deixar você sair. ― Caden disse com uma cara triste. ― Você pode ligar para o seu chefe, por favor? Não vou entrar nesse lugar porque vou virar uma assassina. ― Digo frustrada. Ele assentiu e pegou o seu telefone. Segundos depois, Ramsés estava saindo pela porta com um semblante nada amigável no rosto. ― O que está acontecendo, Bree? Por que você não está lá dentro? Eu estava esperando você sair com o seu vestido quando Caden me ligou. ― Eu odeio essa mulher, se vamos fazer isso deixe-me fazer do meu jeito. ― Eu disse cruzando os braços. Ele pegou minha mão e me arrastou para dentro da loja. ― Beverly, a senhorita Bree é minha noiva e foi ela quem te contratou para isso, então, você deve obedecê-la em tudo. Disse, dando-lhe uma ordem. Ela assentiu envergonhada e acho que pela primeira vez gostei do poder que eu estava sentindo, pelo menos na frente dessa mulher detestável. Então ela deixou de ser i****a comigo e me obedeceu em tudo. Saí com um sorriso triunfante, carregando o meu vestido em mãos para mostrá-lo a Ramsés, que me olhou sorrindo. E foi a primeira vez que o vi sorrir. ― Obrigada. ― Eu disse, dando-lhe um abraço e imediatamente ele ficou tenso. Então eu o soltei e envergonhada me desculpei. Depois disso, ele ficou mais quieto do que nunca ― Leve-me para o escritório, Caden. ― Ele disse sem esboçar nenhuma expressão em seu rosto assim que entramos no carro. ― Não íamos comer juntos? ― Perguntei olhando para ele atentamente. E era como se eu nunca tivesse feito uma pergunta a ele, porque ele me ignorou completamente. ― Leve a senhorita Bree para casa. ― Disse a Caden antes de sair do carro. Ele se virou e foi embora. ― Mas o que diabos tinha sido tudo isso? ― Suspirei frustrada. E eu não havia percebido que tinha dito isso em voz alta até que Caden me respondeu. ― O Sr. Knight é um pouco difícil, mas não é uma má pessoa, senhorita Bree ― Caden, você sabe que pode me chamar de Bree, apenas Bree. ― Eu disse olhando para ele, mas ele negou. ― Eu não posso, Srta. Bree, especialmente agora que você será a esposa do meu chefe. ― Ele disse encolhendo os ombros. Suspirei meio frustrada. ― O seu chefe vai me dar cabelos brancos. ― Eu disse negando com a cabeça e ele sorriu. Depois disso, os dias se passaram para que eu pudesse vê-lo novamente. Ele me deixou escolher tudo, desde a comida até o sabor do bolo, ele escolhia tudo o que eu dizia, mesmo que visse outras coisas. ― Você está me assustando. ― Digo assim que ficamos sozinhos. ― Do que você está falando? ― Ele perguntou olhando para mim. ― Você está me deixando escolher tudo. Você não está brigando comigo por nada e parou de me incomodar. Está doente? ― Perguntei tocando a sua testa. Ele deu de ombros e negou. ― Eu não estou doente, Bree, quero que você se sinta confortável com tudo sobre o casamento. ― Obrigada por isso. ― Eu disse sorrindo. ― E não se preocupe, eu não vou te abraçar. Ele olhou para mim e eu não sei o que vi em seus olhos. ― Você deveria fazer isso com frequência, assim eu me sinto mais humano. ― Ele disse muito baixo. E fiquei em silêncio sem saber o que dizer. Isso me deixou tão triste que me lembrou a Bree do orfanato. Então, fui até ele e o abracei. Primeiro ele ficou tenso e depois relaxou. Ficamos assim até sermos interrompidos por Beverly. ― Que lindo casal vocês são. Dá pra perceber o quanto estão apaixonados. ― Disse sorrindo. E revirei os olhos para ela. Eu realmente a odiava. Ele olhou para mim e balançou a cabeça com um meio sorriso ligeiramente zombeteiro. Fomos à algumas aulas particulares para a dança dos noivos e foi mais que um desastre, eu não sabia dançar e acabava pisando nele a cada segundo. ― Concentre-se, Bree. ― Ele gritou com raiva. ― Mas eu não sei dançar, droga. ― Respondi ele no mesmo tom. ― Como você não sabe dançar? Isso não é ciência, Bree. ― Eu não sei dançar, eu já te disse. ― Eu vociferei em frustração. ― O que você achava que as freiras iam me ensinar no orfanato? A dançar? ― Eu gritei com raiva e me virei para sair. ― Desculpe, Bree, eu não queria gritar com você, eu não queria fazer você se sentir m*l. ― Disse ele, me parando. Mas eu já era um vulcão em erupção e o fiz calar a boca. Não sei exatamente o que foi tudo o que gritei com ele. Eu nem consigo me lembrar disso. Ele apenas ficou em silêncio. E foi aí que a cordialidade entre nós terminou. A próxima vez que nos vimos foi no dia do casamento. Eu estava uma pilha de nervos. Eu não queria me casar. Eu o fiz vir me ver minutos antes da cerimônia começar. ― Por favor, vamos cancelar isso, é um erro. Não quero casar. ― Eu implorei, mas ele recusou. ― Dê o sim, Bree, hoje nos casamos sim ou sim. ― Ele disse se virando e me deixando ali parada enquanto eu estava uma bagunça.
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