Transformados!

Sangue e ódio!

A grande horda surge no horizonte, os soldados começam a tremer e alguns até chorar, alguns dos recrutas entram em desespero. O pânico quase se iniciou, mas eu pego o megafone que estava ligado às caixas de som por toda a cidade e começo a falar: - Não temam o inimigo, nós treinamos por anos para a chegada desse momento, enfrentamos muita dificuldade, perdemos companheiros e familiares para esses malditos transformados e vocês estão pensando em se acovardar??? Soldados nós somos os guardiões da cidade de Tower, se sucumbirmos a cidade também sucumbirá e toda essa gente inocente vai morrer ou até pior. Fugir não é uma opção, isso é atitude de covarde e nós da CDI não somos covardes!!!

Os soldados começam a gritar brados de batalha. Vendo que seus superiores tomam coragem e não temiam mais a morte, os recrutas ficam mais confiantes.

E para terminar eu grito: - A guerra contra os transformados é uma competição senhores e a morte é a nossa recompensa, eu vejo vocês do outro lado seus filhos da p**a!!!

O portão principal se abre e um exército enlouquecido pela sede de lutar passa por ele. Eu estava no comando das defesas da muralha e Zeddy e os outros recrutas ficam comigo, os soldados mais experientes tomam a linha de frente da batalha.

Miranda e um pelotão de snipers se alinham em posições estratégicas na muralha e de lá começam a abater o inimigo. Gálio e um pelotão chamado de berserkers se reúnem cada um com um franco atirador para dar proteção corpo a corpo, eles utilizam desde Katanas a machados enormes.

Zeddy fica na linha de frente da muralha com os fuzileiros, e eu fico no meio de tudo para ajudá-los e orientar a todos.

Comandante: - Soldado Watson, relatório!

Quando eu vejo Charles uma ira enorme cresce dentro de mim, mas ele ainda era o meu superior então eu simplesmente dou o que ele pede.

Eu respondo: - Os combatentes de Elite assumiram a linha de frente, senhor, os tanques e o maquinário pesado estão apenas esperando uma ordem para avançar.

Comandante: - Ótimo... Já conseguiram descobrir as espécies de transformados que estamos enfrentando?

Eu respondo: - Ainda não fizemos contato com o inimigo senhor, mas posso chutar que sejam açougueiros, cuspidores, espinhos do inferno e um ou dois titãs!

Comandante: - Por quê você acha isso soldado?

Eu olho para o grande tumulto que se forma na horda e digo: - Vê aqueles dois pontos? Aqueles com tumultos se formando?

O comandante Charles aperta os olhos, mas consegue enxergar.

Comandante: - Sim, eu posso ver!

Eu suspiro e digo: - Eles estão se fundindo... Logo teremos dois titãs para nos preocuparmos!

Comandante: - Mas que droga... Se esses desgraçados aparecessem nos sensores, nós poderíamos ter acabado com a raça de todos eles, isso teria evitado que eles chegassem tão perto!

Preocupada eu pergunto: - Você não está pensando em usar aqueles mísseis agora, está?

Comandante: - Não podemos descartar essa opção em último caso!

Eu retruco dizendo: - Mas se isso acontecer os transformados vão estar perto demais, isso iria matar muitos dos nossos!

Charles olha para mim e depois dá as costas dizendo: - Mantenha-me informado, soldado!

Eu cerro os punhos e pergunto: - Por quê eu tenho que ficar aqui só olhando e não posso lutar em campo com os veteranos???

Charles para de caminhar e se vira olhando para mim.

Comandante: - Você treinou para ficar como uma guardiã da muralha, não para lutar em campo como uma combatente!

Eu olho para todos à minha volta e ao perceber que estava fazendo exatamente o contrário do que ensinava aos recrutas... Acabo fechando a minha boca.

Comandante: - Apenas cumpra as ordens, soldado!

Eu me viro e o grande conflito acontece, os tiroteios se iniciam e uma grande quantidade de sangue jorra. Os combatentes disparam contra os transformados que avançam ferozmente, eu ergo minha mão esquerda preparada para dar a ordem aos snipers.

Zeddy observa com seus olhos trêmulos as vísceras e sangue de seus companheiros se espalhando pelo chão do campo de batalha, os açougueiros cortavam e dilaceraram todos os soldados em seu caminho. Os cuspidores disparavam seus jatos de gosma ácida a mais de 200 km por hora, os soldados atingidos tinham sua carne corroída até os ossos. Os espinhos do inferno mais pareciam ouriços gigantes, e seus espinhos continham o vírus já que cada um deles tinha sua própria glândula injetora. Por último os titãs, depois da junção de diversos transformados dois titãs com cerca de 20 metros cada, surgem e esmagam diversos soldados em campo.

Zeddy assombrado diz: - Isso... Isso é loucura...

Eu me aproximo, ponho a mão sobre seu ombro e digo em seu ouvido: - Se você perder o seu foco e por sua culpa seus companheiros que estão sobre essa muralha morrerem... Eu juro que quem vai te matar não vão ser esses transformados!

Zeddy: - Certo... Certo Watson eu entendi!!!

Eu o olho e vejo que o mesmo estava mesmo se esforçando apesar da tremedeira. Eu olho para a batalha e ao ver que os transformados já estavam em uma boa posição eu ergo a minha mão dando o sinal para o comandante Charles.

Charles pega o rádio comunicador e dá a ordem: - Liberem os tanques e maquinário pesado!

Os tanques avançam e logo atrás os mechas de combate... Os mechas de combate foram projetados para combate em qualquer terreno, seu braço esquerdo possui uma longa lâmina que retalha facilmente qualquer tipo de metal comum, no braço direito o mesmo possui um escudo de energia quase inquebrável, além dos lança foguetes nas costas e um canhão de laser no ombro direito. Dizem que os mechas foram construídos com tecnologia alienígena, mas seja lá quem foi que inventou essa super arma, o desgraçado é um gênio.

Os titãs logo são alvejados com os tiros dos tanques, mas os transformados não iriam se deixar ser massacrados daquela forma, eles avançam contra os tanques, mas os soldados que ainda estavam de pé em campo não iriam permitir.

Observar aquele combate de um local seguro enquanto meus companheiros morriam lutando com honra estava me deixando muito desconfortável. Acho que se esse maldito do Charles não fosse obcecado por mim eu estaria lá em baixo lutando também. Eu cerro os punhos e ranjo os dentes de raiva.