Capítulo 5

976 Words
— Parece que nunca viu mulher. — Ironizei deixando de lado a nossa pequena discussão de agora a pouco. — Você fala isso porque não viu a mulher que vi, parecia uma pantera-n***a, deliciosa. — Sei! — Digo enquanto Paulo estacionava o carro na vaga privativa. — Senhor, fico te esperando? — Não, vá para o hotel, ficarei por aqui mesmo. — Certo! — Nunca vi isso, as suas férias são sempre trabalhando, Dudu. — Reclama outra vez. — Não me chame assim. Esbravejo. — Já disse que não estamos de férias. — Você precisa esquecer o passado, só assim será feliz. — E quem disse que eu não sou feliz, Felipe? — O questionei saindo do carro e ele faz o mesmo. — Sou o CEO de uma empresa forte e reconhecida no mercado. — Estou falando de amor cara, chegar em casa e ser recebido por alguém. O que adianta você ter tudo isso e não ter ninguém para compartilhar? Para quem você deixará tudo isso se não tem ninguém. — Deixarei para você. — Respondo impaciente. — Estou bem do jeito que estou, Felipe, pare de se meter em minha vida. Você deveria seguir o seu próprio conselho! — Ele me encara com as sobrancelhas erguidas em desafio às minhas palavras. — Vamos à gerência, quero falar com Cláudia antes de encontrar os rapazes. — Digo mudando de assunto. — Ele afirmou em silêncio. — Encontrei alguém. — Estaquei no meio do caminho quando ouço as suas palavras ditas depois de um tempo em silêncio. — Como assim? — A conheci 3 meses atrás no aeroporto, quando voltava para New York. — No aeroporto daqui ou lá? — Daqui! Ela é brasileira, estava indo morar em New York, notei seu pavor e puxei conversa. — E você está namorando ela? — Não, ainda não, mas vou oficializar isso quando voltar, mas ela sabe que tenho interesse nela. — Engraçado... — O que tem graça? — Você parece apaixonado por uma mulher que conheceu a pouco e fode com várias mulheres. Que amor. — E quem disse que estou fodendo com várias mulheres? — Você faz questão de vim para cá. —Digo o óbvio. — Não consigo mais, não me sinto mais atraído, a menina que me acompanha, a Talita, ela só faz me ensinar o português, ou tentar. — Fico surpreso com suas palavras. — E você está 90 dias sem sexo? — Ele afirmou. — Eu não consigo, sinceramente falando, eu não consigo. — Porque você não encontrou a pessoa certa, cara. — Hum! — Respondo-lhe não acreditando em suas palavras. Eu já amei, ele sabe disso, então não tem porque ele me dizer algo assim, sabendo que não quero mais um relacionamento. — Qual o nome dessa mulher, Felipe? — Laís, como eu disse, ela é brasileira. — Hum! Fico feliz por você Felipe, mas eu estou bem como estou. Agora vamos! — Ordenei deixando claro que a nossa conversa já havia terminado. Chegamos em frente a sala da coordenação e gerência, estava para bater na porta, quando a assistente da Cláudia apareceu dizendo que a mesma estava em reunião e nos fez entrar na sala da coordenação. Pareceu-me até uma piada, mas preferi não expressar meus pensamentos em voz alta, pois poderia soar como um preconceituoso. — Vá chamar a sua chefe, quero falar com ela agora. — Exijo. Logo a mulher vai em busca de sua chefe com a face apavorada, enquanto Felipe resmungava sem parar. Alguns minutos depois ela aparece com a cara mais lavada do mundo. — Senhores! — Ela diz em um inglês quase fluente. __ Em quê posso ajudá-los? Sério isso? — Você não tem um palpite do porque estamos aqui? — Questionei ainda em pé. A sala é pequena e só a mesa de escritório disposta no canto esquerdo tomava quase todo o ambiente. Odeio lugares apertados. Penso frustrado. Mas, adoro estar dentro de uma apertadinha, nesse caso as coisas mudam de figura. Volto a pensar escondendo o riso. Felipe estava sentado à cadeira enfrente a mesa com seu olhar distante, como se estivesse pensado em algo, eu estava ao seu lado, Cláudia encostou-se a porta fechada e sua assistente provavelmente ficou do lado de fora. — Eu já resolvi esse assunto, senhor Edward, a menina levou uma advertência. — Deveria demiti-la. — Eu não farei isso! — Rebate com o tom furioso, contido, mas notava-se a fúria. — A Luíza não teve culpa, aconteceu e não acontecerá mais. — É bom que não aconteça mesmo, porque se acontecer, não voltarei mais aqui e nem meus clientes. __ Ela me fitou assustada, mas nada diz. — Cláudia, os clientes chegaram? — Felipe perguntou talvez querendo aliviar a tensão da pequena sala que ficou pesada de repente. — Sim, estão na sala privativa e como ordenado, as meninas estão entretendo a todos. — Talita está hoje? — Sim, está senhor Felipe. — Ótimo! — O senhor vai querer companhia hoje, senhor Edward? — Vou sim, mas só depois da reunião. — Alguma preferência? — Uma que saiba fazer boquete direito já está de bom tamanho. — Respondo com sarcasmo e caminho em direção a porta. Ela se afasta me dando passagem. — Vamos Felipe! — Vou acompanhá-los ao seu destino. — Ela diz abrindo a porta. Eu ia negar, mas Felipe foi mais rápido que eu. — Agradecemos, minha cara. — Ele sorrir de forma sedutora a segurando pelo braço e fazendo a mesma corar, em seguida ele me olha entortando a boca me repreendendo com seu olhar como ele sempre faz quando sou grosseiro com alguém. Ignorei e andei apressadamente na frente dos dois. Hoje não estou de modo a ser compreensivo com ninguém, às vezes é muito cansativo. Daqui a 3 dias volto para Santa Catarina. Estou contando os dias para isso.
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