Capitulo 4

1573 Words
Capitulo 4 Acabou de tocar a sirene do toque de recolher, então vou tomar banho.  Visto um short jeans e uma blusa cinza curta, deixo o cabelo solto e assim que as garotas vão deitar, eu me levanto e tento sair. —Ei! Pode parar! —Laura exclama. —Você ta saindo todas as noites! Pode dizer a onde está indo? —Andreia diz. —Não é da conta de vocês. —A gente gosta de você, não nos faça chamar a diretora e acabar com sua noite. Eu não me importo de elas chamarem uma diretora, mas isso iria me custar mais uma hora e eu já to ficando com sono. —Vou ao quarto de uns amigos, a gente vai meio que comemorar. Os olhos das duas brilham. —Podemos ir? A gente nunca se diverte here. Eu, como sou uma embaixadora da diversão, como deixo ir. —É o seguinte, fiquem caladas e façam tudo o que eu mandar. Elas concordam e colocamos travesseiros de baixo da cobertura, apagamos a luz e trancamos a porta. Vamos andando e quando chegamos à divisa do corredor dos garotos com garotas, eu vejo de longe o inspetor. —Fiquem quietas, o inspetor tá ali. —Sussurro. Vai ser impossível passar por ele sem ele nos ver. —É o seguinte, quando ele não viu, vocês vão para o corredor dos garotos e me esperem. —O que você vai fazer? —Laura pergunta. Eu vou em direção ao inspetor sem responder. —Volte pro seu quarto, já passou do toque de recolher.-Ele diz bocejando. —Eu estou com cólica, preciso andar para passar. —Digo impaciente. Ele me olha confuso, mas cede. Homens, criaturas tão burras quando se trata de assuntos femininos. Eu vou para trás dele o obrigando a ficar de costas para as garotas. —Ai aí! Ta doendo! —Eu me contorço e ele se assusta. À medida que as garotas passam correndo e eu fico aliviada. —Ta tudo bem? Precisa de alguma coisa? —O inspetor pergunta já em desespero. Ele parece ter uns 50 anos e imagino que não tenha filhos ou esposa, pois mora nesse lugar. -Sim, pode buscar água para mim antes que eu morra! Ele sai correndo. Vou até as garotas e elas estão me olhando com admiração. —-Isso foi demais! Já consolidada em entrar no teatro? —Laura pergunta. Eu rio e vamos até o quarto dos garotos. Eu bato na porta e Samuel abre. —Você não disse que iria trazer companhia — Ele diz olhando para as garotas que se encolhem. Ele é um ogro de rabugento. —São minhas amigas, agora sai da frente — Eu o empurro e entramos no apartamento. Os garotos estão sentados videogame de jogo. —Eu achei que era proibido vídeo game aqui. —Laura diz. —Essa regra não se aplica a ele Laura, você sabe, a mãe dele. - Andréia cutuca Laura. Um dia quero conhecer a mãe dele, ela parece ter bastante influência nessa escola. —Minha mãe não tem nada a ver com isso, a gente trouxe um videogame pra cá no final do ano passado e escondemos. —Samuel diz emburrado. Um ogro sensível. —Chega de papo, vamos começar a festa, o que tem pra comer? —Eu digo. - Eu consegui brigadeiro pra gente-Samuel diz. —Como? —Andreia pergunta. —Acho que a moça da cantina tem uma queda por mim. —-Ele diz. —Ela e a maioria das garotas desse Colégio, né. —Laura comenta. Os garotos riem. —Mas o nosso amiguinho aqui é burro e não aproveita esse dom. — Tiago diz. —Ei, a culpa não é minha se a maioria das garotas desse Colégio são um bando de riquinhas sem sal. Sem ofensas á vocês duas, meninas.-Samuel disse, mas Laura e Andreia pareceram bem ofendidas. —Mas você achou uma que não é nada disso e até agora não vimos nenhuma investida. —Rafael diz. Como assim? Quer dizer, eu não estou com ciúmes, é só que eu não tenho visto ele com muitas garotas desde que cheguei aqui. —Quem? —Pergunto. Rafael e Tiago caem na cama de tanto rir. —Você, demência. —Tiago fala. —Assim, eu não sou uma riquinha mimada e tampouco sem sal, mas eu e ele? Sério? Prefiro mil vezes o brigadeiro que está esperando naquele guarda roupa. —Eu digo. Eu não quis que soasse como se eu nunca namoraria o Samuel, mas fiquei nervosa e foi o que saiu. Ele tirado ofendido. Eu fui em direção ao guarda roupa e peguei a vasilha que estava o brigadeiro. —Como você sabia que tava ai? —Rafael pergunta. —Vocês guardam tudo aqui. —Digo com a boca cheia. Nós todos sentamos na cama e jogamos videogame e comemos brigadeiro até acabar. Foi muito divertido até a hora que os garotos resolveram fazer cócegas na gente e eu quase matei o Samuel com um soco na costela. Cócegas não é engraçado, é tortura e hoje eles aprenderam que eu odeio cócegas. E Samuel ficou emburrado comigo. Percebi um clima entre o Tiago e a Laura. Eu combino com a Andreia para nos trancarmos os dois no banheiro e ela aceita, mas não deu muito certo, eles desconfiaram e eu acabei trancada, mas eu tinha um grampo no cabelo e destranquei a porta em minutos. Eles ficaram olhando de boca aberta e eu apenas ri. —-Gente já é quase duas da manhã —- Laura diz. —E daí? Amanhã é sexta, só temos aula na parte da tarde, e é cedo, vamos brincar de verdade ou desafio —- Tiago diz. —Vamos! —Eu digo. Sentamos em uma rodinha defeituosa uma garrafa de refrigerante para girar. —Gargalo responde pra quem gira. —-Tiago diz. Ele começa girando e para no Rafael. Ele sorri. —Verdade o desafio, Rafa? —Verdade. —Com quantos anos você beijou uma garota pela primeira vez? Eu falei garota e não garoto, tá, cara. Nós rimos. —Engraçado, eu tinha 16. —Tipo, ano passado? —Eu pergunto. —Eu sei, é vergonhoso! —Tiago diz. Rafael revira os olhos e gira uma garrafa que para em mim. Eu não acho nada vergonhoso, na verdade, é até bonitinho. Eu acho que ridículo que haja uma pressão para que garotos peguem o máximo de meninas que consigam, acho ridículo que uma garoto que beijou pela primeira vez aos 16 seja “vergonhoso”. —Verdade ou desafio? —Rafael pergunta. —Verdade. —Você já se apaixonou? —Não. —Digo. Eu nunca tive tempo para namoro. Já fiquei com alguns caras, mas nunca senti nada. Eu giro a garrafa e para no Samuel. —Verdade ou Desafio? —Verdade. Eu penso um pouco. O que eu poderia perguntar pra ele? —Você já se interessou por alguma garota daqui? Que tipo de pergunta foi essa? Ele está há dois anos aqui, é claro que se interessou. —Só uma até agora. —Eca! Você ta falando da Celeste? Aquela patricinha mimada que você namorou no primeiro ano? —Rafa pergunta. —Não! Nem me lembre! É outra, mas vamos la, eu vou rodar. Samuel roda e para na Laura. —Verdade ou Desafio? Por favor, escolha desafio, eu m*l te conheço. —-Desafio, então. —Ela diz. —Ta, beija o Tiago. Ela fica vermelha e eu rio. Tiago ao contrário está sorrindo pra ela. Aí tem coisa. Eles se beijam e gente, que beijo, até eu me senti incomodada. —Minha vez — Laura gira uma garrafa e para em mim de novo. —Verdade ou desafio? —Verdade. —Você ficaria com o Samuel? Samuel olha pra mim e meu coração bate mais forte, uma sensação estranha percorre meu corpo. Eu ficaria com o Samuel? Meu estomago revira. Qual é Luna, você sempre teve a língua afiada, uma resposta pra tudo, por que agora não consegue dizer sim ou não? —Sim.-Todos fazem um longo hmmmmm e eu reviro os olhos.-Ah, vão se ferrar. Ele é um garoto. Eu sou uma garota. Se existir atração, por que, não? Do mesmo jeito que eu ficaria com o Rafa se houvesse atração. Todos ficam calados e Samuel me olha de um jeito estranho. Ele já estava emburrado comigo e depois de eu insinuar que ficaria com ele e seu melhor amigo, as coisas não melhoraram pro meu lado. Minha vez de girar a garrafa e o santo destino a faz parar no Samuel. —Verdade ou Desafio? —Verdade. —Ele responde distraído. —Ahn... você é virgem? Hoje descobri que sempre que eu ficar nervosa tenho que passar uma fita isolante na minha boca. —Não... Minha vez. Ele gira e para no Tiago. —Desafio-Tiago responde antes do Samuel pergunta. —Te desafio a ficar 10 minutos trancado no banheiro com a Laura. Ele sorri e se levanta, estende a mão a Laura que a mesma aceita. Os dois vão pro banheiro e se trancam. —Quem vai girar?—Rafael pergunta. —Pode ser eu—Andreia diz. Ela gira e para em mim. —Verdade ou Desafio. —Desafio. —Te desafio a entrar naquele banheiro com eles e ficar 5 minutos. —Ah não, eles devem ta se pegando, isso é nojento. —Então vai desistir? —Samuel pergunta com um sorriso divertido. Ele não estava emburrado? —Nunca. —Eu? Fugir de um desafio? Nem o mais nojento, eu tenho um nome pra fazer. Eu me levanto, abro a porta e Tiago e Laura estão quase se engolindo, Laura tentou disfarçar, mas eu vi a mão de Tiago por debaixo da blusa dela. Tão bonitinhos. —Continuem como se eu não tivesse aqui, eu odeio verdade ou Desafio. —Digo brincando. Fecham a porta e eles tem a cara de p*u de ficar se beijando. Finjo vomitar e me sento no chão esperando o tempo acabar. Quando finalmente abrem a porta, eu deixo Tiago e Laura saírem primeiro por questões higiênicas, e antes que eu saia alguém me empurra para dentro e eu caio no chão. Escuto a porta bater. Eu estou prestes a bater na pessoa quando vejo que é o Samuel. —O que foi isso? —Pergunto. —Me jogaram aqui dentro. —Eu abro isso em um minuto. —Digo tirando meu grampo do cabelo. —Não adianta Luna, a chave ta na porta! —Alguém grita aparentemente, Rafa. —Tirem a gente daqui ou eu vou arrombar isso aqui e quando eu fizer isso, vou ter quatro cabeças na minha estante. —Se arrombar vai fazer barulho, Luninha! A gente tira vocês daí daqui a pouco. Eu me seguro para não chutar a porta e quebrar tudo, e me sento no chão, Samuel senta ao meu lado. —Então, o que a gente vai fazer? —Ele pergunta. -Conversar?-Pergunto dando de ombros.   
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