— Não, eu sei que não posso contar a ninguém. Há algo de errado?
— Aquela garota era minha... Veja, eu preciso te dizer uma coisa.— Jacob diz enquanto passa a mão pelo cabelo enquanto pensa em como dizer isso a ela. — A razão pela qual eu precisava de alguém como você é que eu realmente nunca tive uma namorada. Eu nunca quis uma namorada...
— Oh... — Isadora olha para o chão, ela consegue imaginar o porquê.
— Mas o que eu faço é... É um tipo diferente de relacionamento entre um homem e uma mulher. É um relacionamento dominante e um relacionamento submisso. E a garota que você conheceu, ela era minha submissa atual. — Dominante? Submisso? No que estou me metendo?
— Ela parecia legal. — Isadora consegue dizer alguma coisa.
— Ela não é. As mulheres gostam dela só porque eu gosto de comprar coisas caras, roupas. Mas depois que o contrato acaba, elas querem mais. Elas querem um relacionamento de verdade, e eu não concordo. Eu não quero namorada. E Leila, bem, ela ouviu alguém falar de mim lá e agora ela acha que você é minha namorada.
— Mas eu não sou.— E nunca vou. Nem tente imaginar, Foster.
— Sim, mas ela pensa que você é. E eu quero que você me diga se você a ver de novo. Eu larguei ela. E ela disse que não é o fim. Eu quero que você tenha cuidado, faça o que fizer.
— Obrigada por me dizer isso, Jacob. Mas tenho certeza que Silva vai cuidar da minha segurança, se algo acontecer.— Isadora diz, sorrindo para Jacob. Ela tenta parecer tão legal, tão inteligente, tão boa quanto pode ser.
— Ainda assim, Isadora. Eu não quero que nada de r**m aconteça com você ou com o bebê.— Ele diz e dá outra mordida em sua comida.
— Nem eu, Jacob, prometo que farei o melhor que puder.— Ao dizer isso, ela coloca a mão na dele e a aperta. Quando Jacob sente sua palma macia em sua mão, ele congela. Ele não sabe o que fazer. Ele quer tirar a mão dela, dizer a ela para nunca mais tocá-lo. Mas parece natural, ele fica chocado, mas não quer que ela tire a mão.
Mas ela faz. Ela cora quando começa a perceber que provavelmente cruzou alguma linha. Ela só queria ser amigável, legal.
— Isso é bom. — O que você acabou de fazer comigo? Ele a encara enquanto ela termina sua refeição. Ela realmente parece melhor agora. Sua pele está brilhando, seu cabelo está brilhando. Ela está usando um vestido azul claro que se encaixa perfeitamente nela. Pare, Foster. Não tem jeito. De jeito nenhum.
— Então, amanhã vamos à casa dos seus pais?— Isadora quebra o silêncio.
— Sim, eu quero que você esteja vestido como você está hoje, eu vou buscá-lo às cinco.
— Ok.— Isadora acena com a cabeça. — Então, devo saber outra coisa?
— Eu vou te enviar uma mensagem esta noite. Você terminou?
— Sim.— Isadora se levanta, seguida por Jacob. — Obrigada pelo jantar.— Ela diz enquanto caminham para o elevador.
— Obrigado por vir.— Jacob diz desajeitadamente enquanto eles estão no elevador.
— Então, até amanhã.— Isadora diz e aperta o botão. Em poucos segundos a porta do elevador se abre.
— Lembre-se da mensagem — Jacob diz, sorrindo.
— Então até mais tarde, em um mundo virtual. — Isadora ri e acena para ele antes do elevador levá-la para baixo.
Isadora está tomando banho quando ouve a campainha tocar.
— m***a!— Ela exclama enquanto sai do chuveiro e enrola uma toalha em volta de seu corpo nu.
— Um minuto!— Ela grita alto para que o convidado inesperado possa ouvi-la.
Ela rapidamente sai do banheiro, sai do quarto e depois vai até a porta. Ela olha para quem é e fica chocada.
O que?
Ela abre a porta deixando Jacob Foster entrar. Eles se olham antes de Jacob entrar.
— Eu queria te enviar um SMS, mas eu não posso te dar informações pessoais por SMS, eu simplesmente não consegui. Eu preciso te contar isso pessoalmente. Eu preciso te contar sobre minha vida pessoalmente.
— Entre.— Isadora diz e o leva para a grande sala. — Sente-se, eu vou me trocar, ok?— Ela pergunta enquanto ele está sentado em seu sofá.
— Tudo o que você desejar.— Ele murmura e Isadora o deixa e vai para seu quarto. Ele a observa caminhar até seu quarto. Ela entra, sem fechar a porta.
— Você quer beber alguma coisa?— Ele está distraído de seus pensamentos quando Isadora está de pé entre a cozinha e a sala, olhando para ele.
Ele já está bêbado. Ele não bebe, mas o fato de ter que contar tudo a Isadora, o fato o fez ficar bêbado para ganhar coragem.
— Não.— Ele diz e olha para ela mais uma vez. Ela caminha até o sofá e se senta ao lado dele.
— Então .. — Isadora suspira e ele entende a mensagem.
— Eu tinha apenas quatro anos.— Ele começa. — Eu tinha apenas quatro anos quando ela morreu.. Minha mãe.— Isadora ainda não entende tudo, mas ela não gosta, ele parece tão triste, mas tão verdadeiro.
— Ela estava morta por alguns dias antes que alguém a encontrasse. Nos encontrasse. E então eu não consigo me lembrar de nada. Até que eles me adotaram. Virginia, minha mãe, ela é médica. Ela é uma mulher fantástica. Ela é doce, carinhosa, ela é maravilhosa. E ela é a razão pela qual eu preciso de você. Ela quer me ver com alguém, ela quer um neto.— Enquanto Jacob lhe conta tudo, ela apenas o ouve e se apega a cada palavra dele.
— Carrick é meu pai. Ele é um homem muito bom também. Ele nos ama, ele é um pai incrível. E eu também tenho um irmão e uma irmã. Michael é meu irmão, ele é muito atraente, bonito, engraçado . Ele sempre anima a família com suas piadas e histórias. E então vem Anahi – minha irmã. Linda, inteligente, esperta. Ela é nossa irmãzinha, ela tem a sua idade. Eu amo minha família.
— Sua vida não é tão ruim...— Isadora diz enquanto faz uma pausa.
— Ah, Izzy, você não ouviu metade da minha vida. Sabe o que aconteceu quando eu tinha quinze anos? Eu era uma adolescente r**m, era muito difícil lidar comigo. Eu tinha problema com a bebida, estava brigando. Até que conheci uma mulher. Ela era mais velha que eu, casada. E ela me apresentou a essa vida. Não sei porque estou te contando isso, você é a única a quem eu quero contar isso. Eu quero que você saiba que tipo de pessoa eu sou. Eu quero que você me conheça. Então, e então começamos a f********o. Mas não s**o normal. Eu era sua submissa. Mas então o marido dela nos pegou e bem, eu fui para Harward. Mas eu larguei Elena, eu tive que chamá-la de Sra. Lincoln então, me emprestou cem mil dólares. Foi assim que eu comecei. Eu comecei meu império. E então me tornei um Dominante.
Enquanto Jacob diz isso a ela, Isadora fica quieta, embora em sua cabeça haja tantos pensamentos. Ela sente pena dele, ela o entende, então você não consegue entendê-lo. Perdida em seus pensamentos, ela faz a pergunta que queria fazer.
— Por que?
— Porque o que?
— Por que dominante e não submisso?
— Eu não quero ser tocado, Isadora. Eu quero ter controle sobre tudo. Eu tive um passado difícil e é visível, é visível no meu corpo.— Ele de repente começa a abrir a camisa. Isadora o observa enquanto vê uma lágrima cair em seu rosto.
— Viu?— Ele tira a jaqueta e a camisa e aponta para as cicatrizes. — Este é o meu passado. E eu não quero que ninguém toque no meu passado. É por isso. Você é tão jovem, tão inocente, você deve pensar que eu sou um homem fodido. E você sabe, Isadora, você está certa...
— Você não está f**o .— Isadora diz depois de um pequeno momento de silêncio. Ela olha para seu peito nu e olha para as cicatrizes queimadas. — Você é real, Jacob. Isso não é culpa sua. Você é a pessoa mais doce que eu já conheci.— Ela diz e isso faz Jacob rir.
— Eu não sou, Isadora!— Ele se levanta. — Eu sou um monstro! Eu gosto de f***r meus subs até que eles estejam cansados demais para respirar só porque eles parecem a p********a que era minha mãe! Eu gosto de bater nelas, espancá-las. Eu vou f***r seu futuro fazendo você carregar meu bebê e depois criá-lo, eu não tenho amigos, sou uma pessoa ruim.— Ele diz e caminha até a janela enorme para que ela não veja as lágrimas em seus olhos.
Isadora se levanta e o segue, colocando a mão em seu braço.
— Você não é um monstro, Jacob. Eu li sobre você. Você arrecada tanto dinheiro para instituições de caridade, você não fodeu meu futuro, você salvou o futuro do meu pai. Você cuidou de mim, e eu sou seu amigo, eu quero ser seu amigo. Jacob, acho que você pensa muito m*l de si mesmo. Você é um homem forte, é tão jovem, mas conquistou tanto, ama sua família, é um homem incrível.— Isadora diz e olha em seus olhos. No fundo de seus olhos, como se ela estivesse olhando em sua alma.
— Estou feliz que você vai ser a mãe do meu filho.— Ele diz e volta para o sofá onde está sua camisa. Ele se senta e procura as chaves do carro no bolso.
— Você vai dirigir sozinho?— Isadora pergunta enquanto ele pega as chaves.
— Claro. É tarde, você precisa dormir.
— Jacob, eu não posso deixar você dirigir, não.— Ela diz e caminha para seu quarto. Em um minuto ela está de volta vestindo jeans e vestiu uma jaqueta por cima da camisa.
— Eu vou te levar para casa.— Ela diz e caminha até a porta de seu apartamento. Ela pega as chaves do carro e abre a porta, esperando Jacob sair. Eles caminham até o elevador e descem. — Isadora, não é seguro.— Ele murmura, mas entra no carro que ele deu a ela.
— Jacob, eu vou ficar bem. Não me diga se eu dirigir em algum lugar errado. Eu não me lembro do caminho completamente.— Ela diz e liga o motor.
Jacob a observa enquanto ela dirige. Ele não consegue parar de olhar para ela, ela é uma mulher tão forte.
— Você vai me contar sua história?— Ele pergunta quando eles param no sinal vermelho.
— Que história?— Isadora olha para ele por um segundo.
— Sua história de vida.
— Você não quer ouvir isso.— Isadora ri.
— Eu quero. Por favor.
— Tão miserável até te conhecer. E minha vida mudou para sempre desde que te conheci, o que foi há poucos dias. — Diz Isadora e puxa o carro em uma vaga livre.
— Minha vida também.— Jacob diz quando eles pararam. — Mudou para sempre.— Ele acrescenta e se inclina sobre Isadora e beija sua bochecha. — Ouvi dizer que é uma coisa educada a se fazer. Obrigado.— Ele diz e sai do carro.
Era um homem tão fácil de gostar.