—Pai diz que é mentira por favor.—digo num sussurro olhando pro meu pai,ele evita me olhar.
—Eu sinto muito filha.—diz baixo e abaixa a cabeça.
—Pai, eu não quero casar agora.—tento argumentar.
—Você vai casar e pronto garota,deixa de complicar as coisas.—minha mãe diz rude.—Você vai morar com seu marido em algumas semanas.
—VOCÊS SÓ PODEM ESTAR LOUCOS!EU NÃO VOU CASAR,EU NÃO QUERO CASAR.—grito com todos sentindo as lágrimas virem.
—NÃO ADIANTA GRITAR OU ESPERNEAR,VOCÊ VAI E PRONTO!—Minha mãe grita também.
Não quero mais ficar na mesma sala que eles.Eu preciso de ar,preciso respirar sem pressão.
Saio correndo para a parte de trás da casa,onde tem um pequeno jardim que eu mesma cuido.
Me sento em um banco próximo de uma árvore e me deixo chorar.Choro igual uma criança.Meus pais não podem estar fazendo isso comigo,eu não mereço isso.Não mereço.
Eu não pedi pra nascer.Minha mãe nunca gostou ou demonstrou gostar de mim.E agora essa,eu vou ter que me casar com um completo estranho que eu não faço a mínima noção de quem é.
Eu só tenho 18 anos,nem o ensino médio eu conclui ainda.Sou jovem,eu tinha,não eu tenho planos pra minha vida,e eu não vou acabar com eles agora.
Estou sentada ainda soluçando,quando sinto alguém sentar ao meu lado,não faço a menção de olhar pra ver quem é.
—Filha...—é o meu pai.A voz dele está baixa,mas alto o suficiente para eu ouvir.
—Não fala nada pai.—digo antes dele prosseguir com a fala.—Vocês estão me castigando?Eu fiz alguma coisa errada e estou sendo cobrada agora?Me diz pai.
E volto a chorar novamente,minhas lágrimas banham o meu rosto todo.
Soluço feito um bebê que quer mamar.
—Você não fez nada,eu fiz.—diz e abaixa a cabeça.O olho sem entender.
—O que você fez pai?Me diz am?— pergunto e ele n**a com a cabeça.
—Eu não vou falar.Um dia você vai saber.—diz e se levanta.—Agora vem,seu noivo quer conhecer mais você.
—Ele não é meu noivo,eu não aceitei me casar com ele.—digo com raiva.
—Aceite de uma vez Victória,eu não posso voltar atrás.É o seu destino,não tente lutar contra ele.—diz olhando pro nada.
Eu me levanto também e entro novamente em casa.
O tal Levi ainda está aqui,sentado no sofá ao lado da minha mãe que sorri largamente.
—Vejo que a minha noiva não aceitou tão bem o casamento.—o cara de p*u diz,me fazendo ter a vontade de matá-lo agora mesmo.
Não respondo nada.
Me sento em outro sofá,bem longe dele e fico sem falar nada.Meus olhos estão fixos em um ponto na parede,minha mente fica vazia,eu não penso em mais nada.Estou totalmente inerte da conversa animada deles,do mundo,de tudo e de todos.
—Filha vamos deixar você a sós com seu noivo.—diz mamãe,ela é tão falsa falando assim,toda sorridente.
Não respondo.
Continuo na minha bolha particular.Sem ninguém pra me incomodar.Nenhum de nós dois falamos nada,eu nem se quer olho pra ele,já ele me encara.Vejo ele me encarando pela minha visão panorâmica,que é excelente
—Não vai falar nada noivinha?—ah eu odeio esse homem.—O gato comeu sua língua?
—Vá a merda.—falo o olhando agora com raiva.
—Tem uma boquinha suja,vou adorar corrigir você quando fizer alguma coisa errada menina.—tem um olhar sombrio agora.
Pronto!É Christian Grey agora.
—Você não vai tocar um se quer dedo sujo seu em mim.—o olho por baixo do olho.
—Eu vou ser seu marido,então eu tenho direitos sobre você ou seja encostarei mais que um dedo em você.—sorri malicioso.
—Nojento!—cuspo as palavras.
—O que você disse?—ele pergunta agora,sem nenhum risco de calma,muito pelo contrário.
—O que você ouviu.—o enfrento com o olhar.
Ficamos nos olhando por alguns segundo,até que eu desvio os olhos e meu rosto cora. Nunca tinha ficado encarando alguém assim,ainda mais um homem.
—Vejo que não consegue manter seus olhos nos meus por muito tempo.-passa o polegar nos lábios.
Poderia ficar encarando ele fazer isso?Poderia!?Mas não o faço,não vou dá esse gostinho a ele.
—Sabe porque está se casando comigo?Alguém te disse?—ele diz,agora fiquei interessada no assunto.
-—Não.—respondo curta.
—Sabe...—se levanta e vem pra perto de mim,me fazendo ficat nervosa.—Eu poderia te dizer noiva....
Ele fala rouco e baixo perto do meu ouvido.
Ele está tentando me seduzir,não vou cair nessa.
—Então diga.—digo e ele se aproxima ainda mais de mim,seu rosto fica a poucos centímetros do meu.
—Não...logo logo você vai saber.—e se afasta rapidamente de mim.Bufo de raiva.
—Idiota.—aí que cara chato.
—Não vejo a hora de tê-la como minha esposa ruiva.—diz rouco,passando a mão no queixo.—Irá ser um imenso prazer torná-la minha mulher.
—Eu nem sei porque estou me casando com você.—digo e ele me olha com raiva.—E saiba que não vai encostar em mim,eu amo outro.
Eu menti nessa última parte.
Não amo ninguém no momento,mas é só pra ver se ele tira essa ideia estúpida da cabeça.
—Que pena.—faz uma cara de pena mesmo,só que logo muda para um sorriso debochado.—Então diga a ele que vai se casar,e peça que não se aproxime de você,pro próprio bem dele.
Agora ele tem os olhos sombrios,olhando fixamente pra mim.Se ele queria me deixar com medo,acabou de conseguir.
—Porque você não procura outra pessoa pra se casar?— pergunto chorosa.—Você é um homem bonito,deve ter mulheres se jogando aos seu pés.Tinha que ser logo eu?
—Tem que ser você.—ele diz e pensa por um tempo.—E nem que você queria vai conseguir se livrar de mim tão fácil.
—Porque está fazendo isso comigo?Eu fiz alguma coisa pra você?—sondo.
—Nada de mais perguntas garota.—corta o assunto.Sua voz é grave e alta.—Em semanas não vai precisar vim mais pra esta casa,vai ir morar comigo.
—Eu tenho 18 anos.—suplico.—Tantas mulheres por aí e você escolhe logo a mim?Eu não tenho nada de interessante,porque não procura outra noiva?
—Chega de perguntas garota!—ele grita me assustando.—Eu já disse pra você não perguntar mais nada.
Eu fico em silêncio.
Até meu pai chegar.
—Já conversaram o bastante.—diz meu pai,ainda bem que ele chegou.—Vão se ver amanhã não se preocupe Levi.
—Já estou indo querida.—vem e me dá um selinho.—Eu vou te buscar amanhã na escola.
—Não precisa,eu venho de ônibus.—ele não pode ir me buscar na escola.
—Eu faço questão.—diz e dá um sorriso.—Nos vemos amanhã.
Ele conversa mais alguma coisa com meu pai que eu não escuto muito bem,e logo cruza a porta e vai embora.
Eu estou sentada no sofá,apoiando minha cabeça nos meus joelhos.
Meu pai caminha em minha direção com passos vacilantes e cautelosos.
—Filha...—ele não termina de falar pois eu o interrompo.
—Não pai.—digo me levantando do sofá.—Agora não!
Eu não espero ele falar nada,vou correndo pro meu quarto.
Porque ele está fazendo isso comigo?
Justo eu?