Neném narrando Fala, mulherada… eu sou o Vitor, mas aqui ninguém me chama assim. Na boca, na quebrada, na laje, até no posto médico, se eu pisco alguém tá gritando: “ô Neném!”. No começo eu ficava puto, não vou mentir. Tinha dia que eu quase saía no tapa porque eu achava que estavam tirando com a minha cara. Mas aí eu fui entendendo que a vida da gente escolhe uns caminhos esquisitos… e às vezes o apelido que mais irrita é justamente o que pega. A verdade é que eu lembro até hoje de onde veio esse vulgo. Minha coroa. Ela não tava nem aí se a gente tava no mercado, no ônibus, na porta da escola ou no meio da rua cheia. Era “Neném, vem cá”, “Neném, pega isso pra mim”, “Neném, desce daí”. Os moleques da escola ouviram uma vez e pronto. No outro dia já era o apelido oficial da comunidade in

