Chefe narrando Abrir os olhos foi como tentar levantar um portão de ferro enferrujado. As pálpebras pesavam, e a claridade do quarto fez minha cabeça latejar. Tentei respirar fundo, mas um incômodo me fez engasgar — tinha alguma coisa prendendo minha garganta. Foi aí que entendi: eu tava entubado. Demorei alguns segundos pra reconhecer o teto branco, o cheiro de álcool no ar, o bip constante da máquina. Posto. p***a… de todos os lugares pra acordar, tinha que ser aqui. Mexi só o suficiente pra olhar ao redor, e no mesmo instante a porta se abriu. O Mago entrou, com aquela cara de quem não dorme há uns três dias. Quando ele me viu com os olhos abertos, arregalou os dele na hora. Nem falou nada — só deu meia-volta e saiu correndo, provavelmente pra avisar alguém. Em questão de segundos,

