Eu Juro que vi!

1333 Words
Dois dias depois... -Então Sony o que me diz sobre a proposta de substituir o Leoni? - Sr. Ventura, essa não será bem uma substituição; apenas livrarei a cara do meu irmão, garantindo mais alguns milhões de dólares para o clube. -Aprecio sua empatia; mas lembre-se que todos ganharemos. A princípio para não lhe comprometer diretamente, faremos um negócio arriscado. -Não gosto de riscos senhor. -A vida é feita de riscos meu caro. Basta fingir que é o Leoni num jantar com o comitê do campeonato, assim ganharemos tempo até seu irmão resolver voltar. -Usurpar o lugar do Leoni não é nada interessante. Ele não vai gostar disso. -Se não gostar é problema dele. Assim voltará correndo. -Tudo bem. Ele está merecendo um susto para deixar de ser t**o. -Ótimo! Assim que eu gosto; uma pessoa de pés no chão. -Vou precisar mudar um pouco minha aparência, digo, o cabelo e as roupas. Acho que não notarão muita diferença. -Que nada! Vocês são idênticos, nem perceberão esses detalhes; afinal, vocês jovens vivem mudando cabelo a cada semana. -Okay, vou me organizar para logo mais a noite. Até mais! -Até meu jovem. [...] O Jantar -Muito bem, já que firmamos um magnífico acordo, brindemos!- Ventura levanta a sua taça imaginando as cifras milionárias que viriam. -Você não parece feliz.-Selena fala próximo ao ouvido do Sony enquanto roça sua perna na dele. -Componha-se Selena. – Sony afasta-se dela. A propósito,me dê um motivo para está contente. - Não seja ingrato com as oportunidades. Veja o que acaba de assinar. -Eu não preciso disso. Já tenho tudo. -Posso saber do que mais possui além de uma família que só te reconheceu na adolescência? -Você não sabe de nada! Para quem sequer teve mãe, devia se colocar no meu lado. -Ele cochicha observando os demais à mesa. -Não tenho problemas existenciais. Meu pai foi suficiente. -Estou percebendo que sua mãe não fez falta. Seu caráter demonstra o bem que ele te fez.- Sony levanta em direção ao banheiro. Ela o segue. -Espere! Quem pensa que é para falar do meu caráter Sony? -Sou alguém que em menos de 24h no mesmo ambiente que você, provou de uma mulher v***a, mesquinha e prepotente. Para mim você não presta!- Sony a deixa sozinha, ela sai do restaurante. -Onde está Selena? -Não a vi senhor. Deve ter saído. -Mas sem se despedir? -O estranho seria se ela o fizesse. -Sony responde com desdém . [...] No Apart Sony entra no Apart na certeza que terá resposta do paradeiro de seu irmão, mas não o encontra mais uma noite. Ele decide sair em busca, Selena está no carro estacionado próximo ao edifício. Ela o vê sair e segue discretamente. Sony para próximo a um desvio alguns km dali. Algo lhe diz que seu irmão poderia está por perto, mas o único modo de saber seu paradeiro com exatidão é transformando -se. Selena deixa seu carro um pouco afastado, segue discretamente pelo mesmo caminho que Sony adentrou. Está difícil de enxergar, a não ser pela luz da Lua que ilumina a discreta clareira. Selena não entendi o que Sony poderia está fazendo naquele lugar. Poderia está ocultando algo a respeito do seu irmão? O jeito seria correr riscos. Após seguir a uma certa distância, ela perde a direção sem encontrá-lo. Selena ouve galhos sendo quebrados pelos passos lentos de alguém que se aproxima. Ela percebe que vêm de trás, sem saber o que fazer decide perguntar quem estaria alí: -Sony, é você? Por favor não brinca comigo, eu...eu só queria ver para onde estava indo. Ela sente uma respiração arfante. Selena caminha de costas lentamente até tropeçar e cair. Então, no meio da mato denso ela vê bem a sua frente um animal grande o suficiente para devora-la em segundos. Selena grita por Sony, então ouve passos largos se aproximando; o animal está agora de frente com outro semelhante, porém numa tonalidade de pelo diferente. Ele é âmbar com cinza. Seus olhos são fascinantes reluzindo um brilho em meio a penumbra. Selena tapa os olhos com as mãos imaginado seu fim. Mas o que ela vê é um embate entre eles. Os animais são lobos enormes e estão enraivecidos. Eles começam a lutar, ela não sabe o que fazer; o jeito é sair de fininho se arrastando até ganhar certa distância. Selena tenta correr, mas não sabe para onde está indo. O som dos lobos ficam para trás; ela acaba escorregando vindo a cair numa armadilha de caça ferindo seu pé. Selena não ouve mais som algum. Seu desespero reinicia ao ver que está sozinha, ferida e que poderá ser morta pelos lobos. Então, pela primeira vez ela chora como uma criança. Após alguns minutos de prantos e desespero; ela ouve passos. Selena tapa os ouvidos e fecha os olhos. Seria seu fim. Algo a toca no ombro, ela sequer respira. Pode sentir por detrás de sua nuca uma respiração forte. Selena imagina que será devorada, ela desmaia. Alguns minutos depois... -On...onde estou? - No apart, não reconhece? -Pensei que era o céu.-Selena tenta se sentar mais sua perna inteira dói. -Não se mexa! Preciso ver esse ferimento no seu pé. -Aaaai, está doendo muito Sony. -Fique quieta. Não quero ser preso por seu gritos. Preciso desinfectar esse corte. Está profundo. -Não, não quero! Chame meu médico. -Cala está boca! Eu sou o médico aqui. Quer que te perguntem onde achou uma armadilha para urso? -Mas...como vou sarar? E a cicatriz? Não quero meu pé torto. -Deixe de invenção Selena. Seu pé ficará novinho se repousar, tomar antibióticos e fechar sua boca. -Sony, eu vi; eu sei de tudo! -Tudo o quê? -Os lobos, eu sei que são vocês! -Hahaha, pelo visto a queda não só atingiu o pé. -Não ria. Eu pude ler os olhos do Leoni. Era ele, eu sei. -Está delirando garota. Você certamente foi bisbilhotar meus passos e se deparou com cachorros selvagens. Deu sorte de não a terem comido. -Cachorros? Não, não pode ter sido. Eram enormes!! -Sim, são grandes, não enormes. Agora beba isso aqui. -Isso o quê? -É só um comprimido para evitar que inflame o corte. -Se eram cães selvagens, por que está com medo de me levar ao médico? -Por que seu pai vai fazer perguntas, o médico vai indagar como caiu num armadilha naquela área restrita. -Se fosse restrita ninguém caçava alí. -Por isso mesmo . Alí é um clube de caça clandestino reservado aos milionários excêntricos que se divertem com a dor dos animais selvagens. -Então os cães, eles serão mortos? -Eu não sei Selena, possivelmente. -Mas o que foi fazer alí? -Fui urinar. -Anh?? Não pode ser! -Sim, eu estava apertado para me esvaziar; mas acabei entrando ao escutar grunhidos. Achei ser um animal em perigo. -Conta outra Sony. Eu sei o que vi. -Tá, então prove! -Não quero provar nada. Só sei que me salvou de você mesmo. Essa é a realidade. -Selena... -Diga... -Acho que seu pai deve ter lhe contado histórias de horror na infância ao invés de contos de fada. -Não brinca Sony. Eu sei que é um lobo. Os dois são. -Vamos esquecer o que pensou te visto. De hoje até melhorar seu pé, dirá ao Ventura que pegou uma virose. -Ele não vai engolir essa história. -Por acaso ele vai ao seu apartamento? -Que nada! Ele nunca pisou os pés lá. -Então não tem com que se preocupar. Ficará aqui até melhorar. -Você vai cuidar de mim? -Você não está impossibilitada de se cuidar. Apenas cuidarei para que não perca o pé. -Credo! Está me assustando. -Então faça tudo o que lhe orientar. -Vou tentar. Mas não me deixe aqui sozinha por muito tempo. Eu fujo! -Só se for de muletas chamando um táxi . -Está bem. Vou ser boazinha, mas atenda as minhas ligações. -Estarei em treinamento a partir de amanhã, até o Leoni aparecer; assim que termine, venho preparar suas refeições. -Legal ter você cuidando de mim.-Ele sai sem nada responder. ...
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