cap 02 quanto tempo

701 Words
MT . . . 6:00 da manhã e eu acordo com a gritaria da minha mãe lá embaixo. Dona Marta só pode estar de brincadeira com a minha cara. Levanto por vontade própria, antes mesmo dela vir aqui e me tacar pela janela falando que já são 12:00. Porque ela é assim. Pode ser 4 horas da manhã, ela vai falar que são 10. Por isso eu não conto com ela quando é pra eu acordar cedo. Ela vai me acordar 4 horas antes da hora, mané. Faço o que todo ser humano faz quando acorda e desço pra tomar meu cafezinho da manhã. MT: "Bom dia, dona Marta, essa hora já gritando, o que passa?" — digo, dando um beijo na cabeça dela e me sentando à mesa. Dona Marta: "Você, com 23 anos, e não sabe deixar uma casa limpa por 24 horas? Quero ver quando você se casar, o que sua esposa vai achar sobre isso. E, se casar, né, porque pra te aturar é complicado." — ela disse, super revoltada com a vida enquanto varria a cozinha. A velha doidona. MT: "Ô mãezinha, que isso, é pra você ficar do meu lado. E a casa nem tá tão bagunçada assim." Dona Marta: "Não está bagunçada?" — ela parou de varrer, colocou uma mão na cintura e me encarou. Eu n**o e encaro ela também, mas me segurando pra não rir. Ela, mo baixinha, nessa pose, parecia uma xícara. Dona Marta: "Então me explica o que c*****o aquela sua meia fedida estava fazendo em cima da televisão, Matheus?" Puts, me fudi bonito, porque nem eu sei o que aquela meia tava fazendo lá, e minhas meias nem são fedidas. MT: "Então, mãe linda do meu coração..." — digo, me levantando e colocando o prato na mesa. — "Sabe que aquela meia não é minha." Dona Marta: "Ah é?" — ela concordou com a cabeça. — "É de quem, então?" MT: "Ah, sei lá, deve ter sido o Papai Noel que deixou aqui pra colocar na decoração de Natal. Sabe como é, né, Natal logo aí, ele quis dar uma ajuda." Dona Marta: "Matheus, se você não sair da minha frente agora, eu juro que dou com essa vassoura no meio do seu..." MT: "Já tô indo." — corto a fala dela e praticamente corro, rindo, daquela cozinha. [...] Já era quase meio-dia e eu estava na minha sala, na boca principal, resolvendo as coisas que faltavam pro baile de sábado. Estava super concentrado quando ouço duas batidas na porta e mando entrar. Nem levantei a cabeça pra ver quem era, mas quando ouvi aquela voz, meu mundo parou total. Yandra: "Oi, MT." Levantei a cabeça pra ter certeza que era mesmo ela. Não era possível, não. A mina tinha ido embora fazia alguns anos já e nunca voltou. Até achei que ela tinha virado aquelas patricinhas chatas que ninguém suporta. Mas ela estava ali, na minha frente, me encarando com aqueles olhos dela. Eu e Yandra éramos amigos, eu acho que éramos, né? Nossas mães também eram bastante próximas e a gente sempre se via, tal. Mas aí ela conseguiu entrar numa faculdade e foi embora do morro. Errada ela não está, não. Quem dera eu tivesse conseguido o que ela conseguiu. Pra te falar, a garota tava gatona pra p***a. Ela sempre foi bonita, na real, mas agora tá bem mais. Fiquei reparando nela um tempão, mesmo, só reparando em como ela mudou. E como ela mexia, pelo jeito, ainda mexe comigo. Se f***r. Levantei da cadeira, bem calmo, do jeito mais tranquilo do mundo, só encarando aquela mulher na minha frente. Fui até a frente da mesa e me encostei na mesma, cruzando os braços. MT: "E aí, Narah." — chamei ela pelo segundo nome, como sempre fazia anos atrás. Ela desviou o olhar do meu e encarou o chão, respirando fundo. Fez um coque no cabelo e se abanou com a mão. E eu fiquei só olhando pra ela mesmo, pra ver se a bonita ia abrir a boca. Mas ela voltou o olhar pra mim e sorriu. p***a, vê esse sorriso de novo, estava me trazendo aquela sensação de novo. Yandra: "Quanto tempo, né?"
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