A ATRAÇÃO DO TRAFICANTE - INIMIGO DECLARADO 2

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Eu pego o meu vestido mais curto e faço um decote nele, customizo todo ele, amarro os meus cabelos para cima, faço uma maquiagem que marca bem os olhos e passo um batom vermelho, subo até o bordel e quando entro dentro está vazio, até que uma mulher aparece.

— Posso ajudar? – ela pergunta

— Meu nome é Joana – eu olho para ela – já deve ter escutado falar de mim.

— A professora de dança? – ela questiona – estão todos falando.

— Isso mesmo – eu olho para ela – eu sou professora de dança de todo tipo de dança, eu abri o studio aqui porque preciso de dinheiro, meu studio em copa cabana pegou fogo.

— E ? – ela pergunta

— Eu quero trabalhar aqui. Dançarina, prostituta, o que me der dinheiro.

— Você está falando sério? – ela me encara – você não tem cara de garota da vida.

— Eu preciso de dinheiro, para dinheiro eu tenho cara de qualquer coisa – eu falo abrindo um pequeno sorriso para ela e ela me encara.

— Você é ousada – ela fala me encarando

— Tem um lugar para mim hoje aqui?

— Tem – ela fala – eu preciso de uma atração principal.

— Obrigada – eu falo – se possível me anunciar apenas como Jo, porque tenho alunas que são crianças.

— Entendo – ela fala – eu pago um cache de 10% do que pagarem para te ver e todas as gojeta svocê leva para você.

— Está perfeito, daqui a pouco – eu suspiro – o dono do morro começa a me cobrar aluguel e preciso ter como pagar.

— Ele não dar moleza para quem deve ele não – ela fala – ele cobra mesmo.

— Meu maior medo, ficar devendo – eu falo – se eu soubesse eu jamais teria subido o morro, mas estava necessitada e quase morando na rua, devendo horrores, eu não sabia mais para onde correr.

— Eu te entendo – ela fala e eu vou caminhando atrás dela – pode se arrumar aqui com as meninas, meninas essa é Jo vai ser nossa atração principal.

— Olá – eu falo e elas não falam muito , apenas continuam se arrumando.

Aquela mulher que me atendeu cujo não identificou seu nome, me manda para um canto da sala, onde eu poderia me arrumar segundo ela, eu me sento e começo a terminar de arrumar a minha maquiagem, enquanto observo os olhares das outras garotas me encarando.

— Não vejo a hora de ir embora desse morro – uma delas comenta, eu encaro vendo que ela era loira e bem alta, seu rosto era bonito – parar de ganhar essa miséria e ganhar apenas em dólar.

— Para onde você vai mesmo?

— Nova York – ela fala sorrindo – trabalhar em uma cafeteria.

— Uau – a outra fala – queria essa chance.

— Fala com ele que ele te ajuda, é uma chance única – ela sorri – sair do rio de janeiro, desse morro, falar em inglês, ter visto ir para outro país, conhecer gringos, meu Deus estou ansioso.

— Quando você vai? – eu escuto retocando minha maquiagem

— Semana que vem – ela fala sorrindo

— Fala com ele para me levar junto – a outra fala.

Quem seria ‘’ele’’?

— Ele vai estar na boate hoje – a loira responde – vai até ele e conversa com ele.

Então essa pessoa estaria aqui hoje e será que era quem eu estava imaginando que era, Moret? E se essas meninas vão para outro país, então seria tráfico humano?

Eu continuo me arrumando e esperando a hora da minha apresentação, eu iria descobrir tudo, iria descobrir quem era realmente essa pessoa e se fosse Moret, daria um jeito de sair com ele daqui e começar a descobrir tudo.

Mais uma vez , eu tenho certeza que Jesus é apenas um brinquedo na mão deles e eles estão usando essa vingança toda apenas para despistar.

As pessoas vão chegando e eu vou espiando ver se Moret chegou e nada.

— Ei – eu falo para loira que estava comentando e ela me encara – Meu nome é Joana e o seu?

— Raira – ela fala – você e a professora de dança, o que está fazendo aqui?

— Ganhando dinheiro – eu falo – preciso me sustentar.

— Sei – ela fala

— Você disse que tem um homem que ajuda vocês a irem para os Estados Unidos, quem é?

— Não posso falar, você é novata.

— Fala de mim para ele – ela me encara

— Por que eu faria isso?

— Porque sou dançarina e meu sonho é ir para fora do país – ela me encara – não vou roubar seu emprego nada, eu quero apenas ir para lá.

— Vou falar – ela fala

— Quem é ele?

— Não posso dizer, só depois que ele deixar.

— Jo – a mulher fala – anda circula Loira – ela fala para garota – daqui meia hora você entra.

— Ok – eu respondo sorrindo – já estou pronta.

Eu fico por trás das cortinas espiando lá fora, vários homens entra e sai o tempo todo, todos traficantes , vapores, moradores do morro e até mesmo policiais que eram aliados, até que Moret entra e eu abro um sorriso.

Filho da p**a.

Ele se senta ao lado dos policiais aliado e eu fico ali observando vendo se alguma das meninas vai se aproximar dele. Até que a dona do bordel começa a falar e dizer que tem uma garota nova que iria se apresentar.

Eu começo a me arrumar e quando vou em direção ao palco, eu sinto uma mão me puxando e colocam um saco preto na minha cabeça.

— Me solta – eu tento me debater e me falar mas as mãos fortes me agarram – me solta, agora! – eu grito – socorro!

Eu sou arrastada e levada por algum tempo, até que tento ficar tranquila quando me jogam em cima da cama e reconheço o perfume, eu tiro o saco da cabeça e encaro Jeuss.

— O que você tem na p***a da sua cabeça? – eu pergunto – porque me tirou de lá?

— O que você acha que estava fazendo lá Joana? Naquele bordel?

— Ué – eu falo nervosa e ajoelhada na cama – eu preciso de grana, grana rápida, você me ameaça me mandar embora do morro o tempo todo. Porque foi até lá c*****o.

— Aquele lugar não é para você – ele fala firme.

— E quem decide se aquele lugar é para mim ou não, sou eu e não você – eu olho para ele nervosa e ele me encara – quem você acha que é para decidir as coisas por mim?