Sam's POV (de novo)
- Mas você me ama né? - Deena disse, me abraçando por trás.
Suspiro, estressada com toda essa situação, e decido que vou levá-la pra casa, o problema é... como? Tipo, eu até sei dirigir, mas não tão bem...
- Deena, como vocês iam voltar pra casa? - eu pergunto a ela, me virando para olhá-la com uma feição séria.
- Ahn, não sei. - ela diz, com um sorriso amarelo.
- Como assim não sabe? Vocês não tinham pensado nisso antes de se drogarem, p***a? - eu falo, me desvencilhando de seus braços, me irritando ainda mais. Tento me acalmar, apoiando a minha cabeça na porta. - Vocês não combinaram de ir de carona com ninguém?
- Não... - ela respondeu, tentando fazer um tipo de massagem nos meus ombros. - Mas não se preocupe, Sam, a gente dá um jeito.
Me desencosto da porta e a olho com uma cara de tédio. É óbvio que eles não vão dar um jeito e vai sobrar pra mim pra resolver, mas Deena estava tão fofa me olhando com uma carinha meio arrependida que eu decidi esquecer, pelo menos por um momento, as atuais circunstâncias, e a abracei, enterrando meu rosto na curvatura de seu pescoço e sentindo o cheirinho de bebê que ela tem.
Deena imediatamente abraçou minha cintura com uma mão, e com a outra fez um carinho no meu cabelo.
- Sabia que o seu cabelo é muito cheiroso? Ele tem cheirinho de baunilha, e eu amo baunilha. O de Kate tem um cheiro meio doce demais, mas também é gostoso, e o do Simon normalmente não tem cheiro. Eu realmente não sei se ele toma banho todo dia. - ela diz, bem focada no assunto de cheiro de cabelos.
Rio do seu monólogo, sabendo que ela está bem chapada e só por isso está falando essas coisas aleatórias, mas gostei de saber que ela acha meu cabelo cheiroso. Hum, será que Deena é uma daquelas pessoas chapadas que ficam super sinceras? Vou testar.
- Amor, você realmente foi obrigada por Simon e Kate a tomar aquela pílula, ou você quis? - eu pergunto, levantando meu rosto para olhá-la.
- Eu prometi pra eles, mas eu também queria. - ela diz, parecendo que realmente está dizendo a verdade.
Deena que me perdoe depois, mas tem uma pergunta que eu estou morrendo de vontade de perguntar à ela, mas estava meio receosa, então vou aproveitar agora que sei que ela não vai mentir e nem fugir do assunto. Pelo menos ela ter se drogado teve um lado bom, né?
- Deena, o que aconteceu na floresta aquele dia? Eu sei que você não conseguiu aquele corte no braço só de cair no chão.
Uma expressão confusa toma conta de seu rosto, e eu percebo que ela não sabe nem do que eu estou falando. O que eu fiz pra merecer isso, meu Deus?
- Quando nós fomos na floresta depois do parque, lembra? - eu falo, tentando fazer ela lembrar, mas sua feição não muda.
- Mas o que a gente foi fazer na floresta? Ah, lembrei, você teve um surto de t***o e... - ela fala, e começa a rir bastante.
Reviro os olhos, e dou um empurrãozinho em seu braço, que eu esqueci que ainda estava machucado, o que faz ela fazer uma careta de dor.
- Meu Deus, desculpa amor, machucou? - eu falo, tocando em seus ombros e ficando preocupada com ela, que ainda estava com pontos no corte.
Quando ela percebe que eu realmente fiquei preocupada, começa a rir, e só então eu entendo que ela está brincando comigo. Jesus, me dai paciência.
- Deena! - eu falo, dando um tapa em seu outro braço. - Não foi engraçado!
- Ai, Sam! - ela diz, ainda rindo.
- Tomara que tenha doído mesmo... - eu falo, brava com ela, que faz um biquinho e uma carinha triste SUPER fofa. Assim fica difícil né?
Resisto a vontade de morder aquelas bochechinhas super fofinhas, e continuo com minha cara de brava. Espera, sobre o que a gente estava falando mesmo? Ah, é, a floresta! Vou insistir até ela me contar, mas não acho que vou precisar me esforçar muito, porque a Deena ainda parece estar bem alegrinha.
- Enfim, o que aconteceu aquele dia quando você saiu do carro pra ver quem tinha gritado? - eu pergunto, tentando voltar ao assunto.
-Ah, eu me lembro! Quando eu entrei na floresta, vi um monte de pessoas em uma roda, e daí percebi que eram alguns dos garotos que estudam lá em Sunnyvale, aqueles babacas que tem p*u pequeno. Eu achei que eles estavam sacaneando alguém, ou alguma coisa assim, mas era pior, Sam. Tinha um menino no meio do círculo, que provavelmente tinha a nossa idade, e ele parecia bem assustado, só então eu vi que um daqueles brutamontes estava segurando uma faca. Quando eles me viram, vieram atrás de mim, e ficaram me chamando de sapatão nojenta e esses xingamentos que eu até já estou acostumada. Mas óbvio que eu não ia me entregar sem lutar, né, então enquanto eu me debatia, tentando fazer um cara que estava me segurando me soltar, ele me cortou, e meu braço começou a sangrar bastante. Depois disso, acho que a maioria deles ficou meio cagada de eu chamar a polícia ou alguma coisa assim, então eles só começaram a correr. E o menino lá acho que também saiu correndo depois daquilo. - ela diz, como se isso fosse um coisa normal que acontece todos os dias.
Meu coração se quebra quando ouço ela dizer que eles a estavam xingando só porque ela é lésbica. Tipo, ela é tão aberta sobre isso que nem parece que as pessoas a incomodam, mas agora eu vejo que é mentira, e que ela com certeza deve sofrer bastante.
A abraço forte, tentando me reconfortar, porque ela parecia estar nem aí, mas quase chorei quando Deena disse que a cortaram e a xingaram por causa de sua sexualidade. Me senti m*l por não ser assumida junto com ela, e meus olhos já estavam bem marejados de preocupação e de raiva daqueles filhos da p**a, mas Deena me olhou com um sorriso tão sincero, tão lindo, que eu não resisti a vontade de beijá-la, provando aqueles lábios grossos e macios que eu sou tão apaixonada.
Quebro o beijo rapidamente, percebendo que ela poderia querer transformá-lo em algo a mais, e colo nossas testas, fazendo um carinho em sua bochecha com a minha mão direita.
- Você é tão corajosa, sabia? - eu digo, olhando profundamente aqueles olhos cor de mel. - Você é minha inspiração, Deena.
Ela sorri, mordendo o lábio inferior, e quando ia voltar a me beijar, alguém bate na porta. Eu suspiro, e desencosto nossos corpos.
- Vamos embora da festa? - eu pergunto, arrumando meu casaco em seu corpo, o puxando mais para baixo para não aparecer nem um pedacinho da sua pele de seu abdome, para aqueles meninos nojentos que a estavam secando não verem nem um pouco desse corpo maravilhoso que é só meu.
Ela assente, com um sorriso fofo, e eu dou um último selinho rápido em sua boca, me virando para destrancar a porta e sair do banheiro. Várias pessoas, ao verem que saí do lavabo com Deena, me olharam com expressões maliciosas, mas eu só andei rápido até a sala, com minha namorada atrás de mim.
- Onde eles estão? - eu pergunto para ela, falando alto por causa da música, que fazia a casa toda tremer.
- Eles quem? - ela diz, começando a dançar do meu lado.
- Simon e Kate. Deena, para de dançar, a gente tem que achar eles! - eu falo, vendo ela continuar dançando com um sorriso no rosto.
Aquela cena quase me fez derreter, mas como eu estava desesperada para achar os dois idiotas que drogaram a minha namorada, tentei não me distrair. Olhei para os lados, tentando achá-los, mas quando a música "Pony" , do Ginuwine, começou a tocar, Deena me pegou pela mão e me arrastou até a pista de dança, onde muitas pessoas estavam pulando igual loucas.
- Vamos dançar! - ela disse, sorrindo para mim e literalmente ignorando o meu pedido de acharmos Simon e Kate.
- Deena, eu quero achar os seus amigos para eu poder levar vocês pra casa, e depois estrangular eles! - eu digo, mas quando presto atenção em seus movimentos sensuais, meu queixo cai.
O corpo de Deena se movia de acordo com as batidas da música, e o fato de a parte de cima dele estar coberta apenas por um casaco meio curto, deixando à mostra suas curvas e sua pele, me fez esquecer todas as minhas preocupações e prestar atenção na minha namorada gostosa que está dançando sensualmente.
Deena rebolava devagar e com vontade, enquanto me olhava o tempo inteiro com um sorriso provocador. Minha vontade era de agarrá-la e fazê-la minha agora mesmo, mas como tinham muitos outros adolescentes suados, e provavelmente com t***o igual à mim, descartei essa ideia. Quando suas mãos começaram a percorrer todo o seu corpo, com toques suaves e excitantes, levantando um pouco a barra do casaco, tive que fechar a boca para não babar, mas meu fim foi quando ela rebolou até o chão, me chamando com o dedo para me juntar à ela.
Não consegui me segurar mais, e grudei nossos corpos, tocando a pele quente de sua cintura, e sentindo Deena se apoiar nos meus ombros. Ela fazia movimentos lentos e ritmados de acordo com a música, virando de costas para mim e encostando sua b***a empinada no meu corpo, que já estava entrando em combustão. Quando ela começou a rebolar contra mim, deixei escapar um gemido, segurando sua cintura com um pouco mais de força.
- A-amor... - eu digo, com dificuldade.
- Assim tá gostoso, amor? - ela fala, com um tom provocante e rebolando mais contra o meu sexo, com seu rosto perto do meu.
Eu apenas a puxo mais contra mim, com a respiração extremamente ofegante e esquecendo que estamos em público. Deena toca em minha nuca com uma das mãos, fazendo nossos corpos se mexerem simultaneamente. Quando ela começa a distribuir beijos no meu pescoço, a música acaba, dando lugar a outra muito mais animada e nem um pouco sensual, me fazendo acordar do transe em que estava.
- Isso não acabou. - ela diz, contra a minha pele e me dando arrepios.
Olho ao redor, tentando ver se alguém percebeu minha interação nem um pouco discreta com Deena, mas todo mundo continuava dançando como se não houvesse amanhã, ou seja, como um bando de idiotas. (eu sei que fui meio grossa, mas primeiro que estou estressada com a Deena, a Kate e o Simon, e segundo que minha namorada me atiçou e depois me largou).
Pego a mão de Deena quando avisto Kate virando uma vodka e conversando com vários garotos do time de futebol. Vou até ela, puxando Deena, que parecia estar com pedras nos pés de tão devagar que estava andando, e toco em seu ombro.
- Kate, vamos embora. - eu falo, e vejo todos os garotos que estavam ali virarem suas cabeças para me olhar.
- Sam! - ela diz, super animada, e me abraça apertado depois, me fazendo sentir o cheiro forte de álcool.
- Oi, Sam. - eu ouço outra voz dizendo quando Kate me solta, e vejo que é Phillip.
Ele estava me olhando com aquele sorriso de jogador de futebol, mas no momento estou mais focada em achar Simon e levar esses três drogados para a casa da Deena. Aliás, a minha namorada está literalmente atrás de mim, e não sei como ela vai reagir, já que está chapada, mas prefiro não causar nenhuma discordância agora, por isso fui meio curta com ele.
-Oi. - eu disse, sorrindo fraco, mas me direcionando para Kate logo depois. - Kate, vamos. Agora.
Eu começo a puxar o braço dela, e a arrasto junto com Deena para um sofá surrado meio afastado da agitação.
- Okay, agora onde está o Simon? - eu falo para mim mesma, enquanto Kate entregava a garrafa de vodka para Deena, que estava com um sorriso enorme no rosto. - Nem fodendo que você vai beber, Deena.
Eu tiro a garrafa de sua mão e dou para um menino que estava passando do meu lado, o que faz ela e Kate me olharem super bravas, mas as ignoro. Estava quase desistindo de achar aquele loiro maldito quando o vejo na piscina só de cueca.
- Fiquem aqui, ok? - eu falo, vendo as duas concordarem com sorrisos meio suspeitos. - Deena, se você ou a Kate saírem daqui você vai ficar um mês sem sexo.
Ela assente freneticamente, com uma cara extremamente séria, enquanto Kate se encosta no sofá, suspirando. Eu me viro e começo a marchar até Simon, que estava rindo com uma garota. Chego até ele, e digo, esfumando de raiva:
- Simon, vamos embora!
- Ah, oi Sam! Olivia, essa é a Sam. - ele diz, com um sorriso simpático, e me apresentando para uma menina que me olhou de cara feia. Ridícula.
- Simon, nós estamos indo embora e você vai junto, agora saí dai. - eu falo, mandando ele sair enquanto cruzava os braços.
- Mas a gente acabou de começar a se divertir. - ele diz, e abraça a menina de lado.
- f**a-se, vamos embora. - eu respondo, de saco cheio já.
- Sam, eu vou ficar. - ele fala, também cruzando os braços e me olhando sério.
- Simon, você não está entendendo, a Kate está com o rosto sangrando, porque levou um soco de outra garota e a gente precisa levar ela pra casa. - eu digo, inventando uma mentira que é para o bem de todos e para eu não socar a cara dele.
- Kate levou um soco? Essa eu quero ver! - ele diz, com um sorriso animado, e saindo da piscina.
O puxo pelo braço até o sofá, onde Deena estava segurando Kate, que parecia estar se debatendo para sair dali.
- Vamos. - eu falo, pegando Simon e Kate pela mão e os levando até a saída, sabendo que os dois são os mais propensos a fugirem de mim, mas não vou deixar.
- Ué, a Kate não tá sangrando. - Simon diz, desconcertado. Não sei se são as drogas, ou se ele não entendeu que eu menti mesmo, mas resolvi deixar quieto.
Quando chegamos na frente do carro, que estava estacionado na frente da casa do Troy, peço a chave à Deena, que me dá prontamente. Será que ela está com medo de mim? Tomara.
Enfio os dois no banco de trás e Deena no da frente, colocando o cinto de segurança nela, que tentava me beijar enquanto eu empurrava o cinto dentro da fivela. Depois, me sento no banco do motorista, ligando o carro, e sentindo o nervosismo tomar conta de mim.
- Amor, desculpa se eu bater o seu carro, mas é bem provável que isso aconteça. - eu falo, apertando minhas mãos no volante e olhando para Deena, que parecia nem ter ouvido o que eu disse.
Tomara que eu faça todo mundo chegar vivo na casa da Deena.