Capítulo-XXVIII. Descrença. " No auge do meu domínio fui pego pela descrença de ver suas mãos frágeis me levando ao rés- do- chão." Filippo Eu pisquei lentamente, como se meus olhos se negassem a acreditar no que acabara de testemunhar. A porta do quarto escuro... trancada. Por dentro. E eu, do lado de fora. Sozinho. O gosto metálico da raiva ainda ardia na minha garganta, enquanto a dor latejante na perna — onde aquele maldito chicote me atingiu — era uma lembrança vívida do que ela ousou fazer. Annália. A pequena. A delicada. A frágil. Meu anjo barroco... Aquela que m*l conseguia levantar a voz quando chegou, agora me deixara à mercê do meu próprio veneno. Me feriu. Me deixou dialogando com os demônios que eu mesmo criei naquele cômodo sombrio. Eu — o sádico — aprisionado.

