Exigências

1726 Words
Tatiana assistiu incrédula Igor abandoná-la sozinha naquela sala, seu rosto bonito assumiu uma tonalidade vermelha, estava furiosa, aquele homem a havia ofendido, esbravejou enquanto se levantava do chão: — Bastardo, filho de uma p**a. O que ele pensa que eu sou? Ah, Igor você vai pagar muito caro por isso, muito caro... Discou rapidamente no celular, queria uma solução e a teria, do outro lado da linha uma voz tranquila, quase doce, respondeu: — O que foi irmã? — Svetlana, eu preciso de sua ajuda. — Da minha ajuda? Tem certeza? O que está acontecendo? — Preciso de um conselho, antes de falar com nosso pai... Não sei o que devo fazer. Uma respiração pesada foi ouvida do outro lado da linha, seguida por silêncio desconcertante, Tatiana questionou, m*l disfarçando o nervosismo: — Svetlana, você está aí? — Claro, me diga o que está acontecendo. — Nem sei por onde começar... O marido que meu pai me entregou está me traindo, e eu não sei se devo exigir que ele desfaça esse relacionamento... — Se está havendo uma traição é o mínimo que você precisa fazer é exigir respeito, Tatiana. Senão por você, pelo bom nome de nossa família. — Sei, mas... — Mas o quê? — Talvez eu queira trocar o acordo de casamento de um irmão para o outro... Tatiana ouviu um palavrão em russo e uma risada abafada, seguida de soluços e um questionamento em tom divertido: — Você não pode estar falando sério, me diga que isso é apenas uma brincadeira de m*l gosto. Tatiana por um instante se arrependeu daquela ligação, foi precipitada, se antes imaginava estar presa a Romeu, naquele momento começou a ter certeza, informou sem muita certeza: — Irmã, posso lhe confiar um segredo? — Hm?! O que não quer que nosso pai saiba? — Meu marido se casa com mulheres por seus patrimônios, eu aceitei isso no início, mas dessa vez ele está a tempo demais e eu acho... — Que ele vai fugir com a esposa nova? Você sempre soube disso? Por que aceitou? Ele não consegue ter um emprego digno para sustentar a família de vocês? — Não é que Romeu seja incapaz, irmã. Mas ele consegue angariar uma fortuna cada vez que se casa com algumas dessas idiotas carentes... — Você sabe o que um casamento implica, Tatiana? Não sabe? — Se quer saber se sei que ele terá de f********o com ela... Sei disso, Svetlana. Não sou tão i****a. — Não me parece, já que está reclamando que está sendo traída... E onde seu cunhado entra nessa história? — Meu cunhado é um homem muito interessante, eu sempre tive interesse nele... Como homem. — E ele? — Acredito que posso convencê-lo a ficar ao meu lado... — O que isso quer dizer, Tatiana? Tatiana fez uma careta horrorosa, estava arrependida de ter contactado Svetlana, ao contrário do que imaginava a doce e calma irmã estava disposta a infernizá-la naquele dia, quase desejou , mentalmente, ter ligado para Aleksandra, a russa fria e introspectiva a teria mandado a merda de uma vez ou lhe dito o que fazer, revirou os olhos explicando o que acontecia entre os dois: — Sempre existiu uma tensão s****l entre nós dois... Hoje consegui deixá-lo desarmado, e… — E o que aconteceu? — Ele negou se a receber meu boquete e me chamou de p**a interesseira. — Tatiana!? Talvez esse homem não esteja interessado em você, já que se negou a receber seu sexo oral. Vá até seu marido e exija que ele termine esse casamento de interesse, se ele se recusar ameasse usando o poder de nosso pai. — E se ele se negar? — Tatiana, seja convincente ao falar com seu marido, pois você não vai gostar se nosso pai tomar ciência de sua situação... Você será considerada uma mulher fraca. Você sabe que nosso pai não vê com bons olhos a fraqueza em nossa família. — Sim, eu sei! — Então evite parecer uma fraca. Resolva essa situação com seu marido... Esqueça seu cunhado, talvez ele não tenha interesse por mulheres. Tatiana ergueu as duas sobrancelhas pensativa, por algum motivo não havia pensado naquela possibilidade que lhe pareceu tão óbvia após Svetlana ter dito, o som do telefone sendo desligado, a deixou pensativa: “Então é por isso que Igor me rejeita... Que desperdício.” **** **** Do outro lado da linha Svetlana tomou mais um gole de vodca, observando a expressão no rosto de Aleksandra, que a observava atentamente, questionou: — Não me diga que está preocupada com Tatiana. — Claro que não. É apenas questão de tempo para Moy papa perceber que ela é fraca e considerá-la como um erro, você sabe muito bem disso, Svetlana. — Então? — Não tenho certeza como vou reagir ao encontrar... — Melissa? Tem medo de encontrar sua mãe? — Eu não sinto medo. Eu não sei explicar o que é... Mas acho estranho conhecer uma pessoa que acha que você morreu. Svetlana ficou pensativa alguns instantes, enquanto servia mais vodca para ambas, tomou um pouco olhando para a irmã a sua frente, tentou se colocar no lugar dela, mas tudo que sentia era inveja, Aleksandra era filha legitima de Liev, era amada por ele, era considerada a única das mulheres tão letal quanto o próprio pai, metade da Illyuziya aclamava como sua próxima czarina, nenhum dos outros filhos sábia sua procedência ou era festejado por nada, não conseguia deixar de sentir um pouco de inveja de Aleksandra, respirou fundo, terminando sua vodca, constatando: — Eu gostaria de dizer que entendo, mas a verdade é que a maioria de nós nunca vai saber de onde viemos. Talvez em seu lugar eu estaria apreensiva. Você acha que ela vai te reconhecer? — Obviamente não! Pelo que sei disseram a ela que seu primogênito havia nascido morto, nem sequer deixaram que me visse, alegando que traria má sorte para os futuros partos. — Ela nunca te viu, então não tem por que ficar ansiosa, para Melissa você é apenas uma das Doch, a voz que ela se acostumou a ouvir às vezes no telefone. — Sim. Mas ainda me parece importante conhecê-la, como se ao estar com ela eu pudesse ter respostas. — Aleksandra! Sua mãe biológica não pode lhe oferecer nenhum conforto ou alento além do que já teve em toda a sua vida na Illyuziya, essa organização é a sua vida, apenas aceite isso. Os olhos azuis muito claros de Aleksandra, observaram atentamente a expressão resignada no rosto de Svetlana, entendia perfeitamente o que ela dizia, mas ainda assim sentia falta de algo, precisava de explicações, precisava de algo que nem mesmo ela conseguia saber que se tratava. Tomou de uma única vez a dose de vodca em seu copo, colocou o copo virado sobre a mesa, levantando se, despediu se da irmã rapidamente em russo, andou calmamente para a saída, apenas queria ir para cama, como sempre sentia se exausta, queria um pouco de silêncio, calma e segurança que apenas sua cama a conseguia conceder. **** **** Após longos vinte minutos Tatiana havia decidido, iria até à casa de Romeu e sua esposa paga, acabaria com aquela piada, aquela noite mesmo, estava decidida, arrumou as roupas, ligou mais uma vez para Romeu, ouviu o telefone chamar até cair novamente na caixa postal. Andou decidida pelo corredor parou em frente a porta de um dos quartos, bateu insistentemente, era a porta do quarto de um dos seus filhos, o mais velho dos garotos abriu a porta, questionando: — O que houve mãe? — Peguem suas coisas... Vocês vão para a casa do pai de vocês. O garoto, muito alto para sua idade, fez uma cara confusa, questionando: — Mas não deveríamos ir só amanhã? — Vocês vão agora, garoto. Mexam se. Tatiana gritou para os três garotos que ela chamava de fedelhos mimados, os meninos a estavam olhando como se Tatiana fosse louca, desceram as escadas quase correndo, atras dela, enquanto a loura abria a porta do carro, sem nem permitir que os garotos se despedissem de ninguém da casa, apenas colocou os três no carro, dirigindo o mais rápido que conseguiu na direção da casa de Romeu, enquanto dirigia continuava a ligar, Tatiana aguardava irritada por não ter nenhuma resposta do marido, que agora ela considerava um traidor, Romeu tinha que atender o telefone. As palavras de Svetlana, circulavam em sua cabeça, se Liev a considerasse uma fraca sua vida estaria em perigo junto com as de seus filhos, talvez o fato de eles serem filhos de um soldado da Illyuziya e não de seu marido pudesse fazer seu pai ter alguma clemência dos meninos. Suspirou fundo, se questionando: “Quem estou tentando enganar? Ele vai fuzilar os três na minha frente, antes de me torturar até a morte.” Por um instante sentiu um impulso de dirigir com os garotos para fora do país, deixá-los protegidos enquanto tentava resolver aquela situação com Romeu. Suspirou frustrada, ao perceber estar na frente da casa de Romeu. Parou o carro na frente da casa, viu os garotos começarem a descer sem cerimônia alguma, os três pareciam um pouco preocupados, não que Tatiana em algum momento se importasse com a ansiedade, preocupação ou qualquer outra coisa que qualquer um deles demonstrasse. Desceu calmamente do carro, vendo que seu filho do meio já havia pegado a chave de baixo do tapete, o menino abriu a porta entrando sendo seguido pelos irmãos. Tatiana balançou negativamente a cabeça sem conseguir não pensar nos três patetas, eles apenas subiram para seus quartos, mas a loira parou no meio da sala, olhando para todos os lados se questionando: “Onde está Romeu? O som de algo caindo na cozinha, a fez ir até o local, com uma pistola em punho, a verdade era que Tatiana havia sido criada como todas as Doch de Liev, era uma soldado, capaz de reagir a qualquer ameaça. Ela olhou para dentro da cozinha, deparando se com uma mulher de cabelos escuro, ajeitando as roupas, apressada, enquanto seu marido tentava esconder uma ereção na calça, a garota a olhou assustada, Romeu apenas olhou despreocupado sobre o ombro, sua expressão deixava claro que não havia gostado de ver a loira em sua cozinha. Romeu andou apressado na direção de Tatiana, pegando a pelo braço, dizendo: — Tatiana! Precisamos conversar... Agora.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD