CAPÍTULO 2

2148 Words
Andreza Smith Hoje é domingo e durante o almoço converso com meu pai sobre o que está acontecendo com Stela e peço que agende uma entrevista com Ivan para que ela possa fazer e entregar seu trabalho a tempo. O i****a do meu primo sempre inventa uma desculpa para não nos receber, mas com o senhor James Smith ligando pessoalmente, ele não vai poder dizer não. Como imaginava, assim que papai liga para Ivan, ele rapidinho acha um tempo na sua agenda para atender a Stela. Mas essa eu não vou deixar barato! Ivan é meu primo irmão e sempre me diz que sou sua preferida, mas ultimamente tem agido de forma estranha, tanto que nem quis me atender quando fui à sede do grupo com Stela dias atrás. Como se precisasse marcar horário para falar com ele na sede da nossa empresa. Mas isso vou resolver depois pessoalmente, quando encontrar com ele, pois, agora preciso contar a novidade para a Stela urgente. Dou um abraço no papai e corro para ligar para ela. Preciso contar essa novidade o mais rápido possível e acalmar minha amiga que tem pouco tempo para finalizar o trabalho e entregar no prazo. *** Ivan Smith Era só o que me faltava! Hoje, em pleno domingo, meu tio me liga querendo que eu atenda a amiga da minha prima para uma entrevista que faz parte do trabalho da universidade delas. Como se eu não tivesse trabalho o suficiente, agora vou ter que arrumar tempo de onde não tenho para encaixar essa garota e conceder essa bendita entrevista. Isso está me cheirando a coisa da Andreza, isso sim. Alguns dias atrás ela esteve duas vezes na sede do grupo querendo falar comigo, mas eu não pude atendê-la por estar muito ocupado. Eu sempre brincava com ela, dizendo que era a minha preferida e acho que ela me vê ainda como o Ivan de alguns anos atrás. Mal sabe que minha vida mudou totalmente depois que assumi a empresa no lugar do meu pai. Minha prima é uma boa menina, eu a amo muito, mas não tenho tempo para brincadeiras muito menos para ser como eu era antes. Morava em Montreal, no Canadá, e quando meu pai morreu tive que voltar para a Califórnia e assumir seu lugar na empresa. Como sou filho único, essa responsabilidade acabou em cima de mim. Também tem meu primo, Carlos, que poderia assumir a empresa, mas ele prefere ficar trabalhando como gerente de operações que é para ter tempo de curtir a vida, como ele mesmo diz. Ele já e rico o suficiente como herdeiro do meu tio por isso não leva muito a sério a vida, então acabou sobrando para mim, já que sei que Andreza também não irá assumir nunca a empresa. Meu pai e meu tio criaram juntos a empresa e começaram do nada. Com muito esforço e trabalho, conseguiram tornar a empresa, uma das maiores do ramo de empreendimentos, com várias filiais espalhadas pelo mundo, o que só faz aumentar meu trabalho. Carlos me ajuda muito, mas o trabalho de verdade, a parte pesada fica mesmo é para mim, tomando assim todo meu tempo. Já fui uma pessoa boa, mas hoje não sou mais. Nesse mundo dos negócios você tem que ser esperto, rápido, sagaz, frio e sem sentimentos porque se não for assim você perde tudo e as pessoas se aproveitam da sua fragilidade. Nesse mundo, não se pode ter sentimentos, afinal é só o poder e o dinheiro que interessam. Foi assim que me tornei um dos maiores empresários do mundo. Quase tudo nessa cidade me pertence, triplicando assim o valor da minha fortuna e a do meu tio. Como muitos dizem, sou uma máquina, um robô sem sentimentos, sem relacionamentos, sem amor. Eu não me envolvo com mulheres, para mim, elas só servem para aliviar meus desejos carnais de homem. Nada contra quem gosta de namoro e relacionamento sério, mas, para mim, isso não serve. As únicas mulheres que me importam nessa vida é minha mãe, minha tia e minha prima. Fora as três, nenhuma outra é importante. *** Stela Gomes Andreza acabou de me ligar, dizendo que conseguiu agendar a entrevista com seu primo para amanhã mesmo. Pelo que entendi, ela pediu para seu pai entrar em contato com ele e marcar um horário. Agora estou mais nervosa porque sei que só consegui essa façanha por causa da intervenção do senhor James, já que nem ela mesma conseguiu falar com o primo. Já vou deixar tudo preparado para amanhã de manhã para não perder tempo e correr o risco de me atrasar. *** Deus, por que tem que amanhecer tão rápido? Parece que dormi apenas alguns minutos e ainda estou morrendo de sono. Ontem fui dormir tarde colocando em dias as matérias que perdi nos dias que faltei, mas vou logo me levantar, afinal não quero chegar atrasada para meu compromisso de agora de manhã. Me olho no espelho e fico satisfeita com a minha aparência, uma roupa social comportada e maquiagem leve. Não gosto de nada extravagante e muito menos de chamar atenção. Tomo café rapidamente, pois depois da entrevista vou direto para a universidade. Dou um beijo nos meus avós e saio de casa rumo ao grupo Smith. Chegando no prédio, pego o elevador e vou até o último andar, onde fica o setor da presidência do grupo Smith e a sala do CEO está localizada. Em outras palavras, o primo temido da Andreza que insiste dizer que ele é uma boa pessoa. Assim que as portas do elevador abrem e entro no andar da presidência, sou logo atendida pela secretária do CEO que pede para que eu aguarde um momento. Faço o que ela pede enquanto pega o telefone e anuncia a minha chegada. — O senhor Smith pediu para a senhorita aguardar um momento — diz assim que desliga o telefone. — Tudo bem — respondo a ela com um sorriso. Ela me mostra onde posso ficar aguardando. Tudo aqui é muito bonito e luxuoso, e por um tempo fico distraída observando o local, mas depois de duas horas de espera finalmente o temido CEO pede para que eu entre em sua sala. Assim que entro, vejo o senhor Smith de costas falando ao telefone, então fico de pé no meio da sala, aguardando que ele termine a ligação. Mas o que eu não esperava acontece, assim que ele se vira na minha direção, não posso acreditar no que meus olhos estão vendo. Ele é o mesmo homem lindo, frio e arrogante em que esbarrei no outro dia. Meu Deus, não posso acreditar que esse homem é o primo da Andreza! — Então é você a amiga da minha prima — diz com uma cara de dar medo em qualquer pessoa. — A menina burra que não sabe olhar por onde anda. Por sua culpa, cheguei atrasado em uma reunião importante — completa com cara de nojo. Eu não tenho nem ação para responder nada. — Se eu soubesse que era você não perderia o tempo que não tenho para atendê-la. Sou um homem ocupado e não tenho tempo de dar entrevistas para universitárias. Saia daqui agora mesmo. Ele me ofende e me expulsa, sem nem ter escutado o que eu tinha para falar. Confesso que minha vontade é de gritar com ele. Mas que homem arrogante! Ele acha que é o dono do mundo. — Digo o mesmo para você, senhor Smith, se eu soubesse que era o mesmo i****a que não sabe ouvir desculpas, não teria nem perdido meu tempo vindo aqui. — Viro as costas e saio da sala batendo a porta. Não estou nem aí se ele me achar m*l-educada. Paro em frente ao elevador, arrasada, afinal não consegui fazer a entrevista e o tempo para entregar esse maldito trabalho está acabando. Não conheço ninguém importante e não sei o que vou fazer. Quando a porta do elevador abre, dou de cara com Carlos, o irmão de Andreza. Assim que ele me vê, abre logo um sorriso. — Oi, Stela, vim mesmo procurar por você. Andreza me falou que você estaria aqui para fazer a entrevista com Ivan. E aí como foi? — diz todo animado. — Foi horrível, seu primo é um verdadeiro i****a. Ele não me deixou nem falar e já foi me expulsando da sala, isso depois de me fazer ficar esperando por duas horas. — Conto a ele tudo o que aconteceu. — Olha, acho que posso te ajudar — diz olhando em meus olhos. — Pelo que Andreza me falou essa entrevista faz parte de um trabalho de vocês da universidade. Balanço a cabeça concordando. — Eu não sou tão importante como meu primo, mas podemos dizer que também tenho um certo grau de importância como um dos herdeiros do grupo Smith — diz com um olhar divertido. Nossa, essa é a minha salvação! Como é que não tinha pensado nisso antes? Com toda certeza, Carlos também é uma pessoa importante na sociedade como herdeiro da parte de seu pai no grupo. Não penso duas vezes e dou um abraço apertado nele que será minha salvação. — Vamos, vou te levar para almoçar, pois, também quero falar uma coisa importante para você, aí aproveitamos e fazemos logo a entrevista — diz já entrando no elevador e eu o acompanho. Logo chegamos ao estacionamento e seguimos para um restaurante. E, nossa, que restaurante é esse? É um lugar enorme, elegante e fico até com vergonha pelo jeito que estou vestida. Carlos pede uma sala privada, imediatamente a recepcionista nos acompanha e um garçom nos entrega o cardápio assim que nos acomodamos. — Nossa, Carlos, você não precisava ter me trazido para um restaurante como esse. Eu não sei nem o que pedir, não conheço nada nesse cardápio. Ele me olha e solta uma risada. — Relaxa, Stela, farei o nosso pedido e tenho certeza de que você vai adorar a comida daqui. Logo faz o pedido ao garçom e não entendo nada do que ele está falando. Espero que a comida seja realmente boa, pois estou morrendo de fome. Assim que ele termina de fazer o pedido, o garçom se retira e ficamos somente nós dois na sala. — Stela, antes de começar a entrevista, tenho algo importante para falar com você. Percebo que Carlos tem um olhar estranho, como se estivesse incomodado com alguma coisa. — Quero me desculpar pelo que fiz na noite do aniversário de Andreza no barzinho. Eu já estava bêbado e não estava pensando direito. Peço sinceramente que você me perdoe. Nossa, confesso que não estava esperando por isso! Carlos está tentando me ajudar e, é claro, que irei perdoá-lo. — Claro que te perdoou, Carlos. Vamos deixar isso no passado, mas que não se repita. Você tem que aprender a se controlar e não beber tanto. — Vou me controlar e da próxima vez que eu beber, prometo que não vou beijar você — diz rindo e piscando o olho para mim. — Andreza me contou o que aconteceu com seu avô e espero que saiba que pode contar comigo para o que precisar, a qualquer hora e momento. Não hesite em me ligar. Fico emocionada com suas palavras. Carlos é uma boa pessoa, assim como Andreza, totalmente diferente do seu primo arrogante. — Obrigada, Carlos, mas já está tudo bem agora. Meu avô já se recuperou e está em casa. Logo o nosso pedido chega e almoçamos entre conversas. Finalmente faço a entrevista com ele e não poderia ter sido melhor. Fiquei impressionada com Carlos que sabe ser profissional quando é preciso. Assim que terminamos, agradeço e nos despedimos. Carlos volta para a empresa, já eu vou para a universidade. Assim que chego, Andreza pergunta como foi a tal entrevista com seu primo. Conto como tudo aconteceu e inclusive tenho que explicar sobre o episódio do esbarrão que dei sem querer no primo dela, que eu não sabia que se tratava dele, no dia em que meu avô passou m*l. — Nossa, não sei o motivo de Ivan agir assim, como se fosse um ogro. Ele tem mudado muito desde que meu tio morreu e teve que assumir a empresa. — Não tente defendê-lo só porque é seu primo. Ele foi grosso, nem sequer me deixou explicar e foi logo me expulsando da sala dele. Graças a Deus, seu irmão apareceu e foi a minha salvação. — Verdade, não sei como não pensei no meu irmão antes, mas achei que fazendo a entrevista com Ivan seria melhor para você. — Eu sei, Andreza, que teve as melhores intenções em me ajudar e agradeço muito por isso, mas o seu primo não é uma pessoa sociável. Ela começa a rir. — Certo, você tem razão, Ivan está ficando assim mesmo. Mas vamos logo para a sala porque temos aula pelo resto da tarde.
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