O destino é superestimado

Capítulo 3

PONTO DE VISTA DE LOLA

O restante das aulas foi mais ou menos igual à primeira, até que o sinal tocou e foi hora do almoço. Nadia, Jason e eu nos encontramos juntos perto dos armários e fomos para o refeitório. Enquanto eu pegava uma grande quantidade de comida como sempre, podia ouvir os risos habituais e as maldades dizendo:

— Não é à toa que ela é tão gorda! Ela come como um cara.

— Será que os gordinhos realmente devem se empanturrar mais!?

— Ela nunca vai arranjar um cara com um corpo desses, nem o vínculo de companheiros a salvaria de ser rejeitada!

Jason estava ao meu lado na fila e me deu um sorriso reconfortante. Depois de pegarmos nossa comida, fomos nos sentar na primeira mesa vazia que encontramos. Enquanto comia, ouvia a conversa de Nadia, quando Jason de repente diz:

— Olhe para lá — E acenou em direção a Ashton se aproximando do novo cara que estava apenas olhando sua comida.

Certamente Ashton o estava convidando para se juntar à mesa dos populares, já que o novo cara era bonito e musculoso, eu suponho. E, como deveria ser, todos aqueles tipos geralmente tendem a se unir, não é mesmo?

Enquanto continuava enfiando comida na minha boca, sim, realmente enfiando, eu também carecia de algumas maneiras femininas básicas, alguns diriam. E quem se importa? Eu já sou excluída mesmo, então é melhor corresponder às expectativas. Ouço um pequeno suspiro de Nadia e Jason quando olho para cima e vejo o novo cara dispensando Ashton e se dirigindo à nossa mesa. O que diabos? Ele nem nos perguntou se podia se sentar conosco, simplesmente colocou seu prato na mesa e sentou-se, dizendo:

— Oi!

Agora sim, este é o tipo de atitude que eu teria se fosse forte e musculosa como ele. Enquanto todos nós ainda estamos um pouco chocados com suas ações, e pelos olhares em seu rosto, Ashton também está, pois acabou de ser desprezado, conseguimos responder com um fraco “oi” de volta. Enquanto observo Ashton furioso se dirigindo a Chris, que está apenas lançando olhares furiosos para nossa mesa, não consigo deixar de sussurrar para o novo cara:

— Cara, você sabe o que acabou de fazer? Ashton é o melhor amigo e futuro Beta de Chris, o futuro Alfa.

Ele responde apenas com “sim, eu sei”, com um sorriso debochado no rosto.

Enquanto o almoço prosseguia, continuamos conversando com o novo cara, desculpe, Sebastian, e descobrimos que ele era do bando vizinho, chamado Pine Press. Ele se mudou para o meu bando com sua mãe, já que o deles estava se desintegrando rapidamente.

O Alfa Culio foi gentil o suficiente para deixá-los entrar. Ele tinha uma idade semelhante à nossa, com a diferença de que já completou dezoito anos e já tinha seu lobo. Ao contrário de mim, ele estava ansioso para encontrar sua companheira agora. Companheiros só podem se encontrar depois de atingirem a maioridade e terem seus lobos.

Eu estava ansiosa apenas para ter meu lobo e se, por acaso, eu fosse companheira de Jason, estaria tudo bem, mas ansiosa seria uma palavra completamente diferente. O sinal tocou, indicando o fim do almoço, e todos fomos para a próxima aula.

O resto do dia correu como sempre e, em breve, Nadia, Jason e eu estávamos saindo da escola. Como sempre, sigo meu caminho separada deles aqui e vou para a próxima cidade humana para minhas aulas de MMA e Krav Maga, que ficam a cerca de 15 minutos a pé da escola na direção oposta de casa, e mais tarde, à noite, mais 40 minutos de volta para casa. Mas não me importo de ficar sozinha, sempre coloco meus airpods e ouço música para me animar para minhas aulas.

Depois de uma sólida sessão de 2 horas desabafando todas as minhas frustrações e depois de tomar um bom banho quente no alojamento, começo a caminhar de volta para casa. Ao passar pelas fronteiras do bando e me aproximar de casa, de repente começo a me sentir realmente desconfortável, de uma maneira que nunca antes senti em minhas caminhadas, como se alguém estivesse me observando.

Ao desligar meus airpods e examinar a área ao redor, não consigo ver nada que esteja causando esse sentimento desconfortável em mim. No entanto, está realmente escuro e, como ainda não tenho um lobo, não consigo enxergar tão claramente quanto aqueles que têm, então elevo minha voz e pergunto:

— Quem está aí?

Como se alguém que estivesse me observando fosse burro o suficiente para se revelar agora e me dizer que estão me assustando, mas eu tinha que tentar mesmo assim.

Quanto mais fico parada aqui, mais desconfortável fico e mais percebo que alguém definitivamente está me observando. Embora não fosse comum, já pegaram rogues vagando além de nossas fronteiras em algumas ocasiões aqui e ali, e como os rogues são altamente imprevisíveis e agressivos, eu não gostaria de encontrar um enquanto estou sozinha, então decido correr para minha casa.