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1178 Words
Sila — Venha, Sila eu quero que conheça alguém. — Murat fala me fazendo caminhar na direção do homem que eu amo e no ato, sinto a minha garganta ficar severamente seca. — Taylor, meu irmão querido, você veio! — O Senhor Arslan comemora com uma Aligria que nunca vira expressar. Estou confusa, o que está acontecendo aqui? — Murat, meu grande amigo meus parabéns! — Os homens se abraçam fortemente, dando tapinhas nas costas um do outro. Contudo, permaneço paralisada apenas assistindo a essa cena e tentando entender alguma coisa, e quando eles se afastam, encaro os olhos receosos de Taylor. — Sila, esse é Taylor Miller, ele é o meu melhor e grande amigo. — Meu chão simplesmente fugiu de debaixo dos meus pés e ao encarar a sua mão estendida para mim ofeguei. — É um prazer conhecê-la, Sila! — Taylor simplesmente fingiu não me conhecer. Contudo, engulo em seco sem saber o que fazer. — Pode... — sibilo com um tom baixo demais. — Pode pegar algo para eu beber? — peço para o meu noivo sem sequer desviar os meus olhos do meu namorado. — Você está bem? — Murat procura saber e droga, eu queria poder gritar com ele, com todos eles. Queria dizer que não, que nada está bem, que a minha vida não está nada bem. Que eu estou presa dentro de um maldito pesadelo e que eu não consigo me acordar desse sonho infernal. — Estou. — Me forço a dizer e me forço a olhá-lo também. — Eu... só preciso beber algo. — É claro, só um instante, Taylor! — Observo o meu noivo se afastar, só então volto a olhá-lo nos olhos. — Me diga que veio para me tirar daqui, Taylor? — Praticamente suplico, avaliando o seu semblante para parece empalidecer. — Me diga que veio para me livrar desse casamento maluco e sem sentido? Ele engole em seco. — Taylor, por favor, você disse que faria qualquer coisa por mim! Disse que me tiraria da minha família, eu... Taylor ergue um pouco a sua cabeça e com uma respiração profunda ele me olha do alto. — Eu não posso, Sila. Meu coração para algumas batidas e os meus olhos se enchem de lágrimas. — Por que não? Por que não pode? — Porque o Murat é como um irmão para mim e eu… não posso fazer isso com ele. Ofego. — Eu te amo! — sussurro. — Como posso me casar com um estranho, amando o homem com quem passei dias maravilhosos e inesquecíveis? — O observo pressionar os lábios. — Você precisa me esquecer, Sila — balbucio. — Você vai me esquecer. — Você disse que amava — sussurro desapontada. — No entanto, vai me deixar casar com esse homem apenas por consideração essa sua amizade?! — ralho um pouco mais alto e imediatamente ele olha para os convidados. Entretanto, não desvio os meus olhos dele. — Eu sinto muito, Sila! Ele sente. Penso sentindo que estou me quebrando por dentro. — Eu trouxe um suco para você, Sila. — Murat fala, se aproximando, me estende um copo e me obrigo a desviar os meus olhos do homem que eu amo, forçando-me a engolir o choro também, e determinada seguro na mão do meu noivo o fitando firmemente. — Já chega desses rituais, Murat, me leve de uma vez para aquele altar! — rosno determinada, praticamente o arrasto para o outro lado do jardim. *** — Eu vos declaro marido e mulher! Está feito! Penso quando o meu marido beija respeitosamente a minha testa e em seguida uma comemoração extremamente exagerada começa. Música alta, comes e bebes, conversas Aligres. No entanto, tudo parece passar como um borrão diante dos meus olhos. Eu m*l consigo escutar o que eles estão dizendo e m*l consigo ver seus sorrisos felizes. Seus sons parecem estar abafados dentro dos meus ouvidos. — Está na hora da dança dos noivos! Um dos meus irmãos anuncia com um grito esfuziante, animando ainda mais os nossos convidados e logo eles formam um círculo que nos circundam. Murat para de frente para mim e como se ele tivesse asas, as abre para mim. O seu olhar firme demais se conecta no meu. Consigo ver intensidade deles, a sua determinação e algo que eu não consigo decifrar. Assim que a música começa o meu olhar encontra o de Taylor atrás do meu marido e quando Murat começa a se mexer, encaro o seu olhar agora rígido e frio, iniciando a minha dança em seguida. Nossos costumes. Penso. Está tudo exatamente como o meu pai desejou um dia e como os meus irmãos planejaram. No entanto, estou fria por dentro. Eu cheguei a sonhar com o meu casamento por várias e várias vezes e em todas os meus sonhos eu estava explodindo de felicidade, estava sorridente, mas não está sendo assim agora. Não vai demorar muito e logo terei que me deitar com esse homem que m*l troquei duas palavras, terei que me entregar para ele, dividir a minha vida com ele e conviver debaixo do mesmo teto que ele. Um casamento sem amor. Não foi com isso que sonhei para mim. — Chegamos, Sila! — Murat avisa horas depois, assim que o carro para em frente a um casarão extremamente luxuoso e logo sinto o meu corpo estremecer por dentro. ... Eu não posso, Sila. ... O Murat é como um irmão para mim. ... Eu não posso fazer isso com ele. Mas você pode fazer isso comigo. Resmungo mentalmente e com extremo amargor. Você trancafiou o meu coração, Taylor, me aprisionou dentro desse sentimento sufocante e eu sei que ele vai me consumir por dentro pouco a pouco. Minutos depois, o meu marido abre a porta do quarto que fica no meio de um longo corredor e eu adentro com pesar, sentindo que tudo mudará no momento que ele pôr as suas mãos em cima de mim. — Esse será o seu quarto de agora em diante, Sila — avisa me deixando confusa. Aturdida, olho para trás e o encontrando em pé na entrada do cômodo. — Você disse, que esse é o meu quarto? — inquiro. — Eu disse. — O som frio que sai da sua boca chega a congelar os meus ossos. — Mas... acabamos de nos casar e você… não vai dormir comigo? — Eu não vou. — Ainda mais confusa uno as sobrancelhas. — Eu não entendi, Murat. Por que está me deixando sozinha na noite de núpcias? Ele respira fundo, porém, é como se estivesse vazio e livre de qualquer emoção. — Não é isso que você quer? Balbucio. — Eu não vou fazer nada que você não queira, Senhora Arslan, fique tranquila. Portanto, ficarei nos meus aposentos e você ficará bem aqui. Penso em dizer algo, mas ele simplesmente se afasta. — Boa noite, Sila! Estática, fico parada por algum tempo olhando para a porta fechada sem saber o que fazer, até que me sento na beirada da cama e não seguro as lágrimas.
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