Ela parece estática e perdida sem saber o que falar. Esse homem a assusta de todas as formas e imagino que viva um inferno em suas mãos. Minha hora de salvá-la desse purgatório momentâneo.
- Sr. Banks!
Me coloco entre eles com um enorme sorriso.
- Sou Vivian, amiga da Aurora.
Os olhos poderosos, desejosos e questionadores do homem a minha frente não me intimida.
- Sua mulher está me salvando de um momento delicado.
Vamos dizer que a solidão não seja algo agradável. Faço olhos tristes e sofridos e o vejo amolecer um pouco.
- Ontem havia ligado para ela, em um momento de solidão e como uma boa amiga, se dispôs a me dar um minuto de atenção, desde que não prejudicasse o senhor. Não sabíamos que estava neste mesmo local que marcamos.
Agora seus olhos estão em Fábio, e imagino que se perguntando se o seu homem de confiança me entregou o bilhete.
- Não tive cabeça ontem para aceitar ou me prender a outra coisa a não ser minha tristeza. A única pessoa que me lembrei e quis saber, foi sua mulher.
Tento deixar claro que não li e não me importei com seu bilhete e convite.
- Se tiver problema, podemos desmarcar. Não quero prejudicar Aurora com meus problemas.
- Não!
Ele diz com sua voz firme.
- Continuem com o momento de vocês. Se não se importarem, gostaria de me unir ao jantar de vocês.
Ele solta um longo suspiro atrás de mim e sei que não deseja isso, mas eu desejo.
- Tudo bem!
Abro um sorriso delicado e recebo um sorriso safado. Homens!
- Vou apenas conversar com Fábio um minuto e já me uno a vocês.
Ignoro o olhar furioso de Fábio para mim e me viro com Aurora para o restaurante.
- Suas mãos estão tremendo.
Digo ao tocar-lhe para dar forças de andar.
- Banks esta aqui foi uma surpresa. Me disse que faria uma pequena viagem para Vancouver e só retornaria amanhã.
Sei a viagem que ele faria. Estava doido pra viajar no meio das minhas pernas.
- Você conhece o Fábio? Quando cheguei estavam conversando.
- Na festa nós tivemos uma pequena troca de olhares e uma conversa mais intima.
Digo como se fosse uma adolescente flertando e Aurora sorri. Quero que pense que tenho algo com o segurança e não com seu marido. Apesar que pretendo ter algo com os dois.
- Sempre achei Fábio sério demais. Nunca o vi com olhares ou i********e com mulheres.
- Vamos dizer que fui um deslize.
Nós duas rimos e paramos em uma mesa vaga, ao qual nos guiou uma das mulheres que trabalha no restaurante. Me sento em uma ponta e Aurora ao meu lado, evitando que seu marido sente perto dela. Claramente um casal que se odeia. Casamento por aparência eu diria.
- Devo confessar algo.
Me aproximo de seu ouvido e apoio minha mão sobre a dela suavemente.
- Preferiria seu marido fora desse encontro. Realmente queria sua atenção toda para mim hoje.
Aurora respira fundo e seu corpo se arrepia. Olha só! Temos aqui uma mulher carente de atenção e carinho. Será que Aurora gosta de mulheres? O que fiz foi apenas para mostrar que minha atenção e foco é dela e ganhei uma suspirada. Interessante. Roço meus dedos no dela antes de soltar sua mão e me afastar. Vejo seu rosto vermelho e tenho a confirmação que Aurora Banks está aberta a algo fora dos padrões. Parece que entrei em mais um jogo de sedução.
- Podemos marcar outro dia novamente, se quiser.
Diz baixinho, encarando suas mãos.
- Adoraria! Seria uma forma de não me sentir tão sozinha.
Me olha e tento de alguma forma devolver um interesse a mais, além da amizade.
- Agora posso me unir a vocês.
Banks surge ao nosso lado e atrás dele Fábio com um rosto sem expressão. Deve estar querendo comer minha alma. Primeiro vou fazer um casal feliz e depois cuido dele. Não posso deixa-lo achando que armei tudo isso, mesmo tendo armado.
- Já pediram algo para beber?
- Ainda não.
Respondo junto com Aurora e sorrimos.
- O que acham de vinho?
- Perfeito!
Digo com a voz suave e delicada, para atiçar ambos. Banks chama o garçom e pede um vinho, entradas e já escolhe nosso jantar, sem nem ao menos nos perguntar se queremos carne ao ponto, risotto e legumes. Vejo que isso desconforta Aurora.
- Posso mudar minha carne vermelha para peixe.
Peço manhosa e todos me olham.
- Não gosto muito de carne vermelha. Não sou predadora, carnívora e selvagem.
Me explico de forma que dê a entender ao Sr. e******o a minha frente, que sou a gazela e ele o caçador aqui.
- Claro!
- Também gostaria de mudar para peixe.
Aurora fala quase em um sussurro.
- Então peixe para as mulheres e carne para o homem.
A última parte foi tão imponente que me seguro para não revirar os olhos. O garçom se afasta e o silêncio surge. Meus olhos se erguem e um certo segurança me engole com os olhos. Está mesmo furioso.
- Fale um pouco sobre você, Vivian.
Toda a atenção dos três se voltam pra mim.
- Não há muito o que contar sobre mim. Filha única, pais separados e isso significa que busquei minha independência muito cedo. Sou formada em designer, mas atuei mais como secretaria particular de uma pessoa do que na minha área mesmo.
- Secretaria particular?
Aurora pergunta curiosa, enquanto o garçom nos serve o vinho e deixa as entradas. Assim que se afasta, continuo.
- Sim! Cuidava da agenda, organizava os eventos e algumas coisas mais privada da mulher do governador de onde morava. Éramos amigas e ela um pouco perdida na vida.
Todos riem, menos Fábio que deve estar se perguntando se inventei isso, por não estar em minha ficha. Claro que inventei. Vivian será algo que nunca serei.
- Mas não era algo formal, registrado e tudo mais. Por isso me prejudica muito na busca de um novo emprego. Essa pessoa me pagava diretamente e por mais de seis anos me dediquei a ela.
Dou uma pausa e bebo um pouco do meu vinho. Três pares de olhos ficam atentos aos meus lábios, moldando a taça e bebendo suavemente o liquido maravilhoso. Esse vinho é bom. Deve ser caríssimo.
- Uma delicia de vinho, ótima escolha.
Digo ao terminar de beber e Banks gosta de seu elogio.
- Banks é ótimo para escolher vinhos.
Ambos se olham e sorriem.
- Então procura um novo emprego?
Aurora pergunta mexendo em sua taça.
- Sim! Acabei de me mudar para Seattle, mas não estou em desespero para encontrar algo. Sei que em minha área será quase impossível, por não ter experiência. Então vou escolher algo com calma.
- Poderia ser secretaria de Aurora, enquanto procura algo que deseja fazer.
Banks diz com um olhar intenso e escuro. Quero rir, pois o peixe foi fisgado pela boca.
- Não!
Digo envergonhada e bebo mais vinho.
- Aurora é uma amiga.
Tento parecer sem graça.
- Uma amiga que se perde um pouco em suas obrigações.
Fala como critica e Aurora não gosta.
- Não me perco! Apenas esqueço de ir a alguns eventos seus e das mulheres chatas de seus aliados.
Ambos se olham de forma intensa e acho que o vinho a deixou corajosa de mais.
- Talvez lhe falte alguém para tornar esses eventos menos entediantes.
Roubo a atenção dos três.
- Com essa pessoa que cuidava da agenda fazia isso. Por sermos amigas a acompanhava nos eventos e nos divertíamos muito.
- Pronto! Te faltava uma amiga para sorrir nos eventos. Agora tem a Vivian.
Nossos pratos chegam e Aurora parece pensativa. Deve estar se perguntando se sou amiga a este ponto. É a hora de ganhar sua confiança. Minha mão repousa sobre a dela, antes que pegue seu talher. Aurora me olha e abro um pequeno sorriso.
- Não preciso cuidar de sua vida e sua agenda, para sermos amigas. Se precisar de alguém que lhe faça rir nesses lugares, terei o prazer de lhe acompanhar, como amiga. Farei com prazer, sem qualquer pagamento. Seus olhos brilham para mim. Solto sua mão e olho Banks, que parece um leão saboreando com os olhos sua presa. O safado está e******o com a possibilidade de comer a amiga da mulher.
- Teremos um jantar em casa essa semana. Adoraríamos ter sua presença.
Aurora fala e Banks concorda.
- Me informem o dia e horário que irei com prazer.
Começamos a comer, mantendo assuntos aleatórios. Aurora parece relaxar, Banks parece ainda mais e******o e Fábio irritado. Vou precisar acalmar a fera com rapidez.
**********
Aurora está alegre e imagino que seja pelo vinho. Tive que fingir me unir a ela nessa falsa bebedeira. Tenho planos para um certo segurança. Estamos rindo uma para a outra, sobe o olhar atento de Banks. Acho que o infeliz está me imaginando com a própria mulher.
- Minha cabeça parece rodar.
Minto e apoio ela em minhas mãos.
- Me sinto assim também.
Aurora sussurra e seu corpo encosta ao meu.
- Acho que é hora de irmos pra casa.
Banks paga a conta e quando nos levantamos para ir, Aurora quase cai e nos aparamos na parede ao meu lado. Ela ri, completamente bêbada, me forçando a rir junto.
- Fábio, ampare Vivian, enquanto cuido de Aurora.
Banks ordena pegando Aurora sobre mim. Fábio vem se aproximando e ergo a mão.
- Não será preciso. Posso andar sozinha.
Dou alguns passos e finjo perder o equilíbrio. Fábio me toma em seus braços, me agarrando forte e estou presa em seu peito que pelo toque da minha mão em sua camisa, é bem definido. Seus olhos estão nos meus me analisando e tento parecer perdida.
- Pode me soltar!
Peço, mas não me afasto. Ele é realmente uma delicia e lindo. Posso me divertir com esse homem, sem problemas. Não fala nada e me ajeita de lado, nos levando para fora do restaurante.
- Vou com meus seguranças com Aurora para casa. Use o carro da minha mulher para levar Vivian para a casa dela.
- Não é preciso.
Falo e percebo que Aurora sumiu. Deve estár dentro do carro.
- Fábio cuidará de você.
Pega minha mão e beija. Sinto nojo, mas não demonstro.
- Boa noite, Vivian!
- Boa noite, Sr. Banks!
Sorri e entra no carro. Quando ele parte, vem em seguida para a frente do restaurante outro carro caríssimo, branco.
- Vem!
Grosseiramente Fábio me enfia no carro e fecha a porta. Ele vai querer respostas e preciso fugir disso. Encosto minha cabeça no vidro e fecho os olhos.
- Coloque o cinto.
O escuto ordenar quando entra no carro, mas mantenho os olhos fechados.
- Merda!
Resmunga e coloca o cinto em mim, evitando me olhar. O carro começa a andar e me mantenho imóvel. Escuto falar no celular com os seguranças para saber se está tudo certo no percurso com Banks e Aurora. Não escuto a resposta, mas imagino que esteja. O carro para alguns minutos depois de percorrer as avenidas e o escuto sair carro. A porta do meu lado se abre e só não caio do carro, porque estou presa no cinto. Finjo acordar assustada e o vejo me olhando ao meu lado.
- Vem! Vou te ajudar a subir.
Solta meu cinto e quando tenta pegar minha mão, fujo de seu toque.
- Acho que posso ir sozinha.
Tentando parecer uma bêbada quase equilibrada, saio do carro e vou para a entrada do prédio. Fábio me segue e entra comigo.
- Posso ir sozinha.
Me ignora e isso me agrada. Parece que hoje teremos sexo com o homem de confiança do meu golpe. Esperamos em frente ao elevador e me apoio em uma pilastra, fechando os olhos. O elevador chega e entramos nele. Assim que as portas se fecham, ele esmurra o botão que trava o elevador, sou empurrada para o canto com brutalidade e meu corpo fica preso contra a parede. Fábio segura meu pescoço e encara meus olhos. Seu corpo quase se funde ao meu.
- Sei que está mentindo sobre a bebedeira. Duas taças de vinho não causaria isso.
Aperta mais o meu pescoço.
- Você armou tudo isso? Armou o encontro de Aurora e Banks com você?
- Não...
Respondo quase sem voz.
- Não... li... o bilhete...
Solta um pouco meu pescoço, mas não se afasta. Seu olhar me queima toda e percebo que estou excitada. Perigo e adrenalina causam isso.
- Por que fingiu que estava bêbada?
Subo minhas mãos e agarro seu cabelo, prendendo firme entre meus dedos. Sua respiração acelera e nossos lábios estão quase se tocando. Subo uma perna, se arrastando pela dele e paro em sua cintura.
- Porque sabia que me traria pra casa.
Falo baixo, encarando sua boca. Subo meus olhos e encarando os dele, cravo meus dentes em seu lábio inferior e o puxo, lhe arrancando um gemido.
- Sei que me quer.
Solto seu cabelo e ergo os braços na parede do elevador, sobre a minha cabeça. Automaticamente sua mão livre sobe e segura meus pulsos. Sua mão antes em meu pescoço, desce entre meus s***s e fecho os olhos. Vai para baixo na minha perna presa em sua cintura e toca minha coxa. Agora é ele quem me arranca um gemido. Sua mão desliza em minha coxa e vai até minha b***a, apertando forte e puxando para frente, para que sinta sua ereção. Essa é sua resposta. Ele me quer.
- Me fode!
Peço contra os seus lábios.
- Aqui... agora... e com força...