Capitulo Dois

3985 Words
Capítulo 2 Quando ele virou, quase eu caiu de costa. Era lindo, lindo não, eu não sabia descrever aquilo... Tinha o cabelo castanho quase preto, seus olhos azuis hipnotizante, sua pele branca, porém um pouco bronzeada, sua barba lindamente desenhada em seu maxilar, seu terno azul perfeitamente alinhado em seu corpo, seus músculos visíveis por meio de tanto tecido, usava um relógio ouro, que deva um charme a todo aquele pano, sua gravata cinza com listras cinzas escuras. Os olhos dele correm para minha irmã primeiro, porém logo desviam para os meus, onde parece não desgrudar mais. Ele me desafia com seu olhar. Esse homem foi esculpido, só pode. O olhar dele era frio, me dava um pouco de medo, mas ao mesmo tempo era um olhar desafiador. -Samuel - Chamo meu pai pelo seu nome, ele não merece ser chamado de pai. - Vamos conversar - peço e vejo o olhar de papai suavizando. -Oliver? Você pode me esperar na sala? - pergunta para ele, que responde um sim ainda me encarando e anda para a sala, me dando uma ótima olhada e desviando para seu caminhos. - Vem, vamos ao meu escritório. - papai pede e ele vai na frente. -Talvez não seja um sacrifício ir morar com ele - Sarah diz. -Do que você ta falando? Isso é sério, Sarah. - Brigo. -O que? Ele é gato demais, Eva... O que é aquilo, mana? - diz. Mesmo em momentos difíceis, Sarah sempre está ali com suas graças. -Não reparei - minto. Até por que era impossível não reparar. Papai abre a porta e nós duas entramos. -Eu sei que vocês não iram aceitar, e eu respeito, e farei de tudo pra tentar sair das dívidas... Eu fui um i****a quando fiz essa aposta, até por que Oliver é bem poderoso também. Me desculpem minhas filhas, vocês não precisavam e eu... O interrompi, até por que não quero ouvir essa baboseira toda de papai. Estou farta, cansada!! -Me poupe, pai - digo revirando os olhos - Eu e Sarah resolvemos aceita e queríamos saber quem ele escolhe. Ele já nos viu, agora só falta escolher. Eu faço isso por minha mãe e Sarah, por que elas não merecem passar por necessidades, não mesmo. - E se ele me aceitar, papai, também farei isso por minha mãe e por Eva. O que você fez não tem perdão - Sarah diz. -Você não precisam fazer mais isso minhas... O interrompo -Não nos chame de filha! - grito - E mesmo que você não queira mais, eu quero! Mamãe e Sarah não merecem isso, eu não mereço isso... Você merecia viver na miséria, por ser um e******o, que faz tudo por dinheiro. Vamos, quero acabar logo com isso - digo me fazendo de forte por fora, mas por dentro eu quero chorar, berrar, gritar!!! -Eva... -Não, não fale mais nada... Vamos - peço saindo da sua sala e Sarah me abraça forte. -Você não precisa Eva... - ela diz. Olhando em seus olhos azuis, vejo o quanto ela está assustada. Eu e Sarah não temos um grande diferença de idade, mas, apesar dela ter dezoito anos , ela ainda não sabe se cuidar direito. -Sarah, já está feito, vamos - digo a puxando pela mão e a guiando para a sala. O tal de Oliver estava sentando mexendo em seu celular, estava concentrando, porém quando nos ver entrando, desliga e o coloca no bolso da calça. Seus olhos mais uma vez fixam no meu. Sinto quando Sarah aperta minha mão forte, sua mão estava gelada, suando. - Vai ficar tudo bem - sussurro. Papai entra na sala, e vejo quando Oliver da um sorriso vitorioso para papai. - Escolha! - papai diz. - Entre Eva e Sarah. Eu olhei com ódio para meu pai, com raiva, rancor, nojo!! O Oliver nem revesou seu olhar entre nós duas, ele fixou apenas em mim, e algo me dizia que seria eu. -Eu quero ela. A Eva - meu nome sai de sua voz grossa. Me passa um arrepio, e sinto meus fiozinhos se arrepiarem. Meus olhos se enchem de lágrimas, e olho para o lado, vejo Sarah me encarando com seus olhos azuis cheios de lágrimas, e posso ver o alívio neles, Sarah sai correndo dali. -Feito - papai diz e Oliver levanta a apertando a mão de papai. -Bom fazer negócios com você - diz com deboche. Eu continuo parada olhando para o nada, e pensando se isso realmente está acontecendo. Sinto passos vindo até mim, e levanto minha cabeça e me deparei com dois pares de olhos azuis me encarando. Eu não consegui desvendar nenhuma emoção ali, quer dizer, na verdade eu consegui sim, consegui ver o frio e o vazio neles, como na primeira vez que o olhei. Pude ver de perto seu rosto, e quanto ele era bonito, mas isso não vem ao caso. -Se arrume, amanhã cedo estarei aqui para irmos - diz. -E o que você fará comigo? - pergunto. -Muitas coisas - diz em sussurro para que só eu escutasse. Ele olha para meu pai, sério, e sai dali sem falar mais nada. Eu não aguento e caiu no tapete, chorando desesperadamente, bato várias vezes no chão tentando transmitir minha raiva, minha angústia, minha dor. -Não, Eva, minha filha... - papai diz porém o interrompi -Não me chame de filha!! - digo. Levantando-me do chão e caminho para meu quarto, não olhando mais para trás. Deito-me na cama, e fico assimilando tudo o que aconteceu em menos de uma hora. Escuto batidas na porta, e Sarah junto com mamãe entram. Ah, como vou sentir falta delas. Elas sobem na cama e me abraçam forte, e ficamos nós três ali chorando sem falar nada, até por que palavras não eram necessário naquele momento. (....) -Eu esqueci de perguntar onde ele mora. Será que é frio lá? Calor? - pergunto para Sarah que estava em meu quarto ajudando eu arrumar a mala. -Ouvi Mamãe dizer que ele mora em Seattle - ela diz. - Lá tem época de frio e calor, mas geralmente lá está frio - ela diz. -Vou levar roupas mistas - digo - Não poderei levar todas minhas roupas, se não vou ter que levar umas oito malas ou mais - digo. -Acho que ele vai te bancar lá, comprar roupa... Essas coisas - Sarah diz. -É, pode ser - digo separando apenas as roupas que mais gosto. Ando até meu criado mudo e pego os portas retratos. Em um estava eu, mamãe e Sarah, e na outra eu e Luiza. - Nossa, tenho que falar com Luiza ainda, mas como? Já esta super tarde e o tal do Oliver disso que vinha cedo me pegar. - digo. -Você liga pra ela - Sarah diz. -Ela vai me matar se eu ligar e da essa notícia por telefone , Sarah! -Ela vai entender, Eva, e eu vou explicar tudo pra ela. - Sarah diz e não vejo outra alternativa além da dela. -Faço isso depois, preciso arrumar isso aqui - digo organizando todas as coisas que pretendo levar. -O que será que ele quer, hein, Eva? Por que ele quer uma mulher? - Sarah pergunta. -Não sei, Talvez pra ser empregada dele. Um homem como ele deve ter uma mulher - digo enfim fechando a mala. -Ele me parece bem novo - Sarah diz - Ele é um homem muito gato, só que me da medo. -Ele também me da medo - digo pegando minhas coisas pessoais e colocando em uma bolsinha menor. - Pronto, tá tudo arrumado - digo. - Cadê a mamãe? -Ela ta no quarto e papai tá dormindo no de hóspedes. -Bom! - digo secamente. -Eu acho que foi uma burrada termos feito isso, Eva... Papai tem muitos bens, talvez se ele vendesse... -Não, Sarah, para! - peço - Papai está no buraco... Você não escutou o que ele disse? Que ele iria perder todos os seus vinhedos para o tal do Oliver? E mamãe disse que estávamos atolados de dívidas? Eu já fiz a escolha, e eu vou cumprir, mas eu quero que você me faça um enorme favor. - peço. -Claro mana, diz aí - ela pede. -Quero que você faça papai sair dessa vida de Mafioso. Que ele use seus vinhedos com um trabalho digno, que ele trabalhe dignamente. E com o dinheiro que ele ganhar, ele pague as contas, e depois compre bens e novos vinhedos, para que um dia quando eu quiser voltar, vocês estejam bem financeiramente, e se aquele tal Oliver quiser pegar os vinhedos de papai, ele pegará os antigos, e não nos fará falta. -Você e um gênio. Farei isso sim - ela diz e a abraço - Mas sabemos que vai demorar para isso acontecer. -Sim, eu sei, mas um dia vai acontecer. - digo. - Mantenha contato comigo, irei Lever meu telefone. - digo - E vou ligar pra Luiza agora. Amanhã você conversa com ela e explicar tudo ok? Espero que ela me entenda de verdade. -Ela vai - Sarinha diz. - Vou comer algo agora, isso tudo me deu fome - diz e sorri docemente. Ela caminha para a porta e sai. Sento-me na cama e ligo um trilhão de vezes para Luiza, porém ela não atende - Caramba! - Falei baixinho me jogando na cama e me entregando ao sono que nem eu mesmo sabia que estava. Acordo com Sarah e morango pulando na minha cama. Morango era nosso cachorrinho - Oi, Morangoo! - o saldo e ela me da uma lambida nada legal - Eu também te amo - riu. - Oi, mana. -Oi - ela diz triste - Está pronta? -Tenho escolha de estar ou não? - pergunto me levantando e vendo a hora - Tenho que me arrumar, ele daqui a pouco chega. Tomo um demorado banho em meu enorme banheiro que sentirei falta. Sarinha brincava com morango na minha cama. -Não consegui falar com Luiza - digo triste. - Ela deve tá se arrumando para ir para a faculdade já. -Não se preocupe, eu falo com ela - Sara diz. - Já me formei no ensino médio mesmo... Semana que vem começo minha faculdade de moda. - Os olhos de minha irmã brilham. -Você será uma ótima estilista. - digo colocando uma calça Jeans preta, e uma blusa de renda branca, e por cima um agasalho. -E você uma ótima artista, e fará lindos quadros também... Quero que faça um meu - ela diz sorrindo e eu concordo. -Claro... - sussurro. Mamãe entra no quarto e sorri fraco ao me ver, porém logo se transforma em lágrimas. -Não chora, mãe, só será mais doloroso pra mim - digo e ela limpa as lágrimas. -Como não, Eva? - sua voz doce pergunta - Você está indo embora... Como não chorar ? - ela me abraça forte e logo Sarah vem também. -Eu amo vocês, e eu vou voltar, eu prometo - digo sorrindo fraco. Pelo menos eu espero voltar. -Ele já chegou - Mamãe diz e um frio me passar, um nervosismo me passa. -Como é Seattle ? - pergunto indo até a cama e pegando minha mala, Mamãe e Sarah me ajudam com outras bolsas. -Lindo, frio... - Mamãe diz. Eu nunca tinha ido lá. - Ok - digo e seguimos para a sala, onde deixo minhas malas lá e me aproximo do sofá, reconhecendo os cabelos de Oliver. -Vamos? - pergunta de uma só vez. -Agora? - pergunto nervosa. Acho que não estou preparada. -Tenho muitas coisas pra resolver onde moro - ele diz. -Claro que tem - sussurro baixinho só pra mim. Me viro para mamãe e Sarah, e as abraço forte, muito forte. -Filha.. - Mamãe não consegue falar. -Eu amo vocês, e eu vou voltar. Prometo - digo rindo fraco, e as beijando na testa. Um cara entra dentro de casa e pega minhas malas. Passo por papai sem falar nada com ele, e a visto Oliver do lado de fora da casa. Papai, Mamãe e Sarah também me seguem. -Cuide bem dela, Oliver - papai diz ríspido, e Oliver só encara com seu olhar sério. Nem o olhar de papai me da tanto medo assim. Papai se aproxima de mim, porém me afasto indo em direção ao carro. Oliver vem atrás de mim e entra no banco de trás, e logo eu também entro, mas antes eu mando um tchau para minha mãe e minha irmã. Sarinha corre para dentro de casa, e mamãe fica apenas me olhando e chorando... Não tinha como não chorar, mas dentro do carro com aquele desconhecido eu não choro alto, deixo apenas as lágrimas escorrerem. -Só avisando.. - a voz dele toma conta do espaço - Você não tem o direito de perguntar nada sobre minha vida pessoal, entendeu? - pergunta e olho assustada pra ele. - Por que você quer uma mulher? Não tinha outras onde você mora ? - pergunto - Isso não é pessoal!! - afirmo. - E também não é da sua conta - ele diz e o encaro raivosa. Que i****a m*l educado! - Falamos disso quando chegarmos em minha casa, ou melhor, nossa casa... Engoli a seco e me encolhi no banco de couro do carro. Seguimos até o aeroporto em silêncio e pegamos um avião particular, onde a viagem foi tranquila, só não mais por que eu ainda estava assustada. O avião pousa na pista, e era de madrugada já. Um carro nos esperava, e a frente dele tinha um homem que aparentava ter uns quarenta anos. Cabelos loirinhos e com corte militar, era alto e branco, postura reta. -Charlie - Oliver o saldo. -Sr. Fez uma boa viajem? - pergunta abrindo a porta para Oliver. - Srat. - ele me salda. -Sim, uma boa viagem - Oliver diz. -Oi. - digo apenas isso, entrando no carro. O carro andou nas lindas ruas de Seattle. Iluminada, brilhante, movimentada, com grandes prédios. Olhei admirada, e ansiosa para conhecer mais a cidade Adentrarmos em uma rua parecida com um condomínio. Era linda, assim como a rua da minha casa em Milão. Na última casa da rua, vejo a mais linda de todas, e é onde o carro para, e os grandes portões se abrem. Por fora era linda, uma entrada belíssima, com árvores de cada lado. A casa era linda, feitas com algumas pedras brilhantes, portas elegantes e janelas também. O vidro que havia no lado esquerdo da casa deixava tudo mais lindo. Tinha o jardim, a piscina, e um parquinho. A casa por fora era enorme, terei tempo de explorar. Desci do carro, e o tal de Charlie pegou minhas coisas do porta malas. Eu levava em minha mão apenas uma bolsinha com algumas coisas como celular e um dinheiro que paguei antes de sair. -Vem! - Oliver me chama e sigo com ele para a entrada da casa. Ele abre a porta revelando uma sala imensa e linda, digna de uma casa de Mafioso. Reparei os detalhes, os móveis, a cortina enorme e branca que deixava a sala aconchegante, a lajota de porcelana preta, que brilhava e eu podia ver meu reflexo nela. Não fiquei tão "Ohh" com a casa, até por que a minha era linda também, mas essa é dez mil vezes mais. -A gente tem que conversar - falo querendo saber o que ele quer comigo. -Está tarde, amanhã teremos muito tempo para conversar - ele diz me olhando de canto de olho. - Charlie, traga as coisas dela. Eva, vou te levar ao seu quarto - ele diz e Charlie sai na frente carregando minhas coisas. Oliver andava devagar, com cautela. Ele me guiou até o último corredor no segundo andar e me levou ao meu quarto. Minhas malas já estavam lá dentro, e Charlie logo saiu deixando-me sozinho com Oliver. Entro no quarto e ele entra atrás de mim. O quarto era bonito, grande aconchegante, como o meu antigo lá em Milão. -Se quiser decora-lo... -Não, tá bom assim - digo. Eu não gostava de algo muito chamativo, sempre gostei de cores mais trancadas como o branco gelo que é meu favorito. -Tá, amanhã a gente conversa - ele diz caminhando para a porta. -Tá. - digo apenas isso. -Buone cari sogni. - ele diz em um italiano perfeito (Bons sonhos, querida) mas, o que ele falou saiu mais como deboche. Caminhei para minha cama, onde estava minha mala. Tirei as roupas e as dobrei em cima da cama, caminho para o grande guarda-roupa de espelho e madeiras que tinha ali, e quando abri. Minha boca foi lá embaixo com várias roupas que tinham lá dentro, roupas com etiquetas. Afastei aquelas roupas para o canto e coloquei as minhas. Arrumei meu criado mudo com algumas fotos minhas, e de minha família, peguei minha malinha onde tinha minhas coisas pessoas como: Sabonete líquido, shampoo... Essas coisas de mulher e caminhei para o grande banheiro que tinha ali. Depois de arrumar tudo, troco de roupa e deito na cama pronta para dormir, mas antes eu pego meu celular e vejo vinte chamas perdidas de Luiza. Ela vai me matar!! Olho no relógio e já são quatro da madrugada, preferi dormir, amanhã ligo pra ela e explico tudo . (...) Os raios do sol me acordão. Aos poucos, vou abrindo minha vista embaçada, e levo um susto quando vejo uma menininha parada me encarando. -Ahhhhh! - grito pulando na cama e acabo caindo. Me levanto aos poucos e encaro a menininha dos cabelos castanhos claros, amarrados como marinha Chiquinha, seus olhos azuis profundos, e sorrindo pra mim com duas janelinhas na frente. Ela era pequenina, acho que tinha uns três a quatro anos. - Você - digo apontando pra ela. - Quem é você? -Sou a Anna! - ela diz se aproximando de mim. Usava uniforme de escola. Era uma fofura só, pena que me assustou. - E você? - agora ela estava ao meu lado. -Eva - digo a encarnado. - Como entrou? Eu tranquei a porta - Digo olhando para a porta. Ela levanta uma sombrancelha e me mostra uma outra chave em sua mão. Sorri de lado. -Hm, espertinha - digo me sentando na cama e ela se senta ao meu lado. - Como sabe que estou aqui? -Eu escutei falarem em seu nome - ela diz mexendo em meus longos cabelos loiros. - Você tem um cabelo grande. Posso fazer uma trança? -Quem sabe depois... -Por favor!! - pede cruzando os braços -Ta bom - digo e ela fica atrás de mim na cama fazendo a trança. - Quem falou de mim? Eu cheguei ontem de madrugada, ainda não vi ninguém e poucas pessoas me viram - digo. Quando ela ia responder, escuto uma voz no corredor. -Anna!!! - um grito, era a voz grossa de Oliver. -Estou aqui no quarto de Eva, papai - a menina grita. Ele entra sem bater e olha para mim e para a menina. -Pai? - pergunto olhando para ele surpresa. Ele é pai?? -Você tem aula , Anne, Charlie está Te esperando - Ele diz olhando para a menina. Anna era bem parecida com ele mesmo, em tudo. -Charlie é muito sério, pai - Ela diz descendo da cama. -É o trabalho dele, Anna - Oliver diz - Vá, ele está lhe esperando. - Oliver abaixa e Anna deixa um beijo em sua bochecha, e Oliver deixa outro na cabeça dela. - Papai ama você - sussurra. Acho que ele não queria que eu escutasse, mas escutei. -Eu também - ela diz e sai cantarolando. Oliver tranca a porta e caminha até mim. -Uma filha? - pergunto. -Esqueceu o que eu lhe disse ontem? Nada de perguntar sobre minha vida pessoal. Agora se arrume para tomar café e conversamos - diz falando isso e saindo do quarto. -i****a! - digo após ele sair. Oliver vestia uma calça social e uma camisa social azul bebê, combinando perfeitamente com seu tom de pele branco. Ah, mas isso não me importa. Tomo banho e coloco um vestido coladinho de manga cumprida. Pego meu celular e ligo para minha mãe e irmã, dizendo que estou bem, que Seattle, pelo o pouco que vi é bonito. Sarah me diz que conversou com Luiza, e que a mesma chorou horrores por não se despedir de mim, e isso me fez chorar também. Logo depois liguei para Luiza e fiquei um bom tempo conversando com ela, que entendeu tudo perfeitamente. -Obrigada, amiga. Eu te amo - digo pra ela. -Vai ficar tudo bem amiga, e se precisar de algo, me ligue tá bom? - ela diz e funga - De noite te ligo, vou me ocupar agora, te amo sua louca - diz e desligamos o telefone. Ahh, que saudades de mamãe, Sarah e Luiza. Coloquei meu celular na gaveta, e fui para a cozinha, onde Oliver estava sentando mexendo em seu celular. -Bom dia, Srta. - Charlie me salda. Ele já voltou da escola de Anna? É um foguete! -Bom dia, e me chame de Eva apenas - digo me sentando em uma cadeira a frente de Oliver. A mesa estava farta, e minhas mãos vão para a faca, porém são interrompidas quando Oliver as toca e sinto uma eletricidade em nossas mãos. Afasto rápido e o encaro - Algum problema? -Vamos conversa primeiro? - ele pergunta. Eu nem estava com muita fome mesmo, então concordei. Charlie sai dali, e os empregados também. Só fica eu e ele, cara a cara. -Serei breve - diz. - Preciso me casar para poder herdar o último vinhedo de meu pai. É o maior vinhedo da argentina e ele me dá muito dinheiro. A um tempo atrás chegou uma carta dizendo que só seria minha quando eu casasse. Seu pai tinha você e sua irmã, e também tínhamos nossa aposta, e como troca de não ficar com vinhedos dele, eu pedi uma das filhas dele, e ele aceitou. Foi irônico do meu pai querer me dar o seu vinhedo apenas se eu me casasse, até por que ele nunca ligou pra família mesmo - diz rígido - Mas, isso não vem ao caso. - fala. -Você quer casar? - pergunto assustada. - Você tem uma filha, você já não é casado? -Não, não sou - diz rápido. -Não posso me casar, não com você, eu não te conheço, eu não sinto nada por você, não posso casar sem amor - digo. -Amor, esse negócio de amor não existe, ponha isso na sua cabeça!! - ele diz bravo. - Seu pai lhe trocou como uma mercadoria, e a partir do momento que você aceitou vir comigo, você é propriedade minha. Eu estou lhe informando, e não estou lhe pedindo. - ele fala com os olhos frios. -Eu acho que não tenho escolha, não é? - pergunto o encarando também. -Não! - ele diz mordendo uma uva que estava na mesa. - Logo marcarei o dia, o contrato é de dois anos. dois anos, dois anos, dois anos.... Essas palavras ficaram martelando em minha cabeça. Oliver não parece ser um homem de brincadeiras, ele é sério, arrogante, frio. -Passou a fome - digo e me levanto, porém sua mão forte agarra meu braço me fazendo parar. -Coma! - diz mandão e me sento. Seu aperto deixou meu braço com uma marca vermelha. -Você me machucou - digo não olhando em seus olhos. -Se você não me obedecer, irei fazer pior. - diz levantando - Irei para a empresa. -Você não me deve satisfação - digo comendo meu pão. Ele suspira - E Eva, acho que você já sabe o que sou... - diz e olho para ele. -Sim, eu sei - digo. Mafioso - Penso. -Bom... Que sua boquinha seja uma caixinha de segredos, ok? - me olha novamente com frieza. -Como quiser - digo fria também. Ele sai com sua postura masculina dali, deixando apenas seu perfume Másculo.
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