Livia narrando Eu não sei nem por onde começar… porque não tem como explicar o que eu senti vendo aquele pontinho preto na tela. “Pontinho preto”, como o retardado do Ítalo teve a audácia de chamar o que já é, pra mim, a maior razão da minha vida. Não tem nada de pontinho preto. Aquilo ali… é o meu filho. É a extensão do que eu sou. É uma vida crescendo dentro de mim. É algo tão forte, tão surreal, tão indescritível… que até agora, com o peito ainda apertado, eu m*l consigo respirar sem lembrar. Eu tive um dia de cão. Uma semana de inferno. Uma vida que não tem sido nada fácil. Mas ver aquele serzinho ali, ainda que do tamanho de um grãozinho de arroz, me refez. Me regenerou. Me deu forças que eu nem sabia que tinha. Me fez prometer, em silêncio, que eu vou vencer por ele. Vou lutar com

