Meant To Be

Drunk part. 1

James chegou à casa de Remus por volta das oito horas da noite. No dia anterior, Lily, como previsto, havia lhe marcado nas mensagens essenciais do seu grupo com Remus, onde o mesmo informava uma viagem repentina dos seus pais para o País de Gales durante no final de semana, e convocando-os para o seu ritual de queijos e vinhos na sua casa sexta feira à noite. 

Remus abriu a porta para James muito rapidamente após o primeiro toque da campainha, ao mesmo tempo que Remus deu espaço para James entrar, ele apenas viu o momento em que Lily levantou rapidamente do sofá e atravessou a sala correndo pro banheiro mais próximo e batendo fortemente a porta. 

– Nossa, eu também estou contente de ver você Evans. - James gritou, retirando seu casaco e entrando na casa de Remus.

Lupin sorriu, pegando o casaco de seu amigo e colocando no armário abaixo da escada. 

– Ela não está se sentindo muito bem. Provavelmente alguma besteira que comeu na floricultura. - Remus informou, seguindo para a sala com James em seu encalço. 

– Eu imagino, Lily acha que o tem um estômago de ferro. Você precisava ver cada coisa bizarra que ela comia durante a viagem.

– Eu acredito. - Remus se jogou no sofá e James o acompanhou. – Mas acredito que não seja nada que vá atrapalhar a nossa noite. 

– Eu vejo. 

Apenas alguns minutos depois, Lily retornou à sala com uma aparência não muito boa. Sua pele, normalmente pálida, estava ainda mais pálida e levemente esverdeada. Seus lábios estavam sem cores e sua expressão contrastava com um ar um pouco doentio.

– Você está mesmo bem? - James questionou, pela décima vez.

– Sim. - Lily respondeu, limpando sua boca com as costas da mão e virando um copo de shot de tequila. – Eu me sinto ótima. - assegurou, mas não era bem o que parecia ser. – Vem, venha me ajudar a arrumar os petiscos. - Lily bateu nos joelhos de James, e Remus riu, sem sequer se mover do sofá. 

James acompanhou Lily até a cozinha e já havia uma grande variedade de coisas sobre os balcões. Queijos, azeitona, pacotes de salgadinhos e uma infinidade de doces dos mais diversos disponíveis do mercado, certamente não era preciso ser muito inteligente para saber que Remus tinha cuidado de comprar aquelas coisas.

Lily, que trouxe consigo a garrafa de tequila e o copo de shot, se serviu de mais uma dose e bebeu sem sequer fazer careta. Seu rosto e seus lábios começavam a adquirir novamente o seu tom rosado do habitual. 

– Você vai passar m*l se continuar bebendo dessa forma. - James informou, erguendo as sobrancelhas.

Lily sorriu, pegando duas vasilhas de vidro e colocando sobre o balcão. A ruiva indicou os salgadinhos, em um pedido silencioso para que James colocasse os salgadinhos nas vasilhas.

– Bem, não posso ficar pior do que já estou. - James a olhou em repreensão, a ruiva riu e ficou na ponta dos pés para beijar a bochecha do seu amigo. – Estou brincando Potter. 

James revirou os olhos e começou a abrir os pacotes de salgados para distribuir entre as vasilhas enquanto Lily pegava a faca para começar as cortar os queijos em cubos. 

A campainha tocou, mas nenhum dos dois deu nenhuma importância. James se dirigiu até a geladeira de Remus e pegou uma cerveja para ir se distraindo enquanto executava o trabalho que Lily havia lhe resignado. 

Houveram algumas conversas na sala onde antes Remus tivera sozinho, mas James não foi capaz de identificar as vozes muito bem devido à distância e a dificuldade de compreensão do que era dito. 

Potter abriu a garrafa de cerveja com o abridor de garrafas e levou diretamente para a sua boca, se sentindo aliviado e privilegiado quando a bebida amarga apossou o seu paladar.

Lily falava algo sobre Remus ser um exagerado no que se diz respeito à comida, ainda mais especificamente sobre doces, mas James não estava prestando muito atenção e prestou menos ainda quando Regulus entrou na cozinha com um enorme sorriso nos lábios. 

Regulus Black, que sorria de orelha à orelha, trazia consigo duas sacolas com caixas de garrafas de cerveja e um capacete preso no seu braço direito pelo cotovelo. Ele usava um suéter preto e jeans escuros, seus cabelos levemente encaracolados caiam como perfeitas ondas ao redor do seu rosto de uma forma desajustada muito charmosa. 

– Boa noite. - Regulus desejou, para ninguém em específico. 

– Ei, boa noite! - Lily desejou animada, o seu estágio de sempre após duas doses de tequila. – Regulus, certo? - ele assentiu. – Não irei esquecer. É como a estrela. 

– Sim, é exatamente como a estrela. - Regulus informou, rindo. Lily se aproximou dele e o ajudou com as suas sacolas. – Boa noite, James. 

Potter que até então mantinha se calado, engasgou com a própria cerveja e despertou do seu ridículo transe instalado. Seria assim todas as vezes em que ele se encontrasse com Regulus?

– Uh, Regulus... Sim... Claro... Boa noite. - ofereceu, ajeitando-se no balcão e depositando a bebida ali. – Tudo bem?

– Sim, tudo ótimo. - Black respondeu, retirando o capacete do seu braço e colocando sobre uma das cadeiras. – Vocês precisam de alguma ajuda?

– Não, querido. Estamos bem. - Lily respondeu atrás de James, colocando as cervejas trazidas por Regulus na geladeira de Remus. 

– Então Regulus, você anda de moto, então? Eu absolutamente adoro andar de moto. Não é mesmo, Evans? Andei muito em Roma. Conte à ele Lily. - James não tinha qualquer controle sobre a sua fala, ele se sentia ridículo, mas era impossível evitar. 

– Sim. - Lily respondeu, e então colocou-se ao lado de Potter direcionando um olhar acusatório para ele. – Na minha garupa, todas as vezes.

James olhou feio para Lily e enxergou diversão brilhando naqueles olhos absurdamente verdes. Seus lábios abriram-se para algum tipo de ofensa, mas foi interrompido por Regulus:

– Na realidade a moto é do Sirius. Eu não sou muito fã de moto. - Regulus esclareceu, rolando seus olhos claros para o capacete preto. – Eu acho um pouco perigoso. 

– Evidentemente que sim. - James se prontificou em concordar rapidamente. – Sim, motos são realmente perigosas. Eu não me arriscaria. 

Regulus e Lily deram risada, como se James fosse a criatura mais engraçada do universo e isso até lhe causava um certo constrangimento. 

 – JAMIEEEEEEEE. - a voz estridente arrancou a atenção de James de Lily e Regulus.

Seu corpo virou rapidamente e ele só teve tempo de piscar e passar os braços ao redor do corpo de Marlene McKinnon que se atirou com tudo em cima dele. A loira passou possessivamente seus braços ao redor do pescoço dele e se agarrou ali como um filhote de macaquinho se agarra em sua mãe. 

James riu, sentindo o cheiro de shampoo de morango que exalava dos fios claros da garota que se espalharam em seu rosto. 

– Eu senti tanto a sua falta. -  a garota murmurou, saindo do colo de James e afastando seu corpo para olhá-lo bem. – Deus, você está bem. Está bronzeado, forte. - informou, passando as mãos nos braços de James. 

– Você está querendo dizer que eu não parecia bem antes de viajar?

A loira revirou os olhos, mas ainda sorrindo.

– Ora, cala a boca. - e com um tapa no braço se James, ouve-se outro berro estridente: – LILYYYYYYY!

E então as garotas se agarraram em uma troca comum de palavras de saudades mútua.

Atrás de Marlene, Remus vinha acompanhado de Sirius, Dorcas e um outro garoto que não era conhecido para James. 

– Boa noite, eu sou Peter. - o garoto adiantou-se em se apresentar, levantando sua mão e sorrindo ainda um pouco tímido e contido. 

– Ah, sim! Peter estudou comigo nos Estados Unidos. - Sirius anunciou, apertando o ombro do seu amigo alguns centímetros mais baixo do que ele. – Esses são Lily e James, os amigos do Remus que eu te falei. 

Lily sorriu para Peter e se adiantou em pegar na sua mão, logo sendo seguida por James. 

– É um prazer conhece-lo Peter. - James murmurou, balançando suas mãos. 

xx

James distribuiu as cinco pequenas garrafas de cerveja que conseguiu trazer em suas mãos para Regulus, Sirius, Marlene e Dorcas, ficando com uma para si. Lily, que havia lhe acompanhado nessa rodada, trouxe outras três, a sua, de Remus e Peter. 

James se sentou em uma das cadeiras de sol ao redor da piscina, ao lado da cadeira onde Marlene estava com a sua namorada sentada em seu colo.

Todo mundo pareceu ter se enturmado muito bem, inclusive Peter. James apenas foi capaz de supor que o garoto já tinha sido apresentado à Remus, antes dele e Lily chegarem de viagem. 

– Então, Marlene? - Lily chamou a loira, se sentando no pano estirado sobre o gramado, bem ao lado de Regulus e Peter. – Como foi mesmo que você conheceu esses garotos excelentes? - a ruiva sorriu docemente, distribuindo olhares para Sirius, Regulus e Peter. 

James abriu a sua garrafa e bebeu um pouco da bebida amarga, levando seu olhar muito curioso é interessado para Marlene. Estava se segurando há um bom tempo para fazer a mesma pergunta. Ele certamente poderia se levantar agora e beijar Lily Evans de tanta satisfação. 

– Bem, na realidade, eu só conhecia o Sirius e o Peter. - informou a loira, sorrindo para o Black mais velho que estava de pé, abraçado com Remus bem ao lado de Dorcas e Marlene. Os dois bateram suas garrafas de cerveja em cumprimento. – Eu conheci o Sirius uma semana antes de voltar do intercâmbio nos Estados Unidos. Foi um alívio encontrar um britânico para trocar ideia depois é tanto tempo. 

Sirius riu, e concordou.

– É verdade. Eu passei seis anos nos Estados Unidos e encontrar com a Marlene foi de longe um dos melhores achados de lá.

– Eiiiiii! - Peter exasperou ofendido. – Qual o seu problema? Eu estive lá por você. E nem sequer zombei do seu sotaque.

Todos deram risadas.

– Claro, claro Pete. Você tem o seu valor também. - Sirius deu de ombros. – Continue, Marlene. - pediu, devolvendo a voz à loira. 

– Então, nós saímos juntos durante toda a semana. Peter nasceu no Brooklyn, eles nos mostrou tudo o que pode para nós naquela época. - os olhos azuis da garota brilhavam de excitação. – Então eu voltei e pouco tempo depois o Sirius me avisou que estava voltando também. Então eu conheci o Reg, e trouxe todos eles para cá. - concluiu, muito orgulhosa. 

– É, você esqueceu de mencionar o quão empolgada você ficou em descobrir que eu estudava em Hogwarts e o quão decepcionada ficou pela minha fraternidade. - Regulus murmurou debochado, bebendo a sua cerveja.

– Mas todos nós ficamos, Reg. - Dorcas defendeu sua namorada. – Veja bem, você está cercado de leões, não vá se atrever balançar o seu rabinho.

Mais uma vez, ouve um couro de risadas, inclusive do próprio Regulus que combinou a risada com uma revirada de olhos. 

– Deixem o pobre Regulus em paz, se ele está feliz com a fraternidade dele é tudo que importa. - Remus defendeu, embora soasse muito duvidoso devido às suas reais opiniões sobre a Sonserina.

– Muito obrigada, Remus. - Regulus ergueu a sua cerveja em cumprimento, Remus espelhou o gesto. – Eu fico tão satisfeito com isso que até me esqueci que você transa com o meu irmão. 

– REGULUS! - Sirius exasperou, atirando no garoto a tampinha da sua garrafa. 

Remus sentiu suas orelhas esquentarem de vergonha, foi impossível conter os repuxados que sua bochecha dava em um sorriso muito constrangido, enquanto todos riam, mais especialmente Regulus que parecia muito satisfeito em estar constrangendo o seu irmão e o namorado do seu irmão. 

– Só brincadeirinha pessoal. - o mais novo murmurou, antes de se servir de mais cerveja.