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1996 Words
Vlad ... Saia daqui! ... É claro. Só mais uma coisa, Artêmis, vocês tocaram na minha família, agora é a minha vez de atingir as pessoas que vocês mais amam nesse mundo. Uma promessa. Foi isso que restou da nossa última conversa. Sim, eu só precisava descobrir quem seria a menina dos seus olhos e investir o máximo de mim nela. Com certeza não seria a Kimberly já que eles não estão mais juntos, mas eu sei que não vai demorar até que outra mulher penetre no seu coração. — Oh, droga! — Uma voz feminina resmunga após bater forte contra o meu corpo assim que ponho os meus pés para fora do Café. Contudo, antes que ela vá ao chão a seguro firme pela cintura e a atraio para perto de mim. Imediatamente o seu perfume me invade e eu me pego fechando os meus olhos para apreciar o aroma adocicado que vem dos seus cabelos. — Mas o que você está fazendo?! — A garota resmunga se afastando bruscamente de mim. Entretanto, não consigo evitar de responder-lhe com brutalidade. — Por que não olha por onde anda, sua i****a? — Ora, seu grosso! Seu ogro, m*l-educado! — Ela empina o nariz na minha direção e enquanto me xinga usa a sua bolsa para me bater. A sua petulância faz algo estralar dentro de mim. Entretanto, lanço lhe um olhar rígido e vou outra vez para perto dela, mas ela volta a me empurrar e entra pisando duro no Café. De onde estou a observo andar apressada dentro do salão cheio de mesas, porém, poucas pessoas aa estão ocupando. No entanto, franzo a testa intrigado quando ela se senta de frente para o cadeirante e ele sorri satisfeito para ela. Deus, a maneira como eles se olham, como sorriem um para o outro. Os seus cuidados que ela tem com ele. Engulo, tendo a certeza de que finalmente encontrei a pessoa que pagará pelos seus pecados. Rio de lado e penso em sair dali, porém, encontro algo no chão e curioso me agacho para segurar o lenço de um tom azul claro. No ato, levo o tecido para o meu nariz e descubro que o seu cheiro está nesse pequeno objeto. Respiro fundo o guardando dentro do meu bolso e ao erguer o meu corpo os vejo se abraçando. Esse gesto me faz fechar as mãos em punho. Em breve a sua queridinha terá noites nebulosas, Artêmis Mazza, eu prometo! Ralho mentalmente e irritado vou direto para o meu carro. — Senhor Vladmir, os papéis que me pediu já estão em cima da sua mesa. — Minha assistente avisa assim que ponho os meus pés dentro do grupo Mazza. Contudo, não lhe respondo apenas me dirijo para dentro da minha sala. — O Lucas já chegou? — inquiro sem olhar para trás porque eu sei que ela está em pé bem atrás de mim. — Sim, Senhor. — Ótimo! Peça-o para vir até a minha sala. — Claro, Senhor! Imediatamente vou para a atrás da minha mesa e fito os documentos que aguardam pela minha análise, porém, levo uma mão para o meu bolso e resgato o lenço de dentro dele. O analiso lentamente encontrando as iniciais A.S em um canto do tecido. Quem será você? Me pergunto lembrando dos olhos irritadiços me encarando e me pego sorrindo. — Mandou me chamar, Vlad? — Lucas pergunta invadindo a minha sala e rapidamente guardo o objeto dentro do bolso outra vez. — Mandei. Sente-se! Lucas Brasão é quase um irmão para mim. Sim, nos conhecemos desde criança, portanto, ele mais do que ninguém conhece a minha história e sabe dos meus motivos. Ele também é a pessoa para quem conto quase tudo... digamos que ele é a pessoa que tem as chaves que abre algumas passagens para mim. Foi através dele que encontrei os gêmeos, a Law e Order e ainda pude penetrar as suas dependências sem ser visto. — Eu preciso de um favor. — Qualquer coisa, Vlad. — Tem uma garota. O nome dela é Anne e ela trabalha no mesmo prédio da Law e Order. — Anne de que? — Arqueio as sobrancelhas. — Eu não faço ideia, mas você vai descobrir isso para mim. — Por quê? — Basta saber que ela é uma peça importante para a minha vingança, Lucas. — O meu amigo revira os olhos. — Isso de novo, Vlad? Pensei que já havia alcançado o seu objetivo. — Digamos que estou chegando no final dos meus planos, mas relaxe, não é o que você está pensando. — Eu realmente espero que não. Não quero ter problemas com você sabe quem por causa dessas suas aventuras. — Deixe-a comigo, Lucas. Eu sei como controlá-la muito bem. Me dê notícias o mais rápido possível. — Farei o meu melhor, meu amigo. — O observo se levantar da cadeira e se dirigir para a saída. — Lucas? — Ele se vira para me olhar. — O meu pai também não precisa saber sobre esse meu pedido... especial. — Você está me deixando curioso, Mazza. — Apenas sorrio para o seu resmungo e começo a trabalhar. *** Dias depois... — Está ocupado? — Lucas pergunta enfiando a sua cabeça na brecha que acabara de abrir na porta. Faço um gesto para ele entrar e aviso para a minha assistente que não quero ser interrompido. — O que trouxe para mim? — O rapaz arrasta um envelope um tanto pesado na minha direção e eu pergunto se ele pesquisou até sobre as gerações da moça. No entanto, o abro e de cara encontro algumas imagens da garota. Respiro fundo e encaro o meu amigo que está atento do outro lado da minha mesa. — Pode me deixar sozinho? — Tudo bem, se precisar de mim é só me chamar. — O observo sair da sala e só após ele fechar a porta começo a mexer no arquivo. — Anne Sammer. Esse é o seu nome. — Sorrio. — Ele combina com você — sibilo olhando para cada fotografia. Em algumas ela está sorrindo e em outras parece absorta em seus próprios pensamentos. Olhos claros quase da cor do mel, cabelos longos e ondulados da mesma cor dos seus olhos, e a sua pele é clara. Me pego suspirando e os meus olhos curiosos vão para os papéis no mesmo instante. — Então o seu pai era um militar? Interessante! Ela gosta de dançar, gosta de flores e parece que ama sorrir. Uma pena, Anne Summer porque logo irei arrancar esse seu lindo sorriso do seu rosto. — Penso alto demais. — Atualmente ela vive com a mãe Victória Summer e ambas estão morando na casa dos gêmeos. Desde que perdeu o seu pai a garota não fez grandes amizades a não ser com a Olívia e a Kimberly Martin. Por quê? O resto da leitura me revelou detalhes de uma moça divertida, sonhadora e até o seu gosto preferido. Como sempre, Lucas nunca falha. Penso olhando para o seu trabalho com satisfação. Entretanto, algo me chama a atenção. Anne Summer tem um namorado. Droga, isso não estava nos meus planos! Resmungo e pego o telefone em cima da minha mesa. — Fala, Vlad! — Preciso de um favor! *** No mesmo dia... Olho para o relógio no meu pulso pela terceira vez. Ela está atrasada. Penso contrariado e quando estou prestes a desistir, e deixar para a próxima vez finalmente a vejo sair do prédio. Como dizia no arquivo, Anne Summer costuma almoçar sempre no mesmo lugar. Augustin Samoa, o melhor restaurante de frutos do mar e é também o mais próximo do seu trabalho. A espero se acomodar em uma cadeira e após ela fazer o seu pedido, resolvo me aproximar. — Oi! — falo assim que me aproximo. A garota ergue um par de olhos curiosos na minha direção e devo dizer que imediatamente me sinto preso as suas retinas claras como um favo de mel. O que pensa que está fazendo comigo, Senhorita Summer? Não é você quem dita as regras do meu jogo! Rosno mentalmente e desperto quando um som suave sai da sua boca. — Ah, oi! — Engulo em seco e procuro manter o controle dessa situação no meu punho fechado. — Eu posso me sentar? — pergunto puxando uma cadeira, mas ela faz um gesto de mão que me faz parar. — Me desculpe, mas estou esperando alguém. É claro, o namorado, mas advinha? Ele não vem. Penso me sentindo um pouco maquiavélico. — É alguém especial? — É um amigo. Na verdade, estamos nos conhecendo um pouco. — Ela informa, porém, arqueio as sobrancelhas e puxo a cadeira mesmo assim, me sento e encaro a imensidão de um castanho claro que me fita aturdida. — Vladmir, não é? — Aceno um sim sutil, porém, com um gesto desdenhoso. — Antes que me mande ir embora eu preciso te devolver algo. — A garota força um sorriso e eu devo dizer que mesmo forçado, é um lindo sorriso. — Não consigo imaginar o que você tem que me pertença. — Sem tirar os meus olhos dos seus, tiro o seu lenço do meu bolso e o ergo na sua frente. A compreensão lhe cai no mesmo instante. — Mas, é o lenço do meu pai! — A comoção em suas palavras me faz engolir em seco outra vez. Summer parece ser uma pessoa sensível e isso a torna uma presa ainda mais fácil para mim. — Onde o encontrou? — Você deixou cair quando esbarrou em mim na frente daquele Café. — Ah, no dia que você foi um babaca comigo. — Sorrio para essa sua arrogância. — Me desculpe por aquilo, eu estava chateado e acabei descontando em você. — Ela olha para o relógio no seu pulso e depois para a porta da frente. Esqueça, Summer ele não virá! Ralho internamente. — Parece que a sua companhia não vem — comento como quem não quer nada. — Está no horário do almoço, se quiser posso te fazer companhia. — Seu olhar corre imediatamente para mim e por algum motivo me sinto preso as suas retinas avaliadoras. — É melhor eu ir... — Ela fala ficando de pé, mas seguro no seu braço. — Relaxa, Summer é só um almoço. — A garota me olha em silêncio por um tempo e mesmo contra a sua vontade ela faz o que eu peço. E é agora que começa o meu jogo. O pedido certo, as palavras certas e algumas risadas a deixam mais relaxada. Devo dizer que é lindo vê-la sorrir espontaneamente e penso que será um tanto chato ter que tirar isso dela em breve. — Espero que tenha gostado — comento quando saímos do restaurante. — Foi divertido. — Ela confessa e é inevitável eu sorrir outra vez. — Que bom! — Mas isso não pode se repetir, Senhor Mazza. — Fico sério e fito o horizonte. — Se você está dizendo. — É melhor assim, Vladimir. — Meneio a cabeça em concordância. — Ok, mas é melhor para quem? — Ela pensa em se afastar. Contudo, os meus braços a cercam e ela é forçada a se encostar em uma parede. O meu rosto chega bem perto do seu e eu a olho dentro dos olhos. Percebo quando Summer prende a respiração e o meu coração acelera violentamente com isso. — Tenha uma ótima tarde, Summer! — sussurro perto demais da sua boca, vendo os seus lábios tremularem com essa ínfima aproximação. Daqui é possível sentir o quanto ela está apreensiva e eu tenho vontade de rir. Eu preciso saber mais sobre você, preciso encontrar o seu ponto fraco e penetrar essas suas barreiras estremecidas. Entretanto, me afasto para lhe dar passagem e Summer sai de perto de mim com uma apressa calculável. Rio desdenhoso e destravo o meu carro que está estacionado próxima da calçada, a poucos metros do restaurante.
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