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1169 Words
Anne — Seja bem-vinda, Senhorita Summer! — Ele sibila com uma voz grossa e rígida se aproximando devagar, e quando chega perto fica difícil não se inebriar com o seu perfume. — Essa é para você. — Embora ele mantenha um olhar firme e indecifrável em cima de mim, me estende uma rosa vermelha e eu a seguro aspirando o seu cheiro no mesmo instante. — Ela é linda, Senhor Mazza! — Não tão linda quanto você. — Vlad transpira sensualidade, ele é muito bonito e envolvente. Confesso que esse seu ar misterioso é de incendiar, embora eu esteja lutando comigo mesma para não desvanecer. — Espero que goste de uma boa massa. Esse é mais um ponto positivo para ele. Eu amo uma boa massa! — Eu adoro massas! — confesso e percebo um sorriso pequeno, quase sutil surgir no canto da sua boca e inesperadamente ele leva uma mão para a base da minha coluna. Esse gesto me faz suspirar, porém, não permito que ele perceba isso. Logo ele me guia para a mesa e se afasta um pouco para puxar uma cadeira onde eu me acomodo sem hesitar. — A propósito, você está linda! — Obrigada e você está elegante — digo por que não sei exatamente o que dizer. — Vinho? — Só um pouco, por favor! — O observo segurar a garrafa e abri-la com maestria, derramando um pouco do líquido vermelho dentro de uma taça que ele estende para mim, e na sequência ele se serve. — Eu sei que está assustada com essa minha aproximação repentina. — Vlad fala enquanto me ocupo em inalar o vinho antes de bebericar um pouco dele. — Não é para menos. — Verdade, ainda mais quando me declarei inimigo dos seus amigos, mas aquele esbarrão no Café naquele dia não saiu da minha cabeça. Anne, o seu perfume ficou impregnado bem aqui. — Ele aponta para o seu peito bem do lado do seu coração. — E depois, aqui. — Vlad aponta para a sua cabeça agora. Droga, estou trêmula! Eu simplesmente não esperava ser envolvida por ele dessa maneira. — E depois daquele almoço você vive dentro dos meus pensamentos. Me diga, como posso sufocar isso dentro de mim? — Engulo em seco e nervosa, levo a taça a boca outra vez. — Diga-me, você não sentiu nada? Não ficou curiosa? — Vladmir essa conversa é absurda. Eu nem deveria estar aqui com você. — Me levanto rapidamente da cadeira, mas logo sinto a sua mão segurar na minha e sou bruscamente puxada na sua direção, batendo firme contra o seu corpo. A sua respiração bate ofegante contra o meu rosto e eu ergo os meus olhos para encontrar os seus. Tem um brilho diferente neles essa noite e a intensidade com que me olha rouba a minha capacidade de pensar com coerência. E como se estivesse sendo atraído por um ímã ele começa a inclinar a sua cabeça na minha direção, e eu me pego fechando os meus olhos para sentir o impacto da sua boca na minha. No entanto, isso não acontece e ele simplesmente se afasta de mim. — Você me prometeu uma conversa. — Ele cobra e eu volto a respirar. — Nada vai acontecer aqui que você não queira, Anne Summer. Teremos apenas uma boa conversa entre amigos. Entre amigos. Penso. Isso contradiz muito com o ambiente romântico montado aqui e até mesmo com as suas atitudes envolventes demais. — Sente-se por favor! — Ele pede apontando para a cadeira e eu faço. — Sobre o que quer falar, Senhor Mazza? — Tento manter essa conversa menos atraente possível. — Sobre mim e sobre você. — Sorrio de boca fechada. — Ah, é que... você sabe do que eu gosto de comer, sabe sobre os lugares que eu gosto de frequentar, o número do meu telefone e onde eu trabalho. Sabe até os tipos de flores que eu gosto. Eu não faço ideia do que você ainda precisa saber sobre mim, Senhor Mazza. — Decido ser seca com ele agora. — Eu gostaria de saber se você já apaixonou por alguém na vida? O que?! Balbucio por alguns segundos. — Eu... estava saindo com um rapaz... — Não foi isso que eu perguntei. — Respiro fundo. — Não, eu acho. — Então não faz ideia do fogo que está queimando dentro das minhas veias agora. — Meu coração dispara ainda mais forte que antes. — Desculpe, o que você está dizendo? — Estou dizendo que você faz o meu coração bater diferente, Anne Summer. Que eu queimo por você sempre que está perto de mim. — Arfo, sentindo a minha garganta ficar seca e imediatamente esvazio a minha taça. — Anne, eu quero muito ficar com você. — Vladmir confessa segurando a minha mão que está sobre a mesa. — O que... o que você quer que eu diga? — gaguejo retirando a minha mão da sua. — Que vai me dar uma chance. Deixe-me te mostrar que estou falando a verdade. Céus, o que eu faço? Quer dizer, eu seria uma louca se simplesmente dispensasse alguém tão apaixonante e atencioso como Vladmir Mazza, mas por outro lado, tem os meus amigos. As pessoas que ele jurou machucar. — Acho que você está indo rápido demais. — Eu posso desacelerar se você quiser. Podemos marcar outros encontros, conversar mais, se conhecer melhor. Você vai ver que eu não sou monstro que eles pintam. — Ninguém o pintou como um monstro além de você mesmo, Vladmir. — O observo trincar o maxilar. No entanto, Vlad sorri em seguida e fica de pé. — Uma dança? — O que? — Eu sei o quanto gosta de dançar, Anne. Aceita dançar comigo? — Fito a sua mão estendida na minha direção e mesmo com os meus extintos gritando para não aceitar, eu a seguro e ele puxa para mais perto dele. — Mas não tem música. — Isso não é um problema. Cite a música que você mais gosta. — Sorrio. — Ah, eu não sei. Não consigo pensar em nenhuma agora. — Tudo bem! Conhece a música Hold On? — Sorrio outra vez. — Sim. — Feche os seus olhos, Anne Summer. — Vlad pede sussurrando no meu ouvido, fazendo o meu corpo se arrepiar inteiro. — Imagine essa canção ecoando dentro dos seus ouvidos agora. — Puxo a respiração quando ele começa a cantar baixinho, mas ela não vem. Vladmir pressiona a sua mão na base da minha coluna, colando-me mais a ele e quando ele começa a se mexer, eu me mexo também. Logo fecho os meus olhos e pareço mergulhar em um mar de águas tranquilas. A sua voz áspera e baixa me embala pelas suas minúsculas ondas, o seu perfume me entorpece e logo sinto as minhas mãos relaxarem sobre os seus ombros. — Você é tão linda, Anne! — Ele sussurra docemente e eu abro os olhos, encontrando os seus perto demais dos meus.
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