Capitulo 1

4957 Words
O azar sempre foi o meu melhor amigo, acho que ele se identificava comigo, porque desde que ele apareceu em minha vida o troço não quer me larga. Eu nunca, nunquinha mesmo tive sorte, só me ferro nessa porcaria de vida. E agora é um dos muitos momentos em que eu estava ferrada. Existem duas soluções quando você está perdida no meio do nada toda molhada por causa da maldita chuva que resolveu cair logo quando o taxista te abandona em uma autoestrada abandonada. A primeira delas é não entrar em pânico e esperar alguém aparecer, enquanto xinga internamente seus "queridos" pais que resolveram te mandar para o outro lado do mundo. A segunda opção é gritar por ajuda e rezar para que o seu salvador não seja um estuprador. Essa última opção me dava calafrios. Bom, como a primeira não funcionou pois já tem mais de duas horas que eu estou parada nessa maldita chuva, a única opção que me restou foi a segunda. — HELP, UMA  AJUDINHA AQUI POR FAVOR, TÊM ALGUÉM AI? — gritei com o resto das forças que tinha me engasgando com a água violenta da chuva. Grunhi chutando o vento, eu estava toda ensopada, minha garganta doía e não aparecia uma alma viva naquela porcaria de rua. E para completar tinha uma enorme floresta a minha frente que já estava me dando medo. Abracei meu corpo puxando minha mala de rodinhas começando a andar por aquela rua sem fim, era melhor do que ficar ali parada feito trouxa. A culpa é toda dos meus pais e da maldita gasolina do taxista que resolveu acabar logo comigo dentro do carro. Mas como Deus é bom apareceu uma luz no fim do túnel. Corri para o meio do asfalto e comecei a pular e acenar feito doida. O carro que se aproximava aos poucos foi diminuindo a velocidade derrapando na pista. — TA MALUCA MOÇA? — o cara da caminhonete gritou colocando a cabeça para fora e eu corri em sua direção. — Por favor me ajude, eu preciso chegar em Konoha. — juntei as mãos em súplica. Ele me analisou por um tempo e depois abriu a porta. — Entra ai. Ainda bem que ele não tinha cara de estuprador. — Obrigada. — sorri entrando na caminhonete puxando minha mala junto. Quando me acomodei no banco ele voltou a dirigir me olhando de lado. Normalizei minha respiração e passei a mão pelo rosto tirando as gotas de água que escorriam pela minha pele. — Você não é daqui. — ele afirmou e eu olhei. Seus cabelos eram castanhos assim como seus olhos, ele vestia uma blusa preta manga longa e tinha uma boa forma física. — Eu vim do Alabama. — O que uma garota dos Estados Unidos veio fazer em uma cidade no fim do mundo do Japão? Boa pergunta. — A verdade é que eu sou japonesa, meus pais eram de Konoha e quando eu nasci eles foram para os Estados Unidos. Agora eles me obrigaram a fazer minha faculdade aqui pois é uma tradição de família. Meus pais inventam cada uma. Ainda não acredito que eu deixei os Estados Unidos para fazer medicina nesse fim de mundo. Por que eu não consigo ser uma filha rebelde e desobedecer meus pais ao menos uma vez na vida? — Você não me parece contente com isso. — Kiba disse me fazendo soltar um suspiro. — Eu m*l cheguei nessa cidade e já estou odiando.  Acho que vou pegar uma gripe. — Konoha é legal, você vai gostar. Qual seu nome? — ele perguntou batucando os dedos no volante. — Sakura Haruno. — Gostei do cabelo Sakura, meu nome é Kiba. — ele sorriu me mostrando seus dentes brancos perfeitos. Que inveja. — É eu gosto de cores exóticas, prazer em conhece-lo Kiba. —  balancei a cabeça tirando um dos meus fios rosas da testa. Sim meus cabelos eram cor de rosa, lisos e cumpridos, eu amava meus cabelos, mecha comigo mas não mecha com meus cabelos se não quiser ser morto.                — O prazer é meu garota do Alabama.  Sorri balançando a cabeça. — Desculpa está molhando seu carro. — disse envergonhada. — Não é nada. Ficamos em silêncio e eu observava a chuva pela janela vendo o céu escurecer. Estava morta de cansada, essa viagem acabou comigo. Oh lugarzinho longe do c*****o. — Ei garota do Alabama. — senti meu corpo chacoalhar e dei um pulo abrindo os olhos. — Chegamos. Olhei para Kiba e passei as mãos no rosto, eu tinha dormido e nem percebi. — Você têm lugar pra ficar? — ele perguntou e eu assenti. — Um apartamento perto da Faculdade. — respondi meio grogue. Eu necessito de uma cama urgente. — Sei onde fica. — ele disse voltando a dirigir. Já estava escuro e eu conseguia ver casas e estabelecimentos pela janela, a chuva havia passado e poucas pessoas perambulavam pelas ruas. Kiba virou uma rua e depois outra parando em frente a um pequeno edifício azul. — Está entregue. — Muito obrigada Kiba, você me salvou. — lhe dei o meu melhor sorriso. — Estou ao seu dispor, quando precisar é só ligar. — ele sorriu me entregando um pequeno papel. — Será que eu posso te pagar depois? meu dinheiro deve estar todo molhado.  Oh vida difícil. — Não se preocupe com isso, foi minha boa ação do dia, até mais garota do alabama.  — Até mais Kiba, obrigada mais uma vez. — acenei saindo da caminhonete puxando minha mala. Kiba acelerou e sumiu das minhas vistas, olhei ao redor e segui para o pequeno  prédio a minha frente. Passei pelas portas de grades e parei em frente a um balcão onde uma mulher mascava chiclete olhando as unhas. — Com licença moça. — disse chamando sua atenção. A mulher me analisou e me deu um sorriso minimo. — Posso ajudar? — Sou Sakura Haruno. — Ah sim, sua mãe ligou semana passada. Seu apartamento é o 311, aqui está a chave. — ela sorriu me entregando uma chave em um chaveiro velho. — Obrigada. — agradeci lhe dando as costas seguindo para a escadas mais a frente. Tudo que eu queria agora era tirar essas roupas molhadas e tomar um banho quente, comer alguma coisa e me deitar em uma cama macia e quentinha. — Ah, não sei se você já sabe mas você têm um colega de apartamento. — a voz dela me fez parar. — Colega de apartamento? — minha voz saiu desgostosa. Oh não. — Esse edifício é financiado pela faculdade de Konoha, a maioria dos alunos moram aqui e dividem os apartamentos,  por isso o aluguel é mais barato. Você se incomoda?  Suspirei balançando a cabeça, eu estava morta de cansada e não estava afim de pensar nisso agora, eu só queria me jogar em uma cama macia e sonhar com chocolate. — Não, tudo bem. — abanei as mãos correndo para as escadas com aquela mala pesada. Acabo de descobrir que a pior coisa que existe é arrastar uma mala pelas escadas. Se eu já estava morta nem sei o que sentia agora. Quando cheguei no andar de cima eu estava me arrastando com a língua pra fora.  — Tô pagando pelos meus pegados. — arfei avistando a porta com o número 311. Enfiei a chave na fechadura e abri a porta quase caindo pra dentro do apartamento escuro. Tossi sentindo minha garganta doer e tateei a parede encontrando o interruptor acendendo a luz. Olhei para o cômodo pequeno a minha frente analisando cada detalhe, as paredes eram azuis marinhas, dois sofás escuros ocupavam o centro da sala e uma televisão mediana estava pendurada na parede. O piso era de madeira e tinha um grande tapete felpudo no centro da sala com uma mesinha de centro em cima.  — Olá, têm alguém em casa?  Fechei a porta arrastando a mala pelo cômodo vendo um corredor a frente e uma cozinha sendo separada da sala por um balcão. Quando iria constatar que não tinha ninguém ouço uma frequência de gritos femininos que me fizeram dar um pulo de susto. Olhei alarmada para o corredor mais a frente e meu maldito instinto de querer me enfiar onde não sou chamada ativou me fazendo correr em direção aos gritos. E lá vai eu querendo bacar a heroína, eu já disse que sou azarada? pois é, quando parei na entrada do corredor a cena a minha frente me fez querer pular de uma ponte. Abri a boca incrédula demais para recuar. Sim incrédula, no fim do corredor ao lado de uma porta tinha um homem e uma mulher fazendo coisas para maiores de 18 anos. Ta legal que eu já tenho 19 anos mas eu nunca tinha feito isso na minha vida e nunca tinha visto uma cena tão pornográfica. Meus olhos a qualquer momento sangrariam. O homem prendia a mulher na parede de costas para ele puxando os cabelos da mesma e a penetrando por trás. Alguém me mata por que essa cena nunca mais vai sair da minha cabeça. De repente ele parou de se movimentar sobre ela e seu rosto virou em minha direção. Eu juro que se não me apoiasse na parede ao lado eu iria ao chão, senti um calafrio por todo meu corpo e engoli em seco encarando os olhos negros e obscuros daquele homem. Sua mandíbula estava cerrada e ele me olhava tão profundamente que eu sentia meu coração querer sair pela boca.  E foi naquele momento que eu soube que estava completamente ferrada. Minha mãe sempre dizia que quando nos encontramos em uma situação constrangedora e não encontramos saída, apenas sorria e acene. Mas eu me encontrava inerte demais para fazer tal ato. Então com as últimas forças que me restaram apenas me virei saindo daquele corredor o mais rápido possível. — Água, eu preciso de água. Atravessei a sala entrando na pequena cozinha e abri a geladeira  pegando a primeira garrafa que encontrei. Respirei fundo e a virei goela abaixo andando de um lado para o outro nervosa. Que ótima maneira de conhecer as pessoas Sakura. Eu só queria descansar, seria pedir muito?  Ouvi passos e vozes se aproximando coloquei a garrafa vazia no balcão. A mulher  passou pela sala seguindo até a porta e o modo que ela andava me fez perceber que ela estava irritada. Claro que ela estava irritada, eu havia interrompido sua "f**a". Ela era bem bonita, pele branca, mas muito branca mesmo. Os cabelos vermelhos batiam nos s***s, o corpo era bem volumoso, as roupas eram curtas e escuras. Quando ela chegou a porta parou e olhou para mim me mandando seu pior olhar, parecia querer me matar. Os olhos dela eram vermelhos? claro, lentes de contato. Cruzei os braços sustentando seu olhar e ela me mandou um sorriso m*****o. Não gostei dessa mulher. — Não me olhe assim garota medíocre, não é como se você fosse melhor do que eu. Eu deveria ter pena de você, mas não estou nem um pouco afim de perder meu tempo com um ser t**o como você. — cuspiu as palavras saindo do apartamento batendo a porta com força sem me dar chances de retrucar. Entortei os lábios incrédula demais para fazer algo. Estou começando a achar que tinha uma plaquinha em minha testa escrito TROUXA. — Quem é você? — uma voz rouca ecoo pela cozinha me fazendo dar um pulo de susto. Olhei a minha volta encontrando aquele homem me encarando com aquele olhar que me dava calafrios. Agora estava devidamente vestido, e eu queria me matar por ter o visto nu. Que ótimo Sakura, agora você têm a imagem de seu colega de apartamento nu em sua cabeça. Podia ficar pior? Claro que podia, o pior era que eu estava ficando cega com tanta beleza. Como alguém poderia ser tão bonito? Ele era a perfeição em pessoa, tinha uma cara de mau mas isso só o parecia deixar mais bonito. O que eu tô pensando?  Mas da forma que ele me encarava parecia repudiar minha presença, sua expressão estava contorcida e seu corpo parecia tenso. Eu não o julgo, deve ser uma merda olhar pra minha cara de sonsa, e para completar eu tinha uma testa maior que a cabeça. Sim eu sou deformada, não tive a sorte de nascer linda como uma pessoa normal. — Sou Sakura, disseram que esse apartamento era meu. — respondi me embolando nas palavras olhando pra qualquer lugar menos em seus olhos. — Não, está enganada, esse apartamento é meu. — sua voz dura estava me dando calafrios. — A recepcionista me deu a chave desse apartamento e disse que eu dividiria com alguém.  — Eu não divido meu apartamento com ninguém, ela se enganou. — seu tom de voz saiu mais alto e por instinto dei um passo para trás estreitando os olhos. Eu sou uma pessoa bem pacífica, mas odeio quando me tratam com ignorância.  — Olha, eu estou toda molhada, cansada e se eu não trocar de roupa provavelmente amanhã acordarei com uma gripe infernal. A única coisa que quero agora é cair em uma cama e não estou nenhum pouco afim de resolver problemas de apartamento ou o c*****o a quatro, que por sinal eu já paguei. — elevei o tom de voz revoltada. Meu dia tinha sido uma merda e eu estava cansada, farta de tudo isso. Ele não disse nada, apenas continuou me encarando como se eu fosse um ser de outro mundo, e tudo que eu queria era acabar com aquele clima estremamente tenso e fugir para bem longe dele. Um quarto seria uma boa opção. E da mesma forma que apareceu logo ele sumiu das minhas vistas sem falar nada. Ouvi a porta batendo e respirei fundo balançando a cabeça. — Qual o problema desse cara? ta legal que eu estraguei os seus planos para a noite, mas seria difícil ser um pouquinho educado? Eu estava completamente frustrada. Sozinha em um lugar desconhecido com um  homem que m*l conhecia e já parecia me odiar. Que sortuda você é Sakura. Andei por todo apartamento a procura do meu quarto e o único que encontrei deduzi que seria o meu pois a outra porta estava trancada. Era pequeno e simples, tinha apenas uma cama de solteiro, um guarda-roupa e uma escrivania. Não estava esperando algo deslumbrante mesmo. Coloquei minha mala em um canto e procurei uma roupa limpa. Peguei minha toalha, cremes de cabelo e fui  para o banheiro do corredor.  Precisava de um banho urgente. Nunca tomei um banho tão bom e relaxante em minha vida. E quando voltei para o quarto, apenas cai na cama e apaguei. Foi um longo dia. ❦   Acordei vendo o quarto escuro e tateei meu braço pela cama a procura do meu celular. Assim que encontrei o liguei levando a tela aos olhos dando um pulo da cama ao ver que já eram 8:00 da manhã. Eu deveria estar na faculdade as 8:15. Sai correndo para o banheiro tomando um banho rápido, joguei a mala na cama puxando a primeira calça que vi e peguei uma blusa rosa de renda e alcinhas. — Parabéns Sakura, vai se atrasar no seu primeiro dia. Bufei amarrando meus cabelos em um r**o de cavalo m*l feito e enfiei a primeira sapatilha que vi nos pés. Peguei minha bolsa de lado e um casaco preto, sai do quarto logo em seguida e encontrei o apartamento vazio. Não dei importância e sai fechando a porta. Quando passei pela recepção a mulher que me atendeu ontem acenou enquanto falava ao telefone. Quando chegar preciso conversar com ela a respeito do apartamento. Parece que eu não fui "bem vinda" e o cara que seria meu colega me odeia por eu ter interrompido sua f**a. Vesti meu casaco assim que sai do prédio. Fazia frio e o tempo estava fechado. Pelas minhas fontes, Konoha é uma cidade bem chuvosa, com um clima temperado frio. Mas eu não me importava e já estava acostumada, até gostava de chuvas. O caminho até a Universidade de Konoha felizmente foi rápido. Para minha sorte eu morava um quarteirão abaixo da Universidade.  Adentrei no meio das centenas de alunos e por onde passava atraia os olhares das pessoas. Não era todo dia que eles viam uma garota de cabelos rosa andando por ali. Mas de qualquer forma, eu não gostava de chamar atenção.   Consegui encontrar a secretaria e peguei meus horários, livros e a chave do armário. Agora estava parada no meio daqueles corredores cheios tentando encontrar minha sala. — Perdida? — Um garoto se postou a minha frente me assustado. Ele tinha um grande sorriso e mexia as grossas sobrancelhas enquanto me encarava. — É eu sou nova. — Sakura Haruno sim? — Como sabe meu nome? — perguntei desconfiada. — Todos sabem seu nome, é a caloura da turma de medicina, sabe não é sempre que aparecem pessoas novas em Konoha. — respondeu sem tirar o sorriso do rosto. — Ah claro. — Sou Rock Lee mas pode me chamar de Lee, deixa eu ver seu horário. — ele tomou o horário da minha mão e o analisou. — Sala 304, venha eu te levo. — Oh obrigada. — sorri o seguindo. Adorava pessoas gentis. Ele virou vários corredores até que parou em frente a uma sala onde alguns alunos entravam. — Está entregue. — Você é muito gentil. — Estou ao seu dispor. — fez um movimento com as mãos e eu sorri entrando na sala acenando para ele. Haviam poucas pessoas sentadas e todas elas me olharam cochichando. Eles nem disfarçavam, ah como eu odiava isso. Segui para o fundo da sala e me sentei atrás de uma garota de coques, ela era a única que não estava falando de mim.  — As pessoas daqui não costumam ser discretas, e você está chamando muita atenção com esse cabelo rosa, mas até que combina com sua pele e seus olhos. Ah combina com seu nome também, é Sakura não é? como flor de cerejeira. — a garota se virou para trás tagarelando com um sorrisinho no rosto. — Ah é sim. — respondi sem graça.           — Eu sou Tenten Mitsashi futura pediatra. — ela estendeu a mão e eu a cumprimentei. — Sakura Haruno futura cardiologista.  — E verdade que você veio dos Estados Unidos? — Parece que todo mundo sabe da minha vida. — bufei revirando os olhos. — As noticias correm. — ela respondeu dando de ombros. — Sim eu vim do Alabama. — la deve ser muito bonito. — É sim. — murmurei olhando em volta vendo todos me encarando. Esse povo não têm o que fazer da vida não? — Não se preocupe logo eles param de encarar, sabe como é, não aparecem muitas pessoas de fora por aqui. — Tenten disse dando e de ombros. Assenti e ela se virou para frente quando o professor entrou na sala. Seu nome era Kakashi e ele era professor de anatomia humana. Para minha alegria ele não me mandou ir a frente para que me apresentasse, não precisaria já que todos já sabiam mais da minha vida do que eu. Que ótimo. — Espero que você curta lamén por que é a única refeição daqui. — Tenten disse pegando uma bandeja azul entrando na fila de alunos. — Não esperava por mais. — respondi entrando na fila e olhando em volta. O refeitório era grande, continha várias mesas de madeira onde a maioria dos alunos já estavam almoçando e suas janelas eram de um vidro escuro. Do outro lado tinha um imenso jardim que também tinha algumas mesas cercadas de alunos. — Quantos anos você têm Sakura? sabe, você têm cara de colegial. — Tenten disse quando nos sentamos em uma mesa vazia. — Tenho 19. — Mais nova que eu, tenho 20. — ela murmurou pegando seus hashis os levando ao macarrão. Começamos a conversar sobre a matéria até que um grupo de alunos me chamou atenção. Como não tinha os percebido ali antes? eles pareciam se destacar no meio de todas aquelas pessoas. Mas quem atraiu meu olhar foi a ruiva de ontem a noite, ela estava sentada ao lado de uma cara que tinha cabelos brancos. Em frente a eles tinha um homem e uma mulher. Pareciam um casal. O cara era loiro e seus olhos eram de um azul intenso, ele sorria para a garota ao seu lado. Ela era a linda, rosto angelical, olhos acinzentados que mais pareciam perolas, os cabelos eram de um preto azulado. Eles pareciam gostar de roupas escuras. Acabei sendo pega os observando, a ruiva me encarou com um olhar superior, parecia zombeteiro. Mas seu olhar não durou muito, ela deu atenção ao homem de cabelos brancos ao seu lado, ele a abraçou e logo se beijaram. Pisquei os olhos confusa e desviei o olhar. A única coisa que me veio a mente era que ela era uma v***a. Ontem estava dando para o meu "colega" de apartamento e  hoje estava beijando outro.  Garotas assim me enojavam. — Não entendo essa garota, ela é meio que ficante do Suigetsu mas um dia eu a vi com Sasuke no banheiro feminino. — Tenten murmurou me tirando do mundo da lua. — Em? — a olhei confusa e curiosa. — Karin Uzumaki, é uma patricinha que se acha melhor que os outro, uma v***a também. — ela respondeu apontando com a cabeça em direção a ruiva. Olhei de relance para a mesa dela e seus amigos me encaravam, inclusive ela com uma cara azeda. Desviei o olhar rapidamente e voltei a olhar para Tenten. — Hum. — Olha o que temos aqui. — ouvi uma voz conhecida e olhei para o lado reconhecendo Kiba. — Kiba. — sorri para ele que puxou a cadeira ao meu lado se sentando. — E ai garota do Alabama?  — O que faz aqui?  — Faço curso de veterinário. — Por que não me disse ontem? — Queria fazer surpresa. — ele sorriu mostrando seus dentes brancos de dar inveja. — De onde vocês se conhecem? — Tenten perguntou nos olhando curiosa. — Sakura estava meio perdida ontem e eu lhe dei uma carona. — ele respondeu me dando uma piscadela. — Meio? eu estava completamente perdida. — murmurei e eles riram. Conversamos durante todo o intervalo e eu descobri que Tenten e Kiba já eram amigos. Eu não sou uma pessoa boa para fazer amigos, sempre fui uma excluída da vida, mas com eles aconteceu naturalmente. E eu agradecia por isso. Observando Kiba e Tenten conversarem sobre cachorros, eu olhei discretamente a minha volta me sentindo incomodada. Sentia que estava sendo observava, sim eu tinha essa coisa de sexto sentido. E para comprovar que eu estava certa, avistei quem estava me encarando me surpreendendo em seguida. Era ele, meu "colega" de apartamento. Ele caminhava pelo refeitório vindo em minha direção com os olhos fixos nos meus. E pela forma que me olhava acho que ele ainda me odiava. Seus olhos me encaravam tão profundamente que poderiam ver minha alma, eu me sentia nua de tão intensa que era o brilho de suas iris negras. Ele era alto, muito alto na verdade, Tinha uma boa forma física e suas roupas eram escuras, pretas na verdade, isso só o transformava mais em uma pessoa sombria e assustadora. Eu deveria ter medo? E quando ele estava bastante próximo comecei a ficar nervosa, vai que ele começa a gritar comigo ali mesmo.  — Tsc. — sua mandíbula estava trincada e o mesmo fechou os olhos parecendo inspirar o ar. Oh Isso não era bom. Ele era um maníaco que estava tramando planos para me matar. Mas para minha sorte ele apenas passou seguindo para outro lugar. Cravei as unhas na palma da mão e soltei o ar, só então percebendo que estava me sufocando de tanto segura-lo. O vi se sentar na mesa em que eu encarava a poucos minutos, o garoto loiro bateu o punho com o seu e eles começaram a conversar. Ele não dirigiu mais o olhar em minha direção e isso era bom. Mas de uma forma que eu não sei explicar, o clima havia ficado pesado e sufocante. — Preciso ir ao banheiro. — me levantei pegando minhas coisas apressada. — Quer que eu vá junto? — Tenten perguntou dando uma mordida em sua maça. — Não precisa, te encontro na sala.  — respondi e ela assentiu. — Até mais garota do Alabama, a gente se vê por ai. — Kiba disse acenando. Ele parecia ter se fissurado por aquele apelido i****a. — Até Kiba. Acenei para os dois e me misturei no meio de todas aquelas pessoas tentando chegar a algum lugar. Me esbarrei em algumas pedindo desculpas em seguida totalmente destrambelhada.  Consegui encontrar o banheiro e parei em frente ao grande espelho observando meu rosto pálido. Liguei a torneira e fiz uma concha com as mãos jogando água em minha face. — Curtindo os últimos dias de vida?  Me virei para o lado assustada encontrando Karin Uzumaki parada ao meu lado observando as unhas pretas e grandes. Aposto que eram postiças. — O que você quer? — perguntei desligando a torneira tentando controlar minha respiração. — Apenas dar um aviso. — Estou ouvindo. — Você vai esquecer o que viu ontem e cuidar dessa sua vidinha inútil, e se alguém ficar sabendo pode considerar-se morta. — ameaçou dando um sorriso cínico. — Eu não tenho interesse em perder meu tempo contando a seu namorado e ao mundo que você é uma v***a que da o r**o para o primeiro que aparece. Tenho mais o que fazer e se você me der licença, tenho aula agora. Eu tenho uma mania feia de falar tudo o que eu penso. As vezes acabo me ferrando por isso. Mas em outras situações como essa, eu não estou nem ai. — Uou, você conseguiu me irritar profundamente sua garota patética. — ela riu me olhando em escárnio parecendo querer me matar com os olhos. — E você também está conseguindo me irritar, esqueça que eu existo. — disse séria a contornando caminhando em direção a porta. — Acho melhor você abaixar a bola e tomar cuidado sua sonsa, o perigo está mais perto do que você imagina. Ainda ouvi sua voz antes de sair do banheiro batendo a porta. Ótimo, agora estou recebendo ameaças de uma v***a, era só que faltava. Mereço. Segui para a sala de aula e Tenten me contestou quando me sentei ao seu lado jogando minha bolsa de qualquer jeito na mesa. — Você demorou, aconteceu algo? — Não, não aconteceu nada. — respondi soltando o ar pela boca. — Se você esta dizendo. As últimas horas na faculdade não foram tão boas como imaginei. Eu estava com uma dor de cabeça infernal e estava me sufocando com tanta matéria. Bem que meus pais disseram que medicina não era fácil. — Trouxe guarda chuva? — Tenten perguntou abrindo seu guarda-chuva preto. Os alunos corriam para seus carros e outros abriam seus guardas chuvas buscando não se molharem. — Não.  — Bom se você quiser eu posso chamar o Kiba para te levar. — Não precisa é só água. A gente se vê amanhã. — apertei minha bolsa contra o peito e acenei correndo pela calçada. As ruas estavam cobertas de água. A chuva não estava tão forte, mas era o suficiente para encharcar alguém, como eu. Cheguei no apartamento toda ensopada molhando o chão por onde passava, peguei uma toalha no quarto me secando e fui a cozinha esquentar uma água para fazer um chá.  Estava com uma p**a dor de cabeça e sentia que logo minha garganta começaria a doer. Deixei a água no fogo e fui tomar um banho rápido, em seguida me vesti rapidamente com uma calça desbotada, uma blusa moletom e botas. Guardei todas as minhas coisas em minha mala e a puxei para fora do quarto. Eu não poderia ficar ali. Não conseguiria viver no mesmo teto que aquele homem. Ele me odiava e a prova disso era ele não ter dormido aqui ontem e não estar em casa nesse momento, fora o olhar sombrio que  me lançou na escola.  Estava repudiando minha presença e talvez quando chegasse me expulsasse daqui. Ele era um desconhecido, um estranho que poderia me matar e eu nem sabia o seu nome. A única coisa que eu sabia era que deveria ir para bem longe desse lugar. Deixei a mala na sala e fui fazer o meu chá, depois de tomado lavei tudo o que sujei guardando tudo no lugar. Amarrei meus cabelos em um coque frouxo e apaguei as luzes  voltando para a sala. Dei uma olhada em volta e soltei um suspiro puxando minha mala em direção a saída, mas assim que abri a porta senti meu corpo ser chocado em outro, o baque foi tão forte que eu iria ao chão se mãos não tivessem segurado minha cintura. Prendi a respiração sentindo meu coração desgovernado. Não precisava erguer o olhar para saber que era ele, o homem estranho que me dava calafrios e me odiava. — Onde você pensa que vai? — sua voz fria e dura ecoo me fazendo engolir em seco. Tentei me soltar de suas mãos mas ele apenas intensificou o aperto em minha cintura me impedindo de fugir. — Embora. — respondi tossindo falso. O clima tinha ficado pesado e eu estava mais nervosa do que o normal.  — Você não vai a lugar algum. — as palavras saíram como uma ordem de sua boca. Agora eu aprendo a minha lição, nunca interrompa a f**a de um psicopata, ele pode te matar depois.    
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