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812 Words
Brandon virou a cabeça para a janela o observou por um momento as gotas de água que escorriam pelo vidro, perdendo em pensamentos, como se sentisse saudade dos nossos momentos no passado. Quer ir brincar na rua? - murmurou, depois de um tempo em silêncio. Arregalei os olhos e mordi as bochechas. -Não podemos. -E por que não? - repensou, pendendo a cabeça para o lado. Desviei o olhar para o chão, evitando encará-lo. Mamãe disse que eu não podia induzir Brandon a fazer alguma coisa arriscada, isso poderia piorar ainda mais a saúde instável dele. ela falou que eu deveria ser forte e aconselhá-lo a fazer apenas coisas que não o colocassem em risco de piora. -Mamãe não deixa, você sabe... Brandon jogou as coberta para o lado e se levantou com um pouco de dificuldade. -E desde quando nós ouvimos o que ela fala, Bri? sabe que ela fica brava por um tempo, mas longo nos perdoa. ele tinha razão, mamãe ficava muito chateada quando nos pegava na chuva, mas depois isso passava e ela começava a rir de como estávamos sujos e muito molhados. ergui os olhos para o meu irmão , uma centelha piscando em minha mente. e se a doença dele foi causa por essas brincadeiras? e se Brandon ficou assim por causa da chuva? mamãe sempre alertou que adoecemos se ficamos molhado. balancei a cabeça. -não quero, vamos assistir o desenho - falei deitado de lado no sofá - ela vai chegar daqui a pouquinho e vamos poder fazer alguma outra coisa Brandon bufou e se ergueu do colchão em que estava deitado no meio da sala, pulando para o chão de pés descalço. me ergui pelos cotovelos com o cenho franzido. -O que vai fazer? - questionei. -eu vou tomar banho de chuva, ué, tá quente e entediante aqui dentro, se quiser ficar aí, problema seu - retrucou, correndo até a porta da frente. levantei do sofá em um movimento, meu coração socava o meu peito com força. a vontade de ligar para a mamãe duelando com o profundo desejo de ir até a rua ir brincar com meu irmão como nos velhos tempos. -você está doente, Brandon, não pode fazer isso - contestei, correndo ao seu encontro. Brandon abriu a porta e uma rajada de vento forte soprou meus cabelo para trás e fez minha pele se arrepiar . ele estremeceu, mas manteve firme no lugar, descido a sair para brincar. -E daí - refutou, removendo as meias dos pés e jogando em um canto qualquer da casa. - só temos nove anos, Bri, vamos brincar e esquecer que estou morrendo. abrir a boca e arregalei os olhos chorosos. - Não está morrendo, pare de falar besteira, deixa só a mamãe saber disso que você vai ver só - simulei, cruzado os braços em frente ao corpo para aplacar o frio. ele suspirou . - pense o que quiser, eu ouvi os médicos falando de mim, eles disseram que não tinha mais nada que podesse ser feito, que a doença já tinha me tomado e que era questão de tempo agora - revelou - vamos brincar, Bri, por favor, quero ser criança outro vez, quero poder correr com você como nada de r**m tivesse acontecido. Era mentira dele, não acreditava em nenhuma única palavra, Brandon só estava tentando me convencer a saí para brincar, ele não morreria , era jovem demais para isso, só pessoa velha morriam, não crianças. eu também sentia falta dele, tanto que chagava a doer o meu peito. odiava ter que ir pra escola sabendo que Brandon não me acompanharia, ele sempre estava comigo na recreação e sentava na carteira ao meu lado Brandon não esperou que eu lhe dissesse uma resposta, ele desceu os três degrau na área correndo e foi até o quintal, a água respingou para todos os lados com a suas pegadas na grama. ele parou no meio do pátio e ergueu a cabeça para cima de olhos fechados, sentindo os respingo contra a pele pálida e sensível. ele estava tão magro, sua cabeça totalmente raspada. meus olhos encherão de lágrimas, minha vontade era de correr e abraça-lo meu irmão gargalhou, havia tanta felicidade naquela risada, uma felicidade que há muito ele não compartilhava. - você era melhor nisso - brincou, mostrando a língua pra mim. Brandon tentou pular outra poça de água, mas as pernas francas fizeram que o pulo fosse lento demais para que conseguisse atravessa, caindo no meio dela e fazendo a lama respingar e sujar as suas roupas - Ei, isso foi h******l - zombei, rindo e batendo palmas. meu irmão ergueu a cabeça em minha direção e engoliu em seco, havia pavor nos olhos que a pouco estavam banhados em diversão. - Eu...eu... não estou me sentindo bem, Bri... - disse em um sussurro. meu sorriso murchou - o que foi?
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