Capítulo 01

2218 Words
Meu nome é César Maia, tenho 20 anos e sou órfão de mãe, infelizmente não pude conhecer-la, pois ela morreu minutos depois do meu nascimento. A vida pode ter sido injusta comigo ao tira-la de mim, mas foi generosa demais ao ter me dado o nelhor pai do mundo, o senhor Afonso. Moro com ele em uma vila humilde em São Paulo, e infelizmente ele sofre de problemas do coração , tanto que já passou por três cirurgias cardíacas. Por causa da doença, meu pai teve teve que parar de trabalhar , e eu tive que deixar os meus estudos de lado, para arranjar um emprego para poder comprar os medicamentos que são muito caros e necessários para mantê-lo vivo, pois o dinheiro que ele ganha na aposentadoria não eram suficientes para suprir todas as nossas necessidades, e eu não me arrependo daquilo, pois faria tudo de novo, e abandonaria varias vezes o meu maior sonho de fazer faculdade de Medicina, para ter o meu pai saudável e do meu lado. Tenho um melhor amigo o Tiago, somos como irmãos praticamente, nós crescemos juntos, isto porque conheço-ó desde os meus 5 anos, quando ele e sua família se mudaram para a casa ao lado da minha, e em relação a minha orientação s****l, sou bem resolvido quanto a isso, e desde criança sempre soube que existia algo de diferente em mim, e para meu pai nunca fez diferença alguma até porque isso não muda nada em alguém , por isso sou grato pelo pai que tenho, sua aceitação e respeito me fizeram ver o quão sortudo sou, pois, maior parte dos pais e até mesmo mães, rejeitam seus filhos ou até mesmo os jogam na rua quando descobrem que eles são homossexuais. Por isso e muito mais, eu o amo tanto, e sim, eu posso dizer que ele é meu porto seguro, os alicerces da minha vida, até mesmo os pilares que me dão estabilidade para continuar vivendo, meu pai é o sentido de tudo que move os meus objetivos. Naquela época eu estava vivendo um romance com Otávio, e nos nós conhecemos no último ano do ensino médio, e desde então somos apaixonados um pelo outro, ok que ele não é tudo aquilo que sempre sonhei, um príncipe encantado ou aquele amor arrebatador que nos faz capazes de mover ceus e terras, mas ele era companheiro e para mim isso já bastava. Otávio não é assumido para família dele como eu sou para meu pai, e por conta disso o nosso relacionamento têm algumas limitações, mas isso não impede de vivermos o nosso relacionamento , mesmo que seja escondido de "dos seus pais e e amigos" assim posso dizer, em casa sua cada, sou conhecido como amigo dele, o típico colega da escola inseparável. ∴ E tudo começou da seguinte forma. Novembro de 2015. Era uma manhã de segunda-feira, acordei pulando da cama com o susto do som irritante do despertador. — Eu juro que um dia jogo este despertador pela janela — Vociferei com o coração sobressaltado pelo susto Em tom abafado das paredes, escutei a voz de meu pai, vindo do piso térreo da casa. — César venha tomar o café, você vai se atrasar para o trabalho — Exclamou. Para mim já era comum essa rotina, acordar assustado pelo despertador e minutos depois escutar o chamado do meu pai para tomar o café da manhã dizendo que corria o risco de se atrasar. — pai já estou descendo — Afirmei em tom alto, ao mesmo momento em que bocejava. E isso também era comum, ou seja, já estava no meu roteiro diário. Com isso, levantei da cama meio tonto e sem saber quem eu era, e talvez se meu pai não tivesse me chamado pelo meu nome, provavelmente eu não saberia o mesmo pelo menos nos primeiros trinta minutos. Em seguida fiz minha higienizacão matinal , vesti minha roupa habitual, uma calça jeans e uma camisa polo preta e um sapato da mesma cor, olhei-me ao espelho e desci as escadas para tomar o café da manhã para ir ao trabalho, que era em supermercado onde eu era caixa. Meu pai logo sorriu ao me ver e com certeza retribui na mesma proporção. — Bom dia filho, Você só têm vinte minutos — exclamou com uma frigideira de omelete nas mãos. — Como sempre estou atrasado pai — Exclamei rindo e de seguida falei sentando a mesa. — E mais uma vez o senhor me salvou. — Que é isso filho. — Disse sem jeito enquanto colocava a omelete em meu prato. — Eu nem sei como agradece-lo meu filho, desde que você começou à trabalhar no supermercado, a nossa vida melhorou muito, as vezes me sinto culpado por ser um inútil inválido incapaz de trabalhar, por minha culpa você teve que deixar seus sonhos de lado, abandonar tudo, tudo por mim, eu não acho que isso seja justo. Naquele momento um resquício de lágrimas brotou em meus olhos, de imediato larguei o garfo em que já havia pego. E carinhosamente coloquei minha mão em cima a mão dele,e com uma feição de serenidade tomei a atenção do mesmo em pé, que altura tinha traços fortes de tristeza compondo seu rosto. — Nunca mais repita isso, o senhor é tudo para mim, o sentido das minhas lutas e batalhas, e eu não me arrependo de nada que tenha feito pelo senhor, pois faria tudo exactamente igual, até porque não isso não representa nem um terço de tudo o que o senhor fez por mim, de tudo que enfrentou por mim ao me criar sozinho, por isso pai, não repita nunca aquelas palavras, isso é tudo o que peço ao senhor. Dos seus olhos começaram a escorrer lágrimas, e dos meus também, não pensei duas vezes naquele momento se não levantar e abraça-lo forte, dizendo em tom baixo e murmurante, o quanto eu o amava e o quanto era grato por tê-lo em minha vida, por ele ser meu pai. E após um longo abraço, nos desvencilhamos, e então ele pegou em minhas mãos e disse. — César você é o filho que todo pai pediu para Deus, bendito o dia em que te vi pela primeira vez. — Talvez minha vida teria sido completamente diferente se o senhor não fosse o meu pai, e não falo de ser diferente para o lado positivo, mas sim para o oposto a isso. Ele sorriu e eu continei. — Agora o senhor têm que se concentrar em sua recuperação se cuidando mais , não quero que tenha um outro ataque do coração, eu não sei o que faria se o senhor. — Estou fazendo isso, e já me sinto muito, agora coma se não vais atrasar-te ao trabalho. Nada respondi em palavras, mas sim em sorrisos. De seguida tomamos o café conversando vários assuntos aleatórios , dentre os quais o meu namoro com Octávio, e planos por nos arquitectados para o futuro. E após eu terminar o café apressado, levantei da mesa com a boca ligeiramente cheia. — cuide-se meu pai, e não te esqueças de ligar caso aconteça alguma eventualidade. — Fique descansado meu filho , me sinto melhor, e nada de r**m irá acontecer, eu prometo. — Assim espero, sua bênção meu pai. Dei a volta a mesa até o lado em que ele estava sentado, agachei-me e ele fez o sinal da cruz na minha testa. — Deus te abençoe, e vá com ele. — Afirmou com feição de serenidade. Retribui Dando-lhe um beijo à testa e nesse momento senti um aperto enorme no coração que fez-me abraçá-lo forte novamente. — Eu te amo pai— Afirmei. Naquele momento senti um arrepio tremendo, parecia um pressentimento apesar de não acreditar muito nessas coisas. Sai de seguida rumo ao ponto de ônibus, só que no meio do percurso acabei lembrando que havia esquecido minha carteira na casa do Otávio na noite passada, todo o meu dinheiro estava lá e sem ele eu não podia pagar a passagem até o meu destino. Resumindo tive que dar meia volta e caminhar em direcção à casa de Otávio, que não era distante, apenas dois quarteirões perto da minha casa. Durante a caminhada, liguei para seu celular, no entanto o mesmo só dava na caixa postal, o que dava-me à única certeza que ele estaria dormindo, e havia se esquecido de carregar o celular durante a noite. Minutos depois de caminhada, cheguei a casa de Otávio , toquei a campainha e quem abriu a porta foi Lúciana sua irmã, um amor de pessoa. ∴ — Oi Lú, nossa esqueci minha carteira ontem , o Otávio se encontra em casa? — Perguntei já sabendo da resposta. — Claro que está, ele está dormindo e você sabe como ele é , acorda depois das dez da manhã. — Respondeu simpática como sempre. — E como sei, Vou lá à cima pegar à carteira, ainda acabo por atrasar-me ao trabalho. — Fique a vontade, nem preciso dizer-te que és de casa. — Com certeza que não. Subi as escadas até o andar de cima da casa, para falar à verdade subi quase correndo, minutos depois eu estava diante da porta do quarto de Otávio. "Vou aproveitar para dar-lhe um beijo de bom dia, o Otávio vai amar — Pensei." lentamente girei à maçaneta da porta, e quanto mais eu a girava sons estranhos de suspiros e gemidos começavam a ganhar proporções, nesse momento travei a mão, e meu coração começou a bombar dr forma acelerada, parecendo que iria sair pela boca a qualquer momento, no culminou na minha respiração acelerada e ofegante como se eu tivesse feito uma maratona de corrida de longos quilómetros. Eu sabia que nada de bom estaria por trás daquela porta, mas eu precisava ser forte e foi o que fiz, reúne forças e abri a porta. Meus olhos se arregalaram, e dos mesmos caíram lágrimas instantâneamente, eu não podia crer que aquilo estava a acontecer. — Otávio, Tiago. — Esbravejei em prantos. — Como puderam fazer isso comigo? Diante dos meus olhos estava, Tiago o meu melhor amigo estava tranzando com Otávio, quando ambos ouviram a minha voz, viraram-se assustados em direção a porta, Tiago por sua vez, saiu de cima de Otávio as presas. — César o que você faz aqui? —Indagou Tiago boquiaberto. — Como o que eu faço aqui? — Indaguei aos berros. — Essa é a casa do meu namorado, quer dizer era porque agora deixou de ser. — César deixa eu te explicar, não é nada disso__ disse Otávio tentando amenizar a situação, no entanto eu lhe cortei a fala. — Não se atreva à terminar essa frase Otávio, eu não sou i****a muito menos cego, como vocês puderam fazer isso comigo? Aquela altura eu falava exaltado, gesticulando os braços enquanto às lágrimas insistam em cair de forma intensa, meu mundo acabou, meu chão rompeu-se de baixo dos meus pés, e a dor era tão profunda em meu coração, pois de tudo o que eu poderia imaginar, aquela situação era a mais improvável. Como Tiago havia feito aquilo comigo? Como pode ter traído a nossa amizade daquele jeito, como? Ele era como um irmão para mim, uma das pessoas depois de meu pai que eu tinha a certeza de que poderia confiar e contar em todos os momentos, e ele, ele me provou o oposto disso tudo, que nunca foi o que acreditava que ele era ∴ Otávio em dado momento tentou aproximar-se de mim, mas a repulsa foi tanta que eu o impurei para longe. — Deixe-me explicar-te meu amor —exclamou em tom de súplica, ignorando o facto de estar completamente despido. — Não encoste em mim, e não chame-me de amor, entre nós está tudo acabado, pode ficar com esse ai, vocês dois se merecem. — César deixa agente explicar, foi mais forte que nos mesmos Por favor. — Disse Tiago apreensivo a medida que se enrolava no lençol branco. Aproximei-me dele lentamente, ficando em frente ao mesmo, nada disse naquele instante, e talvez pela raiva eu teria partido para agressão ou algo do tipo, porém acabei por ver, que não valia a pena descer a tão baixo por alguém que não vale nada. — César diga alguma coisa por favor. Limpei minhas lágrimas com a palma da mão, respirei fundo e de seguida disse. — Agora me vêm somente uma coisa na cabeça. As nossas lembranças, nossa infância e tudo que vivemos, todas as vezes em que dei-te a mão, todas as vezes em que deixei o meu mundo desabar para que o seu fosse erguido, e o que você fez com tudo isso Tiago ? amassou como um papel sem importância e jogou fora como lixo, no momento em que se deitou nesta cama. Você morreu para mim, de todas as traições a sua foi como uma flecha cravada nas minhas costas. As lágrimas caiam dos olhos de Tiago aquela altura, e naquela mesmo instante dei-lhes uma vista de olhos. Dei a volta, peguei na minha carteira na escrivaninha e sai daquele quarto correndo,passei por Lúciana e ela tentou perguntar o que estava acontecer. No entanto nada respondi , pois tudo o que eu queria era sair dali e correr para os braços do meu pai.
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