Caterina Gallo
Eu empurrei a porta do quarto com o ombro, ainda tremendo de raiva, os olhos inchados, a camisola m*l abotoada. Eu tava com a garganta arranhando de tanto segurar o choro, e meu corpo inteiro parecia vibrar com aquela mistura maldita de dor, exaustão e medo antigo. Tudo que eu queria era me jogar na cama e desabar até não sentir mais nada.
Mas o quarto não estava vazio.
Havia uma luz suave de abajur acesa. Uma caminha pequena improvisada ao lado da minha. E dentro dela, enrolada num cobertor cor-de-rosa que eu mesma tinha comprado pra ela anos atrás, estava Giana.
Minha Giana.
Dormindo de boca entreaberta, o rostinho sujo de lágrimas secas, um hematoma desbotado na bochecha que me fez sentir como se alguém tivesse enfiado a mão dentro do meu peito e apertado meu coração
