02 - Incerto pra mim.

1053 Words
Chegamos no alto do morro em um lugar bem afastado que eu nunca tinha vindo, tinha vários caras armados tomando conta como seguranças mesmo e uma casinha m*l feita bem no meio. Meu pai passou a minha frente abrindo a porta me dando passagem e vista de dentro daquele lugar h******l que eu senti v*****e de vomitar só de ver. Alice: Eu não vou ficar aqui, você é doente. – Tentei sair, mas ele me segurou e fechou a porta. Roberto: Vai te aliviar, vai por mim. – Bufei e mesmo não querendo acabei indo. Tomei a frente daqueles homens ensanguentados, alguns pendurados, outros desacordados, pelo visto eles não se deram muito bem por aqui. Por impulso acabei esvaziando a minha mente e pegando um taco de basebol com arames farpados e coisas perfurantes grudadas nele. Vi meu pai se sentar e acender um cigarro de m*****a fazendo o cheiro vir até o meu nariz e eu sentir enjôo, mas me mantive ali. Me aproximei de um daqueles corpos e comecei a bater com um pouco de receio, e conforme eu batia a minha v*****e só aumentava e eu ignorava todos aqueles gemidos de dor. Só parei quando aquilo me aliviou por inteiro, fui voltando a mim mesma e vi que estava coberta de sangue fiquei meio balançada, mas fui tirada dos meus pensamentos pelo meu pai. Roberto: Se sente melhor? – Assenti com receio, como que uma pessoa pode se sentir melhor arrancando a pele de outra, é o que estou me perguntando enquanto sinto prazer com essa sensação. – Vou te levar pra ver uma pessoa. Alice: Eu estou coberta de sangue, e eu nem sei de quem é. Roberto: Ele não vai se importar. – Me dei por vencida pela curiosidade e fui atrás dele subindo na garupa de uma moto que eu não faço idéia de quem seja. Chegamos em uma casa não muito grande, mas bem sofisticada, parecia casa de gente rica mesmo...nunca pisei em um lugar assim, fiquei até com vergonha por estar aqui. Vi o Roberto sair entrando como se tivesse a maior i********e e apenas segui atrás dele completamente perdida, em que mundo eu estou vivendo. Entramos pela porta da frente e eu fiquei bem na porta quietinha e encolhida, maior falta de educação sair entrando na casa dos outros assim, ainda mais no meu estado. Permaneci de cabeça baixa quando escutei uma voz masculina me chamando e não acreditei, olhei com um pouco de receio e vi o meu padrinho. Meu peito apertou e eu ignorei totalmente o estado que eu estava e corri para abraçar ele, senti a v*****e de chorar vindo com tudo e não segurei deixando as lágrimas rolarem livremente enquanto estava agarrada com ele. Marcos: Está tudo bem minha garotinha, eu to aqui com você. – Com certeza tinham pegado no meu ponto fraco, esse homem é a pessoa mais importante do mundo pra mim. Durante as brigas dos meus pais lá em casa, quando faltavam as coisas ele sempre dava um jeito de ajudar, sempre me tirava de meio do caos. Alice: O que você está fazendo aqui? – Perguntei estranhando e me dando conta de onde nós estávamos. Marcos: Essa história toda é muito complicada e você precisa entender. – Assenti. – Sobe e toma um banho, deixei uma roupa no banheiro pra você trocar e quando voltar eu te explico tudo. Apenas concordei e fiz o que ele havia me pedido com total receio do que estaria por vir, não sei se estou pronta para mais bombas explodindo na minha vida. Coloquei as roupas, ou melhor, projeto de roupas que estavam no banheiro...deveria ser p******o sair com tanta pouca roupa na rua, falei comigo mesma enquanto me encarava no espelho com um micro shorts e uma blusinha colada que marcava tudo. Desci mesmo estando morrendo de vergonha e sem jeito nenhum, eles estavam sentados no sofá conversando sobre algo, mas cortaram o assunto assim que me viram. Meu padrinho fez sinal para que eu me sentasse em seu lado e assim eu fiz me preparando pra qualquer baque que poderia vir. Marcos: Alice eu sou o dono do complexo do Turano, isso tudo aqui é meu. – Me assustei. – Escondia isso de você por que não quero que você se envolva nessa vida, mas agora é necessário, você não quer vir morar comigo? Alice: Eu não posso deixar meu pai sozinho. – Falei baixo. Marcos: Seu pai vai ter que ficar fora por um tempo pra resolver umas coisas pra mim, eu te garanto que você terá tudo do bom e do melhor, não me veja como um estranho...continuo sendo o seu padrinho e a mesma pessoa de sempre com você. – Disse num tom calmo. Alice: É verdade o que dizem sobre você? Que matou todas aquelas pessoas?- Perguntei e vi ele ficar sem jeito pra resposta entendendo que aquilo era realmente verdade. Marcos: Esse é o meu trabalho, você não precisa me ver como um monstro. – Assenti. Por mais que essa não seja a vida com qual eu sonhava, pelo menos é mais do que eu podia esperar, mesmo sabendo que esse dinheiro todo é sujo eu não tenho controle sobre isso. Então o que me resta é aproveitar o que me convém, não posso me manter entrando em uma quase depressão por uma mãe que me abandonou sem motivos simplesmente por que ela quis, ou por um pai que entrou pro tráfico mas ou era isso ou nós morríamos de fome pelo que eu achava. Se é isso que a vida está me proporcionando e me colocando a frente me basta aceitar e saber dos meus ensinamentos que me foram passados. Eu não vou deixar isso me levar, como minha mãe sempre disse que o crime não compensa, pelo menos esse desgosto eu não vou dar a ela. ... Fui em casa e peguei todas as minhas coisas que não eram muitas, cabia tudo dentro de uma única mochila de escola. Me despedi da casa que vivi tantos momentos bons com a minha família unida, não sei quando poderei voltar aqui novamente, mas as lembranças sempre estarão na minha mala para onde eu for, e na minha memória também.
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