Feliz Natal Rafa - Parte II

3023 Words
Era, talvez, a coisa mais difícil que Bianca Andrade já tinha feito. Sem dúvida. Ela estava furiosa consigo mesma por ter pensado nessa ideia! Por que oh por que ela alguma vez pensou que ela poderia fazer isso! Parecia uma ideia tão legal na hora; comprar para todos os convidados um presente. E tinha sido de certa forma fácil. Todos menos Rafaella Kalimann. A semana toda ela tinha se enlouquecido tentando encontrar o presente perfeito para loira. Ela estava ficando tão desesperada que Bianca se achava encarando uma foto de Rafaella, esperando por um relampejo de genialidade. Finalmente, a morena só desistiu. Ela estava toda conformada em só comprar para loira um maldito cartão-presente e acabar com isso. Entender como terminado. Jogar a toalha. Ou quaisquer que sejam as metáforas de desistência que existam por aí. Ela só não podia fazer mais isso. Mas então... a ideia de gênio aconteceu. Tinha sido naquela manhã que eles haviam marcado para trocar presentes... Rafaella estava parada na frente do armário dela na sala onde os contratados da globo guardavam seus pertences, com Rodrigo Lombardi ao lado dela. Bianca assistiu do seu próprio armário, meio que ainda esperando que ela tivesse uma ideia... quando ela viu. Rafaella rolou os ombros, estralou o pescoço, e então levantou a mão para massagear a base das costas enquanto ela se encolhia. Era óbvio para Bianca que a loira estava com dor. Ela não podia entender o motivo pelo qual Rafaella evitou que Rodrigo tentasse uma massagem na área – provavelmente porque Rafaella era adversa a toque dos namorados – mas isso deu à Bianca uma ideia. Porque Bianca Andrade era bem versada em todas as coisas relacionadas à marketing, ela também sabia as dores e tribulações de uso exacerbado do físico, das horas sentada durante as reuniões e os rigores que acompanhavam isso. Era por isso que os pais dela tinham comprado para ela um kit de massagem há alguns anos. Bem podia ser chamado de melhor amigo da empresária – aliviando suas costas cansadas, ombros tensos, pés doloridos... o kit de massagem era um milagreiro se você perguntasse à Bianca. E a morena estava excitada em comparar um kit para a loira – vendo como Rafaella precisava de um e ela não queria que o namorado fizesse o trabalho por ele mesmo. Era perfeito! O único problema era que Bianca não tinha tempo para comprá-lo. Eles trocariam presentes mais tarde naquele mesmo dia e ela tinha uma ultima reunião. Sua única esperança era deixar os estúdios durante o almoço. O que ela fez, apesar de estar aterrorizada de medo por não conseguir fazer tudo a tempo. Mas outro problema surgiu quando Bianca chegou na porta da Relaxamento, a loja no shopping onde os pais tinham comprado o kit de massagem dela. O kit custava bem mais que o limite de preço que tinham estipulado no grupo. Bianca não queria exceder o limite de cinquenta reais para que não ofendesse ninguém – especialmente Rafaella Kalimann porque ela assustava ligeiramente Bianca – ou você sabe, bastante. Mas Bianca estava numa corrida contra o tempo! Tinha levado quase dez minutos para chegar no Vila Parque Shopping próximo ao projac, mais dez minutos para estacionar e chegar à loja e ela ainda precisava encontrar o presente, esperar na fila, comprar, voltar ao carro e de volta aos estúdios globo! Mas ela não podia ser defendida! Ela tinha chegado até aqui! A caixa de cabelo curto da loja riu consigo mesma enquanto via Bianca Andrade se perder no meio da Relaxamento. Era óbvio para a loira que a mulher em roupas formais e bem atraente estava prestes a ter um abalo nervoso. Ignorando os muitos clientes ao redor dela tentando chamar-lhe a atenção, a caixa saiu da parede dos fundos e andou em direção à Bianca. "Posso ajudar você com algo?" Bianca virou para moça com pânico nos olhos castanhos. "Por favor, você poderia me dizer qual é um kit de massagem barato, pronto para levar que eu poderia comprar rapidamente!" A atendente riu novamente e, tão discretamente quanto possível, checou as pernas de Bianca antes de olhar para a mulher ansiosa. "Quão barato?" "Qualquer coisa ate cinquenta reais! Estou disposta a pagar setenta mas qualquer coisa acima disso e eu temo que Rafaella realmente me socará no rosto pela minha insolência!" Agora Bianca estava paraticamente histérica. "Eu tenho que dar ela um kit de massagem porque ela não deixa homens tocá-la e eu estive a olhando a semana toda e ela esteve se tocando o tempo todo, se esfregando, e eu me sinto como uma perseguidora porque cada chance que eu tenho estou a seguindo, encarando-a e você deve entender que ela é linda e perfeita e impossível de se comprar algo mas eu acho que se eu der a ela um kit de massagem então talvez ela pare de me chamar de Mãos Masculinas e talvez nós possamos quem sabe ter um dia de spa e usar nossos kits de massagem juntas!" Bianca disse sem parar, respirando com dificuldade e olhando para garota implorando. A atendente mordeu o lábio inferior brincalhona enquanto considerava, já sabendo que nada na loja estava no limite de preço de Bianca, mas ela queria prolongar a conversa por mais um pouco. "Eu não estou certa..." a garota começou, agora realmente tentando arranjar algo na esperança de que ela pudesse ser a heroína da empresária. "... Talvez... mas... não, não seria isso que você estaria procurando." "Por favor, me diga!" Bianca quase gritou, agarrando os ombros da atendente com força. Ela só tinha pouco mais de sete minutos para gastar ou ela se atrasaria. "Se você tem qualquer informação que seria útil, você deve me dizer!" A garota riu e sorriu para morena. "Então essa... Rafaella... você gosta dela ou algo do tipo?" A atendente perguntou, gostando do fato das mãos de Bianca ainda estarem a segurando. Mas com essa pergunta, os braços da empresária caíram pro lado dela em admiração. Por que isso importa? Bianca pensou. "É... complicado?" Bianca respondeu com um dar de ombros enquanto suas sobrancelhas se cerravam. Ela realmente não tinha tempo para isso. "Eu entendo." A atendente concordou com a cabeça, pensando sobre sua própria relação complicada com sua namorada ioiô. "Mas isso é importante para você, esse presente? Esse 'kit de massagem'?" Bianca não gostou nem um pouquinho o sorrisinho no rosto da garota e não podia entender o motivo pelo qual ela tinha usado aspas no ar mas concordou entusiasticamente da mesma forma. "Sim, eu preciso de um 'kit de massagem'." Bianca respondeu, usando aspas também, só porque a atendente tinha usado, incerta da razão. Mas a garota tinha uma razão para estar de sorrisinho. Aqui estava uma morena muito atraente honestamente conversando sobre uma mulher que a atendente achava que Bianca estava muito atraída. E para ser justa, o que Bianca disse tinha soado meio gay. Além do que a empresária tinha basicamente confirmado as suposições da atendente ao usar as aspas e a trabalhadora sabia justamente qual presente ela pensava que Bianca estava procurando. "Então ela se toca... mas não deixa homens fazê-lo. Você a encara porque ela é linda e perfeita e você espera que vocês duas se 'massageiem' juntas?" Bianca cerrou a sobrancelha, não entendo realmente entendendo por qual motivo a garota estava recapitulando tudo que ela tinha dito ou o motivo pelo qual ela deixou de um jeito que soava estranho... e meio safado. Mas ela não tinha tempo para corrigi-la. "Sim! Agora você pode me ajudar! Eu só tenho cinco minutos antes de me atrasar e eu não posso chegar tarde tenho uma reunião!" "pena você estar com pressa" A atendente falou baixo antes de imediatamente ajeitar a postura para que ela não estivesse mais se inclinando sobre Bianca. "muita!" Uma vez que a atendente entendeu que paquerar Bianca não estava dando certo, ela foi muito mais rápida em ajudar a morena e rapidamente deu o nome da loja antes de paraticamente empurrar Bianca para fora de Relaxamento. Não que importasse, uma vez que Bianca ao ouvir o nome da loja, correu para fora dali como uma bala de uma arma. "Procure pelo Jhonny!" A atendente gritou nas costas de Bianca enquanto a empresária saia correndo no meio do tumulto do shopping. Bianca acenou sobre o ombro para mostrar a garota que a ouvira e que ela estava agradecida antes de aumentar o passo. Na hora que ela chegou na Spencer's – uma loja que ela nunca tinha entrado antes, sempre sob a impressão de que aquela era uma loja de presentes ruins e não valia o tempo dela – ela só tinha um minuto ou dois antes que ela ficasse atrasada e, em resultado, chegar tarde para próxima reunião. Felizmente Jhonny já estava trabalhando no caixa e rapidamente entregou o kit de massagem, Pequeno Ajudante de Papai Noel, vendeu e embalou – muito bem Bianca pensou, impressionada – antes dela sair correndo da loja e voltou rapidinho para o projac. Entretanto, a morena não tinha olhado bem o kit. Era abaixo de cinquenta reais, com tema natalino e um kit de massagem... isso era tudo com que Bianca se importava. Não era o Euforia 3000, mas isso teria que funcionar. Se Bianca tivesse levado um tempo para olhar sua compra, ela teria visto que, apesar de poder ser usado para massagear áreas doloridas, a intenção real do Pequeno Ajudante de Papai Noel era um pouco mais... provocativa. Bianca tinha ficado desapontada com seu amigo secreto, apesar de que não tinha ficado surpresa. Era difícil dizer quem tinha sido o canalha porque todo mundo estava trocando presentes um com outro e ela foi a única que tinha sido deixada de fora. Seu amigo secreto realmente podia ter sido qualquer um. Ela ficou mais desapontada quando Rafaella não tinha aberto o kit; Bianca estava esperando que ela pudesse dar uma olhada, pedir desculpas por não ser um dos melhores, ou talvez mostrar à loira como funcionava – Euforia 3000 tinha sido um pouco difícil de se entender no começo. No mínimo ela teria gostado de ver Rafaella usar – sorrir porque agora ela não teria que viver com toda a dor que ela tinha no ombro por causa das horas de ensaios. Mas então Daniel entrou e bem... as coisas só pioraram daí. Já era r**m o bastante que Fred tinha abandonado-a, que seu amigo secreto tinha esquecido-a, que ninguém tinha agradecido a ela pelo presente... adicione tudo isso ao fato de que as longas jornadas entre a empresa e a vida de apresentadora estava vaiando-a, Bianca estava miserável. Ela não podia aguentar mais e ela só queria terminar com tudo. De repente, ela estava ansiando pelo tempo de férias longe de todos e da empresa. Bianca tomou a iniciativa durante a festa porque percebeu que todos estavam entediados – ela cantaria m*l, seria vaiada – e eles poderiam acabar com a festa e ir para casa. Ela não achou que as pessoas iriam gostar – o que francamente era ridículo, porque sob as atuais circunstâncias Bianca só assumiu que as pessoas amariam as apresentações. Mas ela estava um pouco para baixo e o estresse do dia tinha tomado o melhor dela e tudo que a morena queria era ir para casa, usar o Euforia 3000, tomar um banho e aproveitar a noite. Então foi por isso que ela o fez. Felizmente, Bianca ainda tinha um pouco mais de uma hora para relaxar antes que os amigos dos pais chegassem. Era uma tradição. Hanuká ou Festa das luzes acontecia durante oito dias, então na véspera de Natal os Andrades sempre tinham uma festa pros amigos deles; servindo comida judaica, bebidas, conversas casuais e geralmente alguns números musicais de Bianca. Tradição. E ela tinha estado ansiosa por isso a semana toda; e tinha sido uma semana bem r**m, afinal de contas. Uma vez que os amigos dos pais de Bianca começaram a chegar, o estresse de uma semana de trabalho começou a desaparecer. Cada convidado trouxe para a empresária, presentes de aniversário atrasado e de Hanuká e todos estavam genuinamente felizes em vê-la. Não, nenhum dos amigos dos pais era remotamente próximo a idade dela, mas isso não era problema; parecia que ela era m*l apreciada pela juventude de hoje. A festa dos Andrades estava a toda quando Rafaella tinha aberto o presente dela do outro lado da cidade – Bianca rindo e conversando com as mais variadas pessoas que ela considerava a família dela, fazendo também seu papel de anfitriã, aproveitando a noite dela. Ela não podia ter possivelmente imaginado que exatamente naquele momento, enquanto ela repunha os biscoitos e trazia mais do eggnog "especial" do pai dela, que Rafaella Kalimann estava vendo vermelho. Que a loira estava lívida. Que ela estava colocando uma jaqueta e fumaçando enquanto fugia de fininho da festa dela com a intenção de confrontar a empresária sobre o muito inesperado e inapropriado presente dela. "Eu não posso acreditar, Andrade, merda! De tudo – que ela poderia – se ela pensa que - ... Eu não posso acreditar, Andrade, merda!" Isso era tudo que Rafaella podia dizer enquanto dirigia até a casa de Bianca – segurando o volante com força, mandando olhares raivosos para o presente que estava no banco do passageiro, enquanto ela tentava navegar pelas do rio de janeiro em tempo recorde. Rafaella realmente não podia entender o que Bianca estivera pensando. A anã achou que isso seria engraçado? Ela estava tentando me aborrecer? Ela realmente pensou que eu iria querer uma dessas coisas? Que eu precisava disso? Bem, ela está prestes a conhecer o inferno! Uma vez que a loira viu o que tinha caixa, ela tinha ficado mortificada. Nunca na vida dela ela teria esperado, muito menos receber um como presente... de Bianca Andrade, de todas as pessoas. Marcela, talvez. Gizelly, definitivamente. Mas Bianca Andrade? Rafaella não sabia no que acreditar. Depois de fechar a porta do quarto, a loira cuidadosamente abriu a caixa como se contivesse uma bomba. Dando uma olhada, Rafaella deslizou o papelão de dentro para fora enquanto seu coração corria e só quando ela sabia o que quer que estivesse dentro da caixa estava fora – talvez ela tenha sido enganada, talvez um vibrador não estivesse realmente dentro – ela abriu completamente os olhos dela. "AI MEU DEUS!" Não ela não tinha se enganado. Rafaella rapidamente jogou seu cobertor sobre o vibrador de silicone vermelho, caiu de joelhos e cobriu os olhos com as mãos trêmulas. "Isso não pode estar acontecendo!" A loira respirou; totalmente mortificada. Ela podia sentir o quão quente seu rosto e pescoço tinham ficado e seu corpo tinha exalado uma leve película de suor. Para que diabos ela me deu essa coisa? Eu vou jogar isso fora, merda! E eu não posso manter isso na minha casa! Uns bons cinco minutos se passou antes de Rafaella engatinhar e puxar a ponta do cobertor. Lentamente, a loira começou a levantar seu cobertor e deu uma olha por baixo do lençol branco macio até que tudo que ela podia ver era o vibrador. Estava escondido nas sombras do seu cobertor, mas até onde importava para Rafaella, estava orgulhosamente em cima da cama dela com um refletor direto em cima como se fosse uma batida do apocalipse em um sinistro som diminuindo que coincidia com o ritmo do coração dela. Parecia que o órgão estava literalmente a ponto de falhar. Rafaella deixou o lençol cair e se virou até que estava sentada no chão com as costas subindo e descendo na base da cama. "Bolhas." Rafaella disse desesperada. "Dar bolhas para Daniel fez sentido. Thelma amou a maldita máquina de escrever. Manu dança, então o dvd de dança foi perfeito. Gizelly é uma tremenda Louca, então naturalmente, dar um colar que dizia justamente isso era tão Gizelly. Dar uma camiseta que dizia Tubarão s****l pro Diogo fazia sentido. Um chapéu para Marcela. Doces para Mariana. Uma gaita para Rodrigo. Maquiagem para Ivy. Mesmo o suéter i****a para Fred estava bem." Rafaella estava quase hiperventilando. "Por que p***a ela me deu um vibrador?" A loira respirou ansiosamente. Foi aí que a raiva cega começou. Rafaella ficou encucada que a intenção de Bianca era humilhar a loira – que isso era uma piada, que era divertido mexer com seu recém-achado celibato, ou talvez algo sobre sua gravidez do ano anterior. Qualquer que fosse a razão, Rafaella não gostava disso e ela não seria ela se deixasse a empresária se safar dessa. E ela certamente daria a coisa de volta; a loira não podia ser pega com aquilo em sua posse! Se fosse possível, a chuva voltou a cair com ferocidade tão logo Rafaella estacionou o carro na frente da residência dos Andrade. Ela olhou para si mesma no espelho do carro e percebeu como suas bochechas estavam vermelhas, talvez da raiva e da vergonha. A raiva apenas dobrou quando ela viu os brincos de diamante que seu pai lhe dera de Natal. Ele só tinha comparado aquilo para ela para se mostrar e bajular Marta; sua esposa queria que ele "tentasse" com Rafaella. Ela com raiva os arrancou das orelhas e os jogou no banco do passageiro antes de pegar a bolsa do presente ao lado dela e sair do carro. Seu rosto pálido continuava a se contorcer de raiva enquanto ela se apertava dentro do casaco e andava em direção à porta da frente; paraticando exatamente o que ela queria dizer para Bianca – ou gritar, brigar, falar alto e xingar – enquanto Pequeno Ajudante de Papai Noel ia para frente e para trás dentro da sacola vermelha que ela tinha pego de um dos presentes e estava carregando firmemente na mãos. A viagem até ali tinha aumentando a hostilidade de Rafaella e ela tinha se irado em um frenesi, realmente pronta para despejar tudo em Bianca pelo presente inapropriado dela. Mas depois que a loira bateu várias vezes na porta, muito forte, de repente Rafaella se arrependeu da viagem. "Oh!" Rafaella disse, surpreso. "Hum... oi?" Repentinamente, o refletor estava de volta e a loira estava certa que o pai de Bianca sabia que Rafaella tinha um vibrador com ela. Seu rosto estava tão vermelho quanto o presente.

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