Cármen Cabrita, não conheceu o amor maternal, viveu sua infância toda em um orfanato, onde aprendeu a ler e escrever mas, sofria

Prólogo

Deus! Porquê vim ao mundo? Para sofrer, só mesmo. Desde que nasci vivo sofrendo, nunca tive amor de ninguém, nunca tive amor maternal.

Cresci num orfanato e quando perguntei sobre meus pais, disseram que minha mãe morreu ao dar-me á luz e meu pai morreu dias antes em um acidente de viação. Não tinha mais ninguém e fui lá parar.

Não acredito em amor, não acredito que ele exista, pois eu, nunca fui amada e duvido que um dia o serei. Fugi do orfanato porque apanhava, vaguei pelas ruas sem o que comer e beber.

Fui vítima de a***o s****l diversas vezes, acho que nem lágrimas por derramar se tenho mais. Já derramei tantas que nem tenho as contas.

Eu seria feliz morta.

Eu sei que chamo atenção por ser bonita! Isso fez com que fosse abusada, perdi minha virgindade da pior maneira.

Tentei arranjar trabalho, lógico que não consegui, quem daria emprego a uma rapariga de rua.

Maldito o dia em que fui sequestrada e hoje estou aqui, nesse local imundo onde as mulheres são obrigadas a fazerem as vontades dos homens.

Desde que aqui estou, já apanhei imensas vezes, pois, não aceitei f********o com ninguém, ainda assim fazia.

Já não basta ter sido violada?

Não! Parece que o destino gosta de ver me sofrer, não tenho ninguém e por isso, ninguém virá me socorrer. Tentei fugir daqui uma dessas noites, o que só foi pior para mim.

Eu aguento a dor e já resisti, mas até quando? Eu sou ser humano, não vou resistir por muito mais tempo. Chegará um momento que irei entregar-me e ser a escrava s****l para sempre.

Seres imundos, sem dó e nem piedade, sem coração, ainda riem nas nossas caras. Tem meninas aqui dentro que também não têm ninguém e perceberam que sua única solução é tornar-se numa p********a.

Lógico que preferia a rua! Mil vezes a rua há que ser obrigada a f********o, ser maltratada, estar acorrentada levando chibatadas e me submeter a ser escrava de homens. Pior mesmo, é que nem na rua estou segura, visto que lá também sou violentada.