Maria Clara narrando:
Terminamos de nos trocar e fiquei na espera pela minha vez. Aline estava no palco com Mari e outras dançarinas secundárias se apresentando. Comecei a ouvir um choro baixinho e algumas vozes vindo do corredor que leva a um dos quartos de programa.
Reconheci a voz de Emily choramingando para uma amiga, logo saquei que deveria se tratar do término com Billy. Eu não estava feliz, não sou uma pessoa tão má assim. Mas também estou vendo meu lado, gosto dele e não quero mais problemas aqui.
(...)
— Ele não quer mais nada comigo, e vem me evitando desde então. Ele tentou terminar antes mas eu insisti muito. Sei que gosta de mim também, mas nada me tira da cabeça que aquela assanhada da Maria Clara esta no meio.
— Não foi com ela que ele ficou aquela vez no antigo bordel?
— Sim, foi ela. Eu não superei ainda e se ela acha que eu esqueci está muito enganada!
— A mais quem ela pensa que é pra me chamar de assanhada? — falo comigo mesma até sentir um toque em meus ombros.
— Clara, sua vez de subir ao palco. — Era Júnior, o ajudante de Margot.
— Aí que susto!! — digo assustada — eu já vou...
Me ajeito rapidamente e subo. A casa estava cheia, bem mais que ontem. Eu entrei fazendo minha performance conforme ensaiei, e depois comecei a improvisar. Margot adorava quando eu também fazia coisas inesperadas e esse era meu forte.
Sempre que podia eu caçava com o olhar a feição de Billy, hoje eu queria impressiona-lo como nunca. Enquanto o procurava eu acabei notando também outro rosto conhecido.
Era o mesmo homem da noite anterior, o qual me deu até um orgasmo só de senti-lo e******o comigo. Eu devo estar louca mesmo, nem na seca eu tô para sentir isso.
Continuei dançando e percebi que seu olhar era fixo em mim, em nenhuma outra dançarina secundária que me acompanhava. Billy surgiu no meio da multidão, ficando próximo a ele. Eu fiquei ainda mais desconcertada e por pouco não errei o passo.
Billy se aproximou do palco me olhando com cara de safado, e mesmo sabendo que Emily poderia estar vendo eu comemorei por dentro. O tal homem notou a presença do Billy, e para quebrar esse olhar tão penetrante eu decidi beijar Bill.
Alguns gostaram de presenciar o beijo, outros gritaram "ah não" mas eu não liguei. Queria proporcionar uma cena quente para ver o que o gostosão faria. E não é que ele sumiu?
Assim que me soltei de Billy eu notei que o cara fugiu dali. Devia estar com algum tipo de paixão platônica por mim coitadinho.
Terminei de me apresentar e fui me desarrumar. Assim que entrei em um dos camarins Emily veio com tudo pra cima de mim.
— Eu sabia que era você sua vagabunda! — a v***a agarrou meu cabelo ferozmente e começou a puxa-lo para trás. Eu me levantei sendo puxada.
— O que tá fazendo sua maluca mau amada! — agarro no cabelo dela também e a jogo no chão ficando por cima eu começo a dar tapas nela que se vira e me joga no chão batendo minha cabeça.
— O que ta acontecendo aqui? — Margot entra correndo após os gritos, e com ajuda das outras meninas e de Júnior conseguem nos separar. — Me diga o que foi agora?
— Essa maluca entrou aqui e começou a me atacar Margot! — digo ajeitando meus cabelos.
— Porque fez isso Emily? É verdade o que a Maria Clara disse?
— É... é verdade! Mas eu tive bons motivos. O Billy me largou por causa dela, e como se não bastasse ela o beijou no palco, eu não aguento mais essa garota na minha vida!
— Você beijou um homem no palco? Maria Clara sabe que isso é errado. — Margot me encara.
— É.. desculpe. — digo séria. — e quanto ao ataque dela sobre mim? Eu só me defendi.
— Argh... tudo bem, tudo bem. As duas estão erradas. Eu tô cansada já de reclamações de vocês! Será que não podem saber separar a vida pessoal da profissional? — o silêncio paira no ar — Você Emily, tem que aceitar que acabou... — ela encara Emily. — e você Clara, aceite que ele é ex dela e que aqui você a deve respeito como a todas nós. E nada de beijos no palco!
— Me desculpe Margot. E... desculpa.. Emily. — digo seria.
— Sua vez Emily. — Margot fala.
— Argh... me desculpe Margot... e desculpe... Clara. — ela diz revirando os olhos
— Muito bem. E olha, se tiver mais alguma reclamação, ou problema com vocês envolvidas, eu vou ter que ser radical. Estão ouvindo? — ela nos encara
— Sim. — respondemos juntas.
— Eu já vou, com licença. — digo e me afasto.
— Aline me segue com sermões e de lá eu sigo para o estacionamento. Billy já tinha ido embora pois tinha um treinamento a fazer amanhã bem cedo.
Chegando no estacionamento eu ouço passos atrás de mim, antes que eu veja quem é já ouço uma voz forte e rouca.
— Maria dos Prazeres? — quando me viro vejo que se trata do gostosão que veio me ver a dois dias seguidos.
— É.. sim. — respondo ainda meio intimidada. — o que quer?
— O que rola entre você e aquele branquelo?
— Como é que é? — dou uma risada fraca ainda confusa pela ousadia dele.
— Aquele que você beijou no palco, vocês são namorados? — ele se aproxima
— Olha, porque eu deveria te contar da minha vida? E não, não somos namorados, somos quase isso.
— Deve ser porque você não aceita t*****r com outros, eu fiquei sabendo que não faz programas e ai de repente você beija um, o que me fez pensar que beijo então você aceita... — ele se aproxima mais.
— Vem ca, eu te conheço? — cruzo os braços — tem duas noites que vejo você praticamente babar em mim e agora quer tomar conta da minha vida? — o encaro.
— Sim, eu babei em você. Só fiquei curioso pra entender porque tanto não me toques? — seu olhar passeia pelo meu corpo me deixando totalmente sem graça. Eu não costumava me sentir assim com os homens a muito tempo.
— Isso não é da sua conta, agora se gosta de me ver, estarei amanhã com tema doméstica, caso goste! — dou uma piscada e entro no carro. Percebo ele se afastar ainda me olhando.
No caminho pra casa eu começo a pensar sobre o que aquele homem queria de mim. Era um tom autoritário de quem estava meio obcecado eu diria. Fiquei até acelerada enquanto ele me interrogava daquele jeito.
Chegando em casa eu decidi tomar um banho frio, coloquei meu pijama fresco penteei os cabelos e fui fazer um lanche rápido, enquanto assistia um pouco de série.
Fui dormir por volta de duas da manhã, até que aquele dia foi mais tranquilo, exceto pela briga com Emily.
Daniel narrando:
Depois de mais um dia cansativo no meu escritório em casa, eu decidi que iria voltar a ver a jovem que bagunçou os meus sentidos. Intitulada como Maria dos Prazeres, a moça pelo visto dançava todas as noites lá.
Cheguei e procurei um lugar bem à frente, já estava quase na hora de vê-la eu aguardei enquanto bebia um whisky. Não demorou muito para que ela aparecesse. Assim que ela me viu seu semblante mudou completamente. Depois de passos tão sensuais e provocantes ela se aproximou da beirada do palco. Ao meu lado surgiu um homem branco, alto de olhos aparentemente claros que também a admirava como todos ali.
Estranhei a i********e dos dois pela proximidade e antes que eu tirasse mais conclusões, ela o beijou. Na frente de todos. O beijo foi tão ardente que logo notei que eram namorados ou algo assim. Não sei explicar, só sei que fiquei fortemente irritado com a cena. Não conseguia nem olhar e me afastei.
Eu não estava me reconhecendo. Estou com ciúmes de uma dançarina de bordel que eu nem sei o nome? Que decadência! Fui ao banheiro lavar o rosto, minha cara queimava de ansiedade. Sai lá para fora e fiquei sentado alguns minutos. Quando resolvi que era a hora de ir embora eu a vejo saindo também.
Senti que precisava saber quem era o homem e se aquilo acontecia com outros. Não é da minha conta mas eu queria mesmo saber.
— Maria dos Prazeres? — chamo assim que a vejo.
— É.. sim. — ela responde meio séria. — o que quer?
— O que rola entre você e aquele branquelo?
— Como é que é? — ela da uma risada fraca
— Aquele que você beijou no palco, vocês são namorados? — me aproximo.
— Olha, porque eu deveria te contar da minha vida? E não, não somos namorados, somos quase isso.
— Deve ser porque você não aceita t*****r com outros, eu fiquei sabendo que não faz programas e ai de repente você beija um, o que me fez pensar que beijo então você aceita... — me aproximo mais.
— Vem ca, eu te conheço? — ela cruza os braços — tem duas noites que vejo você praticamente babar em mim e agora quer tomar conta da minha vida? — ela me encara.
— Sim, eu babei em você. Só fiquei curioso pra entender porque tanto não me toques? — meu olhar passeia pelo seu corpo a deixando totalmente sem graça. Eu acho que a deixei constrangida.
— Isso não é da sua conta, agora se gosta de me ver, estarei amanhã com tema doméstica, caso goste! — ela da uma piscada e entra no carro. Eu me afasto a seguindo com os olhos.