30 - Terror

1201 Words

Terror Narrando Cheguei no quarto e fui direto lavar os pés. Joguei água gelada mesmo, esfreguei com força, sequei na toalha velha que sempre deixo encostada no canto e me joguei na cama sem pensar muito. Só que, claro, o sono não veio de primeira. Fiquei olhando pro teto no escuro, ouvindo o som da quebrada lá fora. Um latido distante, o ronco de uma moto subindo a ladeira, uma sirene que parou de longe, normal da madrugada. Mas o que mais fazia barulho era a imagem dela. Sofia, com aquele olhar triste, parada na beira da piscina, os pés dentro d’água, o cabelo bagunçado de quem não dorme direito. Chorando quietinha. Aquilo ficou martelando na minha mente igual tamborim em ensaio de escola de samba. Primeira vez que a gente trocou ideia de verdade. Vi dor nos olhos dela. Medo também.

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