Sofia Narrando
Acordei devagar, ainda meio mole, sentindo o corpo leve, mas também dolorido. Estiquei o braço pro lado e percebi que o Iran não tava mais na cama. Abri os olhos, o quarto ainda tava com aquele cheiro dele, mistura de perfume, calor e tudo o que a gente viveu horas atrás. Sorri sozinha, boba.
Mas logo a realidade bateu. Eu tava com a bexiga apertada, e ainda completamente sem roupa. Levantei com cuidado, me apoiando com uma mão no colchão. Quando coloquei o pé no chão e comecei a andar, senti uma fisgada forte. Uma dor inesperada me fez parar e respirar fundo. Me segurei na quina da cômoda, tentando disfarçar o incômodo.
Caminhei devagar até o banheiro e, quando sentei no vaso, a dor ficou ainda mais evidente. Uma lágrima escorreu, silenciosa, mas eu não chorei de triste
