Sofia Narrando Enquanto o Iran resolvia as últimas coisas com o advogado no telefone, eu fiquei no quarto me arrumando. Coloquei uma calça jeans escura, uma blusa branca de manga e prendi o cabelo num räbo de cavalo alto. Nada de maquiagem demais. Só um gloss. O coração tava acelerado, mas não de medo. Era mistura de raiva, ansiedade e aquela coragem que eu nem sabia que existia em mim. Quando desci as escadas, dona Ingrid me olhou firme da porta cozinha, segurando uma caneca de café. — Tem certeza que quer fazer isso, Sofia? — Tenho, dona Ingrid. — respondi sem pensar duas vezes. — Não vou mais fugir, nem fingir que nada aconteceu. Hoje eu vou encarar eles de frente. Ela assentiu em silêncio. Eu senti que ela queria dizer mais alguma coisa, mas preferiu respeitar meu momento. Quando

