Joana Narrando Acordei ainda com o gosto amargo daquela noite na boca. O baile parecia ter grudado na minha memória, como se eu tivesse revivendo cada segundo toda vez que piscava. Tava um sol desgraçado batendo na janela, mas mesmo assim me arrastei da cama e fui pro banho, tentando lavar a raiva que ainda tava grudada em mim. Depois tomei um café amargo, sem vontade mesmo, e fiquei em casa. Sair pra quê? Só ia ouvir as mesmas fofocas, os mesmos papos furados sobre o Terror e a novinha que apareceu do nada. Já tava quase escurecendo quando a Tássia chegou aqui com a prima dela, a Thayná. Fingida, sonsa. Dei até um sorrisinho quando abri o portão, mas por dentro eu já tava me remoendo. Aquela ali se dizia minha amiga, mas eu sabia muito bem que ela dava pro Terror nas minhas costas. Fin

