Sofia Narrando
Acordei assustada, o coração acelerado e a respiração curta. Tive um pesadelo, daqueles que a gente acorda sem saber onde tá, meio perdida no tempo. Sentei na cama e passei a mão no rosto, tentando me acalmar. O quarto tava silencioso, a luz do sol entrando fraca pelas frestas da cortina. Me levantei devagar, sentindo o corpo meio pesado, como se eu tivesse carregando o mundo nas costas e, de certa forma, eu tava.
Entrei no banheiro e tomei um banho demorado, deixei a água quente cair sobre meu corpo tentando levar um pouco da tristeza que insistia em morar dentro de mim desde que perdi meu bebê.
Quando desci, encontrei dona Ingrid já arrumando a mesa do café. Ela olhou pra mim com aquele jeitinho doce de sempre e sorriu.
— Bom dia, querida. Vem tomar café.
Assenti co
