Sofia Narrando Chegar naquela casa foi como entrar num mundo que até então eu nem sabia que existia. Meu irmão tava sério, mas dava pra ver o brilho nos olhos dele. Ele segurou minha mão com firmeza e puxou pra perto, como se dissesse com o gesto: confia em mim. Assim que passamos pelo portão, tinha um monte de gente no quintal. Alguns estavam sentados, outros em pé, uns rindo, outros dançando. A casa cheirava a comida boa, feijão fresquinho, bolo recém saído no forno, tudo com cara de casa de vó mesmo. Meu irmão assoviou, chamando a atenção de geral. O pagode baixou o volume e todo mundo virou na nossa direção. — Atenção aí, família — ele falou alto — Essa aqui é a minha irmã, Sofia. Todo mundo ficou meio em choque por uns segundos. Aquelas caras curiosas, algumas com o olho arregal

