Sofia Narrando
Acordei sem pressa de abrir os olhos, mexendo devagar no colchão macio. Por um segundo, quase esqueci onde estava. A cama era confortável demais, não parecia nem um pouco com a que eu costumava dormir. Foi só abrir os olhos e encarar o teto branco e o quarto arrumado que tudo voltou como uma avalanche na minha cabeça. Eu tava na casa do Terror. Suspirei fundo, tentando engolir a vontade de chorar que já subia no peito, e me sentei na cama.
Fechei os olhos e a primeira imagem que veio foi da minha vó. Aquele rostinho cansado, as mãos sempre ocupadas com alguma coisa. Me levantei, fui até a janela e abri a cortina. O sol já brilhava no céu, alto, forte, sem dó. Olhei lá pra fora, sentindo as lágrimas queimarem nos olhos.
— Fica bem, vozinha, vai dar certo. Eu vou voltar pr
